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A lei reconhece a importância dos dados numa sociedade guiada pela informação e pelo conhecimento, pois ele pode servir de base para tomada de decisões importantes em vários aspectos, em especial o econômico, sem, contudo, renunciar à proteção ao consumidor.

Mateus Santiago || mateus.santiago@gmail.com

O ordenamento jurídico, para garantir segurança nas relações que se estabelecem na sociedade, precisa se conectar à realidade. Num mundo em que as informações corporativas e pessoais transitam de forma rápida e constante, a proteção dos dados é medida necessária para se criar uma responsabilização para quem não os armazena e trata de forma adequada, além de garantir aos titulares dos dados a criação de um ambiente de segurança no trato de informações pessoais valiosas.

Numa realidade em que através de uma simples busca por um produto na internet se consegue traçar o perfil do consumidor e a cada novo acesso à rede mundial de computadores, possíveis produtos de interesse pessoal são inseridos intencionalmente na tela do equipamento, poder-se-ia dizer que informação é dinheiro.

Não se pode desprezar ainda que ataques cibernéticos, visando à obtenção de informações pessoais e de negócios, acontecem de forma assustadora. Recentemente temos presenciado tais ações a bancos de dados de órgãos públicos e privados e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) chegou a ficar inacessível por um período considerável. Segundo dados do site Kaspersky o Brasil é o segundo país no mundo em número de ataques cibernéticos sofridos, ficando atrás apenas da Rússia.

Na última semana do mês de agosto de 2020, segundo informação do sítio eletrônico https://cybermap.kaspersky.com, foram cerca de 15 milhões de ataques ao país, o que demonstra a necessidade de proteção dos dados e a adoção de medidas de segurança e boas práticas por parte das empresas e instituições públicas que armazenam informações de clientes, usuários e dados pessoais em geral.

Mas a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) é um dispositivo legal que se aplica apenas às grandes corporações? Os pequenos e médios negócios precisam se preocupar e se precaver? Toda pessoa física ou jurídica, tanto da iniciativa privada, como integrante do poder público que tenha uma base de dados pessoais precisa fazer a gestão destes dados, precisa adotar uma política de segurança da informação e fazer a adequação de seus instrumentos jurídicos, buscando ainda reduzir os riscos de eventuais incidentes ou mesmo violações dos dados pessoais que armazena. Segundo a lei o objetivo é proteger os “direitos fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da PESSOA NATURAL”.

Então, quem possui uma base de dados, precisa fazer a gestão das informações no intuito de evitar a ocorrência de riscos e possíveis falhas que venham a comprometer o material que está sob sua guarda e propiciar uma utilização inadequada e lesiva às pessoas naturais.

Em havendo a ocorrência de incidentes com dados pessoais a Autoridade Nacional de Proteção de Dados Pessoais (ANPD) e os indivíduos afetados devem ser informados, evidenciando que a transparência é a tônica da lei, inclusive com rígidas penalidades. Talvez muito se indague se a lei “vai pegar”, respondendo a esse questionamento fica a ressalva de que embora as sanções pela ANPD sejam aplicadas a partir de agosto de 2021, o titular dos dados será seu maior fiscal, podendo a qualquer tempo requerer providências e a devida reparação ao sentir que suas informações pessoais foram indevidamente manipuladas, então quanto maior seu banco de dados, maior será o número de potenciais fiscalizadores, todos precisam se precaver.

A lei reconhece a importância dos dados numa sociedade guiada pela informação e pelo conhecimento, pois ele pode servir de base para tomada de decisões importantes em vários aspectos, em especial o econômico, sem, contudo, renunciar à proteção ao consumidor. Fato que conduz a necessidade de que toda empresa e toda instituição pública que possua dados pessoais precise desenvolver um sistema de gestão de segurança e privacidade de dados,  estando apta a produzir relatórios e evidências de que o tratamento e manipulação dos dados está em conformidade com o que está prescrito na lei conferindo mais credibilidade e transparência à organização, sob pena de se submeter a sanções administrativas e judiciais por ter acesso a informações tão particulares sem os cuidados e boas práticas tão necessárias à manipulação dos dados.

Mateus Santiago S. Silva é é advogado no escritório Harrison Leite Advogados Associados, presidente da Comissão Especial de Propriedade Intelectual da OAB/BA Subseção de Itabuna – BA e mestrando em Propriedade Intelectual e Transferência de Tecnologia para Inovação (Profnit-Uesc).

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Uma só dúvida entre os amigos e confrades: quem será o consagrado herdeiro que passará a operar o honorável sistema VTNCC (não tem no dicionário), que se tornou uma tradição nos momentos de descarrego emocional do fidalgo Senna, e que não será dito na capital.

 

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Durante anos me planejei para ter uma vida sossegada assim que iniciasse a desfrutar da tão sonhada aposentadoria. Não deu certo e não me perguntem o porquê, pois também não tenho a mínima ideia, embora acredite que tenha feito tudo da maneira mais acertada, sem pular uma só etapa do que recomendam os especialistas nesse tipo de transformação de um trabalhador em vagabundo – no bom sentido, é claro.

Foi uma transição pacífica, equilibrada, segura, sem qualquer tipo de arroubo para cair na gandaia pelos bares da vida ou vestir o tal do pijama listrado, sentar numa espreguiçadeira e contar estórias como fazia Pantaleão, personagem de Chico Anísio. Continuei a trabalhar nos mesmos moldes e intensidade de antes, arrefecendo aos poucos para não sentir nenhum impacto e desparafusar a cabeça.

Nos primeiros seis anos tudo saiu como planejado e, aos poucos, fui me desligando das amarras até ficar completamente livre, leve e solto. Para os entendidos, aviso que não caí de cabeça na gandaia, embora assumisse, cada vez mais, compromissos em agremiações etílicas como confrarias (do Alto Beco do Fuxico, em Itabuna; d’O Berimbau e o Clube do Rolas Cansadas, em Canavieiras.

Além dos compromissos juramentados, um convite para uma segunda-feira desregrada, uma terça-feira de sustança e uma sexta-feira para abrir o fim de semana foram se juntando às atividades sociais sem que me dessem conta da responsabilidade. Seguindo o conselho do jornalista aposentado, hoje vagabundo mor Tyrone Perrucho, o único dia consagrado ao descanso é o domingo, desde que não tenha um corte de cana em vista.

Longe de mim reclamar do acúmulo de atividades sociais – também conhecidas como etílicas –, desde que, comprovadamente, seja acompanhada de boa e farta gastronomia de sustança. Confesso que já não tenho o mesmo entusiasmo cotidiano de participar de inaugurações de freezers e geladeiras, aniversários de bares, da aposentadoria de Tyrone e até do ingresso de um confrade no grupo de Whatsapp.

São tantas as emoções – como diria o rei Roberto Carlos – que cansa nossa beleza. Em determinados dias os compromissos se encavalam, sobrepondo-se de tal maneira que não tem como participar de todos, o que pode parecer uma descortesia da minha parte. Este sábado é um exemplo da intensidade de convite que não conseguirei dar conta de atendê-los como merecem.

Eis que me chega a convocação do Alto Beco do Fuxico, em Itabuna, para participar do bota-fora do fidalgo itabunense José d’Almeida Senna, que após tantos anos de labor passa a gozar da prometida aposentadoria. Viajou o Brasil inteiro para comemorar a libertação trabalhista e se encantou com a capital soteropolitana, onde cuidará de filhos e netos, deixando órfãos confrades.

E vai na contramão da ciência, pois abandona o refúgio da mais fina-flor da boemia itabunense, o bar Confraria do Alto Beco do Fuxico, onde faria a transição trabalho aposentadoria, preparando-se para o pijama. Garanto que em Salvador, além de cuidar dos netos, poderá frequentar um boteco, quem sabe o grupo dos Rolas Murchas que se reúne às tardes no Shopping Barra.

Queria ter um tete a tete com Senna e explica-lhe que a vida na capital foi muito boa no passado, quando frequentava o agito dos anos 60 e 70 no Rio de Janeiro, na flor da mocidade em plena Copacabana. Em Salvador não fará como no Cervantes, onde à noite sentava-se na calçada para ouvir os mais recentes bochichos e sucessos nacionais.

Antes, tinha dado uma passadinha no Modern Sound, do amigo Pedro Passos, ali pertinho na Barata Ribeiro. De repente, volta a Itabuna e demonstra seus dotes de promoteur no PUB, no Grapiúna Tênis Clube e outras tantas casas badaladas até chegar à Confraria do Alto Beco do Fuxico. Fez amigos e história. Sem mais nem menos, deixa o empreendimento aos cuidados do assessor Mirinho e arriba pra Salvador.

Como não poderia deixar de ser, promove um bota-fora de responsa, com música ao vivo, comidas e bebida, com o beco interditado para os festejos e mimos prestados ao viajante. Uma só dúvida entre os amigos e confrades: quem será o consagrado herdeiro que passará a operar o honorável sistema VTNCC (não tem no dicionário), que se tornou uma tradição nos momentos de descarrego emocional do fidalgo Senna, e que não será dito na capital.

Com outros compromissos assumidos anteriormente, não me farei presente fisicamente e sim de espírito no bota-fora de Senna, mas estarei presente à apresentação do Secretário Plenipotenciário da Confraria d’O Berimbau, Gilberto Mineiro, que retorna a Canavieiras para uma inspeção. É que ele passa uns dias em Santa Cruz de Cabrália e aparece ao aconchego dos confrades.

Não sei quem é o autor da frase “tudo que abunda não vicia”, mas gostaria de conhecê-lo para debater a respeito.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Desde o despertar em Canavieiras – com a alvorada de fogos – que assisto ao filme da minha vida, lembrando da infância, dos amigos presentes e os que se foram, sempre rogando por uma vida melhor. Não podemos mudar o rumo da vida, mas sempre é bom pedir a proteção de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e as bênçãos do seu filho para atravessarmos os perigos deste mundo. Mesmo sem festa, vamos vivendo.

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Acordei às 5 da manhã desta terça-feira (8) com o espocar de fogos, o que não é nenhuma novidade aqui nesta Canavieiras de São Boaventura, acostumada à pirotecnia para comemorar de tudo, ou até mesmo nada. Olhos ainda entreabertos, perguntei à minha mulher em que dia estávamos, com a simples finalidade de tentar descobrir o que comemorávamos, uma data festiva, uma data religiosa, enfim, o porquê dos fogos.

Dia 8 de dezembro. Imediatamente passou um filme pela minha cabeça, quando ainda na juventude acordava de madrugada e me preparava para a comemoração de nossa Santa Padroeira, Nossa Senhora da Imaculada Conceição. Era um tempo próspero para o bairro da Conceição, em Itabuna, em virtude da chegada dos frades capuchinhos – freis Isaías, Justo e Apolônio – com a missão de construir uma igreja em sua homenagem.

Quando disse tempo próspero, não me enganei. O propósito de transformar uma simples capelinha de madeira em uma grande igreja era um desafio a ser vencido pelos capuchinhos e a singela comunidade. Aos poucos passamos a conviver com os três religiosos como se fossem de nossas famílias, dada a integração e o jeitinho de pedir todos os tipos de colaboração para a concretização da obra.

Para nós meninos – dos sete, oito, 10 anos – acompanhar as obras e as funções religiosas era uma vida nova, uma atividade bem diferente, a qual complementava o período de estudos, os jogos de futebol, gude e todos os tipos de brincadeiras. Passamos a conviver com operários de outros lugares, ávidos – como nós – a ouvir e contar histórias, muitas delas vindas do nosso imaginário. Creio que deles também.

Com mais pessoas circulando, o nem tão acanhado comércio do bairro passou a vender mais e a cada momento chegava um caminhão com pedra, areia, cimento, tijolos e até um bate-estaca, equipamento nunca visto por nós. Admirávamos o operador a manejar aquela máquina, subindo e descendo aquele enorme cilindro para cavar os fundos buracos onde seriam levantadas as potentes colunas.

Nas horas vagas, ajudávamos a carregar material de construção [não era crime o trabalho infantil, mesmo voluntário], conversávamos com os frades que nos cobravam bons resultados nas aulas de catecismo ministrada pela professora Maria Zélia e prometia lugar nas funções religiosas na atividade de coroinha. Fui o primeiro a vestir a batina branca com gola e faixa azuis de coroinha – cores de Nossa Senhora da Conceição. Uma glória!

Após alguns anos, Igreja Matriz pronta e inaugurada, nossa autoestima nas nuvens, nos igualávamos com os moradores de outros bairros e do centro da cidade, pois já gozávamos de privilégios tais como uma igreja, ruas calçadas com paralelepípedos e até água encanada em algumas ruas. Com a igreja pronta, os frades iniciaram a construção de um grande colégio. Passamos a nos sentir itabunenses de verdade.

Àquela época convivíamos harmonicamente com os “crentes” de todas as denominações, isso após ver o bom relacionamento entre os frades e os pastores. E foram frei Justo, frei Isaías e frei Apolônio os incentivadores sociais da comunidade. Durante a novena em homenagem à Nossa Senhora da Imaculada Conceição, as barraquinhas com quermesses, bingos, comidas e bebidas típicas (doadas) reunia toda a comunidade.

E com nossa vida religiosa em alta, as vocações sacerdotais afloravam e, mais uma vez, fui o primeiro a ir para o seminário. Primeiro, Vitória da Conquista, em seguida, Feira de Santana, nas quais recebi educação escolar, moral e religiosa exemplar. Aos poucos vou recebendo os amigos de infância no seminário, não sei se por vocação ou por terem se inebriado com minhas visitas a Itabuna vestido com a batina de São Francisco.

Brincadeiras à parte, os frades capuchinhos foram responsáveis diretos pela transformação do bairro da Conceição, uma localidade acanhada e jocosamente chamada de Abissínia (em alusão ao país africano – Etiópia – em guerra), para um bairro charmoso e próspero. A igreja continua lá, altaneira, com seus ministros religiosos pregando a paz entre os povos.

Entretanto, este ano a Igreja de Nossa Senhora da Imaculada Conceição não pode realizar, como sempre fez, a festa em homenagem à Padroeira devido à pandemia da Covid-19. Se por um lado perde a convivência social, quem sabe do religioso contribui para o fortalecimento dos laços afetivos entre os moradores e fiéis, tão necessário nesses tempos difíceis, mas superáveis.

Desde o despertar em Canavieiras – com a alvorada de fogos – que assisto ao filme da minha vida, lembrando da infância, dos amigos presentes e os que se foram, sempre rogando por uma vida melhor. Não podemos mudar o rumo da vida, mas sempre é bom pedir a proteção de Nossa Senhora da Imaculada Conceição e as bênçãos do seu filho para atravessarmos os perigos deste mundo. Mesmo sem festa, vamos vivendo.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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Fernando Gomes (cinco vezes), Geraldo Simões (duas vezes) e Azevedo (uma vez), juntos, tiveram, em 2020, 39.346 votos, não atingindo a votação alcançada por Castro (40.868), o que significa criar uma expectativa, ainda que prematura, de que, sendo exitoso na gestão, poderá quebrar a tradição da não reeleição registrada na cidade ao longo dos seus 110 anos.

Rosivaldo Pinheiro || rpmvida@yahoo.com.br

Existe um sentimento em Itabuna de que falta à cidade uma organização dos serviços públicos e modernização das estruturas  urbanas. Analisando essa crítica, podemos dizer que o nosso espaço urbano foi impactado, de sobremaneira, pelo êxodo rural durante a década de 1990, com a crise da lavoura cacaueira, não possibilitando aos gestores locais a organização necessária na perspectiva de adoção de políticas públicas que atendessem a esse público e ao conjunto total da população do município.

Diante desta realidade, sofremos as consequências até hoje: crescimento desordenado e ausência de planejamento. Perdemos o voo do desenvolvimento impulsionado pela área pública, embora atenuado, de certa forma, pelo alto nível empreendedor da cidade, o que nos mantém na rota do progresso.

A cada eleição, todos esses fatores reaparecem, tanto na expectativa do eleitor, quanto nas promessas colocadas pelos postulantes aos cargos Executivo e Legislativo, demonstrando, assim, a necessidade urgente de alteração na forma de atuação dos poderes públicos, melhorando o nosso espaço urbano para que possamos ter uma cidade mais sociável e o protagonismo no cenário regional.

A vitória de Augusto Castro sinaliza a perspectiva de modificação da qualidade de prestação dos serviços públicos e a reestruturação do espaço urbano. Para isso, o futuro prefeito terá que montar uma equipe com olhar de inovação, que, efetivamente, possibilite um novo ciclo para o desenvolvimento local, com compreensão da sua interlocução com a territorialidade.

Nas iniciativas necessárias para efetivar uma gestão moderna, Augusto vem deixando claro que encaminhará para a Câmara Municipal um projeto de lei estruturante, amarrado aos objetivos apresentados na campanha e que possibilite maior resolutividade aos órgãos da administração direta e indireta.

Augusto chega para esse novo ciclo político superando, nas urnas, três dos últimos personagens que comandaram o município nas últimas décadas. Fernando Gomes (cinco vezes), Geraldo Simões (duas vezes) e Azevedo (uma vez), juntos, tiveram, em 2020, 39.346 votos, não atingindo a votação alcançada por Castro (40.868), o que significa criar uma expectativa, ainda que prematura, de que, sendo exitoso na gestão, poderá quebrar a tradição da não reeleição registrada na cidade ao longo dos seus 110 anos.

Percebemos em Itabuna uma predisposição colaborativa em que as defesas ideológicas e de pensamento partidário sucumbem à torcida para que, de fato, possamos adentrar num ciclo virtuoso. Sabemos que o mar não será de rosas, mas que, certamente, se faz necessário unir propósitos para que tenhamos uma cidade mais saudável e melhor para vivermos.

Rosivaldo Pinheiro é economista e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc).

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De minha parte, acho que valeram as orações feitas, não tanto por ele, por estar abilolado, mas pelas gozações que por certo seriam a mim impostas pelos colegas de Beco e outros refúgios etílicos existentes Itabuna afora.

 

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Dudu Rocha…quem diria… foi parar na Gávea. Torcedor apaixonado pelo Botafogo, cansado com as perdas de decisões, Dudu devolve a faixa de campeão e resolve torcer pelo inimigo. A notícia me deixou perplexo. Após ler e reler a missiva, sem acreditar no que via, resolvi levar ao conhecimento dos amigos esportistas, torcedores diversos, até onde chega o pensamento humano. Calma, eu explico:

Do amigo, parceiro de Alto Beco do Fuxico e torcedor do Fogão, como eu, Dudu Rocha, recebo a seguinte missiva:

“Amigo Walmir:

Cansei!!!

Do amigo e ex-Bota

Dudu Rocha

29.05.08

Ainda pasmo e sem entender nada, eu lia e relia o texto enviado e o novo endereço do remetente escrito no verso do envelope:

Rem: Dudu Rocha

Novo endereço: Gávea

Confesso que levei um terrível susto e somente consegui me recuperar de tamanho choque após umas três doses da mais legítima Rio de Engenho, pois a cachaça se apresenta como um remédio providencial para essas coisas, mormente quando o assunto mexe com o coração.

Nem eu nem qualquer vivente frequentador assíduo ou não do Alto (Médio ou Baixo) Beco do Fuxico conseguiria assimilar tal tresloucado gesto, tomado de uma hora para outra. Ninguém, de sã consciência, teria coragem de acreditar numa história como essa, ainda mais se tratando de um torcedor de quatro costados, filho da fina-flor da mais tradicional família Rocha, todos botafoguenses, batizados e crismados com a camisa da estrela solitária ao peito.

Na tentativa de me refazer do susto, imediatamente liguei para amigos mais chegados, para repartir esse momento de infortúnio. Precisava saber se tudo não passava de um sonho, de um profundo pesadelo. De início, liguei para José Senna, flamenguista empedernido, capaz de abandonar qualquer farra nos bares da moda em Copacabana para assistir a uma partida do seu Flamengo no Maracanã.

Não precisa contar que a primeira reação de Sena foi achar que eu estava com febre, delirando, e disse na em cima da bucha:

– Ora, Rosário, está de porre, que cachaça brava foi essa que você tomou. Se não for cana, ficou maluco – gritou ao celular.

Mais calmo, após as devidas explicações sobre o bilhete e a faixa a mim entregue, passou à ofensiva:

– Bom, diga a ele que em princípio nós aceitamos, mas é preciso passar pelo conselho, já que ele era useiro e vezeiro em ridicularizar nosso time. Vou conversar com a diretoria lá no Rio, depois veremos. Mas pode ter certeza que a decisão será dada em alto estilo, numa assembleia extraordinária da Confraria do Alto Beco do Fuxico – prometeu.

Não satisfeito, liguei, desta vez para um vascaíno, o Paulo Fernando Nunes da Cruz (Polenga), que dentre os feitos futebolísticos traz assinalado em seu currículo o mérito de ter levado o polêmico Eurico Miranda no Alto Beco do Fuxico, quando era presidente do clube de São Januário. No Beco, mais exatamente no bar de Parente [Alcides Rodrigues Roma], provou três doses de Angélica, devidamente curada, e para arrematar ainda participou de cerca de 18 garrafas de Brahma bem gelada.

Mas voltando ao assunto, que é o que interessa, Polenga ficou injuriado com a proposta de Dudu Rocha de se transferir de mala e cuia para o Flamengo, um time com as cores vermelho e preto.

– Quem já viu isso, seu Walmir, se pelo fosse para o Vasco, que é branco e preto como o Botafogo, ainda vai lá! Isso é uma heresia. Desde que Dudu deixou Itabuna para ir morar em Ilhéus que estou desconfiando que ele não está batendo bem da cabeça –, diagnosticou Polenga, com ar proeminentemente professoral.

De lá pra cá, mais não se teve notícia de Dudu Rocha, que deixou de vir a Itabuna, pra saudade dos colegas do Beco. Tampouco José Senna deu resposta de sua reunião com o tal Conselho do Flamengo, no Rio de Janeiro, ficando o dito pelo não dito. O que é certo é que nenhuma assembleia extraordinária da Confraria do Alto Beco do Fuxico foi convocada.

Como não tive coragem de apresentar a proposta de Polenga a Dudu Rocha, também não sei se ele teve coragem de cometer o tão tresloucado gesto, desprezando General Severiano e o Engenhão, para se bandear para as acanhadas acomodações da Gávea, infestada de urubus.

Acredito que quem não deve estar em paz é o velho Dunga, seu pai, que nunca pensou ter alguém em sua família capaz de cometer tamanho sacrilégio. De minha parte, acho que valeram as orações feitas, não tanto por ele, por estar abilolado, mas pelas gozações que por certo seriam a mim impostas pelos colegas de Beco e outros refúgios etílicos existentes Itabuna afora.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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O pêndulo já se movimentou. Já está fazendo o caminho de volta. O espectro político nas eleições de 2020 mostra a convergência do eleitorado para os partidos tradicionais de centro direita, aqueles partidos oriundos da antiga ARENA – Aliança Renovadora Nacional.

José Cássio Varjão

Esse é um movimento natural na política. Sempre que o pêndulo se desloca até um extremo, o movimento de resposta é para o lado oposto. A dinâmica eleitoral ao redor do mundo faz o pêndulo global se inclinar à direita.

Entre 1945 e 2020, a alternância de poder nos Estados Unidos da América entre os Partidos Democrata e Republicano só não ocorreu em duas oportunidades. Richard Nixon (Republicano) elegeu Gerald Ford em 1974 e Ronald Reagan (Republicano) elegeu George H.W. Bush em 1989. Portanto, nos últimos 75 anos, o pêndulo da política norte-americana se manifesta a cada eleição, com exceção dos casos supracitados. Em 2016, com Donald Trump, a extrema direita chegou ao poder.

Com a queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética, alguns países do Leste Europeu, chamados de socialistas, começaram um movimento de distanciamento entre os dois extremos. Hungria, Polônia e República Tcheca foram da extrema esquerda para o extrema direita. Na Europa, a crise econômica e migratória, desgaste do meio político e a desconfiança nas instituições, contribuiu para o reaparecimento da direita radical e populista.

A Primavera Árabe foi uma onda de protestos e revoltas populares contra alguns governos do mundo árabe em 2011 (segundo alguns historiadores, sob influência do imperialismo estadunidense). Com o agravamento da crise econômica, elevadas taxas de desemprego, alta do custo de vida e a falta de democracia, as populações de Egito, Tunísia, Líbia, Síria, Iêmen e Barein foram às ruas e proporcionaram gigantescos levantes populares. Bashar al-Assad, Presidente da Síria, é o único que se mantem no poder.

No Brasil, vivemos alguns momentos históricos, com forte entusiasmo democrático e o avanço das liberdades individuais do cidadão. A Constituinte de 1946, foi bastante moderna para a época, consagrando as liberdades expressas na Constituinte de 1934. Foi a Carta Magna mais democrática antes da Constituinte de 1988. Interessante notificar que o nosso Jorge Amado, deputado constituinte, foi o autor da Emenda 3.218 que instituía a liberdade do culto religioso. Em 1984, o movimento das Diretas Já, levou milhões de pessoas às ruas, elites e massas se juntaram numa só voz pedindo eleições diretas no Brasil.

O tempo passa, o pêndulo se move. Uma das Leis Herméticas é a do ritmo: “tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; o ritmo é compensação; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação”. Podemos usá-la na política também.

Em 1989, com a eleição de Fernando Collor de Mello, o neoliberalismo começa a tomar corpo entre alguns setores do capital, dos políticos conservadores e da grande imprensa brasileira, ganhando espaço após anos de inflação alta e grave crise econômica. Iniciou-se o processo de privatização das estatais, abrimos a economia para o capital estrangeiro e o mercado passou a desempenhar papel preponderante na economia da nação. Fernando Henrique Cardoso segue a linha com atitudes e medidas de cunho neoliberal, como a continuidade do programa de privatização, taxa de juros excessivamente alta e a falta de medidas protecionistas à economia nacional.
O pêndulo se moveu.

Em pesquisa do Datafolha de outubro de 2002, a avaliação positiva – ótimo/bom do governo FHC era de 23%. Antes, em junho de 2002, pesquisa Ibope/CNI revelava que 52% dos entrevistados não votaria em nenhum candidato que representasse a continuidade da política econômica, apesar de algumas conquistas do governo, como a estabilidade econômica.

Veio o governo Lula, em 2002, com a manutenção da estabilidade econômica, retomada do crescimento do país, a redução da pobreza e da desigualdade social e terminou seu mandato de 8 anos com avaliação positiva de 80% da população, como 7ª economia mundial. Elegeu Dilma Rousseff como sua sucessora em 2010, sendo reeleita em 2014. Sofreu impeachment em 2016 e foi substituída por Michel Temer.

O pêndulo continuou se movimentando.

Em 2018, pela primeira vez na história, elegemos um presidente da República de extrema direita, que fez o minúsculo PSL, partido que elegeu um deputado em 2014, se tornar a segunda maior bancara da Câmara Federal, com 52 deputados. Dos 27 governadores eleitos, 15 estavam com Jair Bolsonaro no primeiro ou segundo turno.

Chegamos a 2020. A participação do Presidente da República no processo eleitoral foi pífia. Elegeu Gustavo Nunes em Ipatinga (MG) e Mão Santa em Parnaíba (PI) no primeiro turno. Capitão Wagner, em Fortaleza, e Marcelo Crivela, no Rio de Janeiro, disputaram o segundo turno e foram derrotados. Finalizando, dos 13 candidatos a prefeito que o presidente manifestou apoio em lives na internet, onze não se elegeram.

Em termos percentuais, os partidos vitoriosos nessa eleição foram o DEM, seguido por PP, PSD e Republicanos, que fazem parte do chamado Centrão. O MBD ainda mantém a maior quantidade de prefeituras no Brasil e no segundo turno o partido garantiu a vitória em onze das treze cidades em que estava na disputa, um aproveitamento de excelentes 83,33%. Se incluirmos o PSDB, que foi o maior vencedor no estado de São Paulo, com 172 prefeituras e os outros partidos menores que compõem o Centrão, juntos governarão 85% da população brasileira.

O pêndulo já se movimentou. Já está fazendo o caminho de volta. O espectro político nas eleições de 2020 mostra a convergência do eleitorado para os partidos tradicionais de centro direita, aqueles partidos oriundos da antiga ARENA – Aliança Renovadora Nacional. Magalhães Pinto, ex-governador de Minas Gerais, dizia que “a política é como uma nuvem, você olha e ela está de um jeito, olha novamente e tudo mudou”.

Certa vez perguntaram a Albert Einstein porque a mente humana conseguiu desvendar o segredo a estrutura do átomo, mas somos incapazes de desvendar os meandros da política?. E ele respondeu: É simples meu amigo. Isso ocorre porque a política é mais difícil que a física.

José Cássio Varjão é graduando em Ciência Política.

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Por sua vez, Shirzad Chamine afirma no livro Inteligência Positiva que “podemos melhorar só aquilo que observamos”. Creio, portanto, que esta frase serve de alerta para que possamos prestar atenção em nós mesmos e descobrir se, de fato, ouvimos para responder ou para compreender.

Daniel Santana || danielv.santana@hotmail.com

Ao me deparar com a pergunta estampada na imagem acima, me veio à mente o livro O Monge e O Executivo e as lições de liderança que ele ensina. Escrito pelo consultor e palestrante James C. Hunter, tornou-se uma verdadeira “bíblia” para o mundo corporativo e suscitou muita crítica positiva por parte da imprensa brasileira. Posteriormente, abordando de maneira prática os princípios de liderança do primeiro livro, o autor escreveu Como Se Tornar um Líder Servidor.

Em O Monge e O Executivo, Hunter escreve que, entre outras habilidades, ouvir é uma das mais importantes que um líder necessita desenvolver, haja vista que para conduzir pessoas é preciso prestar atenção nelas e não há melhor forma de prestar atenção às pessoas do que escutando ativamente.

Ele descreve o processo de audição em nossa mente de duas maneiras: a Seletiva e a Ativa. A primeira acontece quando escutamos para responder. Ou seja, “fazendo julgamentos sobre o que está sendo dito e pensando em maneiras de terminar a conversa ou direcioná-la de modo mais prazeroso para nós”.

Segundo Hunter “podemos pensar quatro vezes mais rápido que falamos, por isso há muito ruído interno acontecendo em nossa cabeça enquanto ouvimos” e essa é a razão pela qual algumas pessoas não conseguem ouvir atentamente e interrompem o interlocutor no meio de uma frase.

Ainda que isso ocorra de modo involuntário, essa atitude acaba transmitindo mensagens negativas como a de que a opinião dela é mais importante que a da outra pessoa e, fatalmente, vai causar algum “ruído” no relacionamento entre elas.

Já a segunda ocorre quando escutamos para compreender. Isto é, “requer esforço consciente e disciplinado para silenciar toda a conversação interna enquanto ouvimos outro ser humano”. Também chamada de escuta empática, é fruto de “uma longa e árdua disciplina para aprender a escutar, de forma que esse hábito se torne uma realidade automática”.

A capacidade de escuta empática é de suma importância para a construção de relacionamentos profícuos, pois gera confiança em ambas as partes, melhora a compreensão e a comunicação. Além do mais, valoriza o interlocutor por meio da transmissão de uma mensagem de respeito.

E essa habilidade de ouvir de forma empática é ainda mais importante para quem atua como vendedor, consultor ou em qualquer outro cargo que demande atendimento ao público e envolva negociação de uma maneira em geral, pois somente através desse processo de escuta ativa é que o profissional vai conseguir entender a “dor” de cada cliente em potencial e apresentar as soluções adequadas conforme a necessidade específica de cada um deles.

Ainda segundo Hunter, muitas pessoas acreditam serem bons ouvintes, mas na verdade não o são e, na maioria das vezes, nem sabem que não têm a habilidade de ouvir empaticamente.

Por sua vez, Shirzad Chamine afirma no livro Inteligência Positiva que “podemos melhorar só aquilo que observamos”. Creio, portanto, que esta frase serve de alerta para que possamos prestar atenção em nós mesmos e descobrir se, de fato, ouvimos para responder ou para compreender.

Daniel Vasconcelos Santana é administrador de empresas e pós-graduado em Formação de Consultores pela Uesc.

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Na comissão de transição, há muito trabalho e orçamento apertado para 2021. A equipe vem se surpreendendo com o que tem encontrado.

Andreyver Lima

A ansiedade toma conta do meio político em Itabuna, seja pelas especulações em torno do secretariado do novo governo, seja pela disputa da Mesa da Câmara.

Para os novos vereadores, o sentimento de ‘mudança’ também chegou no legislativo e apostam no Pastor Francisco (Republicanos), vereador reeleito e nome do grupo à presidência da Mesa Diretora, conforme afirmou o novo eleito Sivaldo Reis (PL), em entrevista ao Jornal Interativa News.

Aos fatos, Pr. Francisco nega ter afirmado candidatura.

Do outro lado, tem o nome do atual presidente, Ricardo Xavier (Cidadania), que conta com apoio não oficial do prefeito eleito Augusto Castro (PSD) e vem ganhando força nos bastidores, além de ter apoio do vice-prefeito eleito Guinho (Cidadania).

Na comissão de transição, há muito trabalho e orçamento apertado para 2021. A equipe vem se surpreendendo com o que tem encontrado.

Mas a ansiedade do itabunense pode ser explicada, já que desde o fim das eleições a cidade não vê o atual prefeito.

Andreyver Lima é comentarista político no Interativa News 93,7FM e editor do site sejailimitado.com.br.

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Escutei que quando quisesse qualidade eu “viajasse e trocasse de cidade”, porque em Itabuna as pessoas estavam acostumadas daquela forma e pronto. Respirei. Não troquei de cidade, mas mudei a equipe!

Manuela Berbert

A verdade é que passei a semana toda tentando sentar para escrever um artigo sobre o Dia do Empreendedorismo Feminino, data criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e comemorada no dia 19 de novembro, e não consegui. Porque ao contrário do que as redes sociais gourmetizadas passam, não tem glamour, aplausos e confetes no final do dia, nem tempo livre para frequentar o salão de beleza mais badalado da cidade três vezes na semana. O que caminha lado a lado na vida da mulher empreendedora é paciência e uma boa dose de ousadia, senão o negócio não vai!

Estamos em produção e reforma do Casarão Cola Na Manu, uma casa-bar em Itabuna, localizada na Avenida J.S. Pinheiro. A casa é a materialização de um desejo antigo, um espaço para a mistura de ritmos que a Bahia oferece, e que a gente adora. Vê-la tomando forma é uma satisfação gigantesca, mas contar com o apoio de empresas e empresários locais, a exemplo da Buriti e do arquiteto Matheus Esquivel é imprescindível.

Fazer acontecer não é tarefa das mais fáceis. Lembro de uma fase, há alguns anos, onde muita coisa era somente sonho e semente. Chamei uma parte da minha equipe e expus a vontade de ampliar um dos serviços, a exemplo de eventos que estavam acontecendo em Salvador e Vitória da Conquista. Escutei que quando quisesse qualidade eu “viajasse e trocasse de cidade”, porque em Itabuna as pessoas estavam acostumadas daquela forma e pronto. Respirei. Não troquei de cidade, mas mudei a equipe!

Manuela Berbert é publicitária.

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A associação é o espelho dos seus membros. A sua força está diretamente ligada ao desejo e a vontade dos seus atores em torná-la Municipalista, Democrática, Inovadora, Forte e Desejada.

Luciano Veiga 

Aos 36 anos de existência, a Associação dos Municípios da Região Cacaueira (Amurc) permanece forte, inovadora e desejada. Manter uma instituição viva, antenada com o seu entorno, tendo como bússola a sua missão, fortalecer o municipalismo, tornando-o forte, democrático e inovador, contribuindo, assim, para a eficiência, eficácia, efetividade e excelência da gestão pública municipal, com a visão de se tornar uma associação desejada, capaz de atender e antecipar demandas, e promover a integração associativista dos municípios, com base nos seus valores – pessoas; sustentabilidade; ética; respeito; comprometimento; transparência e inovação.

Nos últimos anos a Amurc, vem construindo uma rede de parcerias importantes, com destaque ao desenvolvimento do Programa de Apoio Institucional às Prefeituras – Agir Mais, com gestão compartilhada com a Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc), que conta com 11 fóruns de Secretários/as municipais, coordenadores e representantes da sociedade civil. O referido programa já capacitou centenas de profissionais, desenvolveu projetos, parcerias e captou recursos para atendimento às diversas demandas e desafios da gestão pública.

Em parceria com instituições de ensino superior privado, vem proporcionando descontos na mensalidade, com mais de 6 mil estudantes beneficiados dos municípios associados.

Durante a pandemia, vem realizando ações conjuntas com os gestores municipais, em sintonia com as Secretarias de Saúde dos Municípios, Estado e Ministério da Saúde, bem como envolvendo instituições em permanente debate na busca de melhores práticas de enfrentamento ao Covid-19. Recentemente assinou Termo de Cooperação Técnica com a Uesc, ampliando em dez mil a testagem PCR, buscando ampliar o monitoramento do contágio nos municípios.

A construção e consolidação do associativismo são contínuas. Os municípios como ente federado do mosaico federativo brasileiro não pode está numa condição de ilha/isolamento, mas deverá buscar sempre compor com os seus pares, através do associativismo como braço político de debate e do consórcio como braço de execução das políticas públicas.

O maior desafio, que sejas de uma associação ou consórcio, é o de se tornar uma instituição desejada. As instituições têm como principal base da sua força ou fragilidade o mesmo elemento, que são os seus associados ou consorciados. Estes quando fortes, imbuídos do espírito coletivo, formarão instituições fortes, mas quando forem individualistas, as instituições se fragilizam. A nossa região vem reiteradamente elegendo gestores melhores e com o pensamento de ser e agir coletivamente, tornando as suas instituições cada vez mais fortes, inovadoras e desejadas.

As lutas regionais como a Região Metropolitana do Sul da Bahia, a ampliação e estruturação da Rede de Saúde, com incorporação dos equipamentos e planejamento estratégico regional, incorporando a saúde como ponto relevante na formação da RM Sul da Bahia, a reestruturação dos potenciais econômicos, com a criação de novos polos industriais, serviços e logístico, o fortalecimento das economias do campo e do turismo, trabalhar o cavalete modal (porto, aeroporto, rodovias e ferrovia leste-oeste), ZPE (Zona de Processamento de Exportação), dentre tantas outras bandeiras, que gerarão o desenvolvimento sustentável dos nossos municípios, são temas trabalhados pela Amurc junto aos seus associados e a comunidade regional.

Fortalecer as parcerias com o Governo Federal e Estadual, as organizações municipalistas, Confederação Nacional dos Municípios (CNM) e União dos Municípios da Bahia (UPB), as universidades públicas (UFSB-Uesc) e privadas com os Institutos de Ensino, agentes de fomento, fundações, sociedade civil, são as bases garantidora para atendimento aos desafios e demandas municipalista.

A Associação destaca-se como instrumento de integração política e administrativa, capaz de utilizar do escopo uno do município, a escala necessária para atendimento às suas demandas individuais e coletivas. Entretanto, não pode existir sem a participação do seu associado. A associação é o espelho dos seus membros. A sua força está diretamente ligada ao desejo e a vontade dos seus atores em torná-la Municipalista, Democrática, Inovadora, Forte e Desejada.

Luciano Veiga é diretor da Amurc, advogado, administrador e especialista em Planejamento de Cidades (Uesc) e Gestão do Desenvolvimento Territorial ((Ufba).

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Como corriqueiramente acontece em Brasília, a CPI d’O Berimbau foi desfeita por não concluir coisa alguma, embora produzisse um relatório altamente consubstanciado dando conta que não poderia indiciar nenhum dos confrades ou visitantes, por absoluta falta de provas.

 

Walmir Rosário || wallaw2008@outlook.com

Após todas as mudanças possíveis e imaginárias, finalmente O Berimbau estaciona para não mais sair do famoso Beco d’O Berimbau, também apelidado de rua Dr. João Sá Rodrigues. E esse ânimo definitivo passou a influenciar na escolha das bebidas e comidas, nos frequentadores assíduos, bem chegados, tolerados e indesejáveis, com direito a figurar no livro de atas escrevinhadas pelo Secretário Plenipotenciário Tolentino (Tolé).

De uma tacada só foram escolhidos os símbolos para reverenciar a festejar o recém-chegado – desde que bem chegado –, e o sino foi um deles, que é tocado incessantemente até que tomasse assento junto aos amigos. Daí para a criação da Confraria d’O Berimbau foi um pulo, bastando lavrar na ata a fundação, a relação dos confrades e as exigências para que pudesse pertencer aos quadros da entidade.

De acordo com a consistência do balançar do sino é conhecido o nível de prestígio do chegante junto aos confrades. Se o toque alegre duradouro, bom sinal; sem grandes folguedos, o chegante não fede nem cheira; se adentrava ao recinto e o sino continuava em seu canto e mudo, vá procurar outra freguesia. E assim o sino passou a configurar entre os bens e propriedades físicas e imateriais da Confraria d’O Berimbau.

Não custa relembrar que o sino da Confraria d’O Berimbau é uma peça de trabalho e estimação, introduzido pelo fundador da entidade, Neném de Argemiro, para dar um procedimento festivo mais adequado ao anunciar aos presentes a chegada dos confrades. Dentre os símbolos da Confraria d’O Berimbau, estão o sino, o trombone e a caneca de esmalte, na qual Neném de Argemiro sorvia preciosos goles das boas cachaças servidas com generosidade.

Com o passar do tempo, volta e meia o sino era retirado furtivamente por um indesejável, quem sabe insatisfeito com o tratamento nada receptivo. Do mesmo jeito em que o sino sumia, semanas depois aparecia, misteriosamente. Só poderia ser um mau feito de algum engraçadinho especializado no sumiço do sino, deixando os confrades sem a tão festiva recepção nas assembleias de sábado.

Cerca de uns dois anos depois, o furtivo larápio mudou o modus operandi ao deixar o sino à vista dos confrades, porém completamente mudo, sem o badalo, retirado com maestria, é bom que se diga. E não houve investigação que conseguisse descobrir o meliante inimigo do badalar do sino, cujo ritual seria imprescindível para dar as boas-vindas aos confrades e os visitantes mais chegados.

Foi preciso o Secretário Plenipotenciário da Confraria d’O Berimbau, Gilbertão Mineiro, decidir instalar uma CPI para apurar o sumiço do badalo do conceituado sino vítima constante de sumiço. Prometendo apurar com rigor, concedeu o prazo de uma semana para que os membros da CPI encarregados das investigações de um dos equipamentos mais importantes da Confraria desse início ao competente inquérito.

De acordo com as primeiras sindicâncias, o badalo do festejado sino teria sido surrupiado por um dos confrades que não tem no toque do sino a festejada celebração no recebimento dos confrades. Pelo sim, pelo não, a comissão de sindicância resolveu ampliar a investigação a novos confrades, notadamente os que se enquadravam na conduta de condição de “inimigos do sino”.

Ouvidos pelos membros da comissão de sindicância no expediente de sábado, os confrades negaram com veemência qualquer ligação com o sumiço do badalo. Também foram ouvidos pessoas consideradas suspeitas que trabalham na área, com a finalidade de saber quem esteve no ambiente, mesmo fora do horário, e sorrateiramente, desviou o badalo.

Diante da inutilidade do poder de investigação dos membros da CPI, foi publicado um edital para adquirir um novo badalo para o famoso símbolo d’O Berimbau, no sentido de conclamar os artesãos canavieirenses a se candidatem a fabricar um badalo para o descomposto sino. Pelo sim, pelo não, o presidente Zé do Gás resolveu instalar uma rede de câmeras para espionar quem seria responsável pelo tresloucado gesto de esconder o badalo.

Como corriqueiramente acontece em Brasília, a CPI d’O Berimbau foi desfeita por não concluir coisa alguma, embora produzisse um relatório altamente consubstanciado dando conta que não poderia indiciar nenhum dos confrades ou visitantes, por absoluta falta de provas. E de acordo com as leis, nem mesmo poderia declinar os nomes dos suspeitos para não incorrerem nos rigores da legislação.

Se o sistema de câmeras não funcionar só recorrendo ao FBI.

Walmir Rosário é radialista, jornalista e advogado.

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A fragmentação do eleitorado em várias candidaturas bastante competitivas e a menor restrição ao nome de Augusto Castro facilitaram a sua vitória.

Agenor Gasparetto

Como é praxe desde a criação do instituto, em 1990, após cada eleição, no formato jornal impresso e, atualmente, por mídias eletrônicas, realizamos uma balanço, comparando resultados das urnas em relação à pesquisa registrada ou à última pesquisa realizada nos municípios. Neste texto apresentamos os dados de Itabuna e Ilhéus.

(*) Prefeito, candidato à reeleição, candidatura sub judice / (**) Ex-prefeito de Itabuna, candidatura sub judice                                                                                                                                Fonte: Pesquisa registrada no TSE sob o Nº BA-05162/2020. Amostra 1.100 eleitores, com um erro amostral de 3%; no período de 3 a 6 de novembro.

Em Itabuna, no período anterior à pandemia, lideravam as pesquisas pela ordem Dr. Mangabeira, Capitão Azevedo e Augusto Castro, os dois primeiros próximos aos 20% de intenções de voto e Augusto Castro, em terceiro, entre 12 e 15%. A partir da retomada das pesquisas em agosto, o quadro começou a se alterar. Augusto Castro, recuperado após longo período de internação pela Covid-19, começou a melhorar seu desempenho. A partir de meados de outubro, já se desenhava um cenário como provável vitorioso. Em fins de outubro alcançou patamar pouco superior a 30 pontos e se manteve com pequenas taxas de crescimento ao longo das semanas seguintes. Paralelamente, Dr. Mangabeira passou a perder aderência, estabilizando-se próximo a pouco mais de 10%. Capitão Azevedo também perdeu aderência, ficando num patamar próximo aos 15%. O prefeito Fernando Gomes entrou tardiamente na campanha, e ocupou um patamar próximo aos 15 pontos percentuais, alternado segunda posição com Azevedo. Geraldo Simões, Charliane Sousa e Dr. Isaac Nery, se situavam num patamar pouco inferior a 5 pontos. A fragmentação do eleitorado em várias candidaturas bastante competitivas e a menor restrição ao nome de Augusto Castro facilitaram a sua vitória.

Acompanhando as eleições em Itabuna desde 1992, esta eleição fugiu ao padrão itabunense de disputa eleitoral, caracterizado por disputas muito acirradas em que no domingo anterior à eleição, havia situações de empate técnico, diferenças apertadas e uma expectativa de virada de última hora. Nesta eleição, isto não se repetiu. Nas últimas quatro pesquisas realizadas por nosso instituto, ao longo dos últimos dois meses, em todas elas o cenário se manteve e a urna confirmou. Nesse sentido, de todas as eleições acompanhadas até hoje pelo instituto, esta foi a mais fácil, a mais previsível. Seu padrão se aproximou ao da vizinha Ilhéus, caracterizado pela previsibilidade, pela grande antecedência.

Amostra: 1.027 eleitores, com um erro amostral de 3%; no período de 5 a 7 de novembro. Essa pesquisa não foi registrada.

Ilhéus, mais uma vez, como sempre aconteceu desde que nosso instituto passou a acompanhar eleições, 1992, com meses de antecedência já era possível antever o vencedor. Desta vez, ainda que um pouco mais tardiamente, também se observou esse padrão. Todavia, antes da pandemia, se alguém me perguntasse se o prefeito poderia se reeleger, da perspectiva da pesquisa, seria categórico: improvável. Provavelmente, não! No entanto, a pandemia criou um clima em que os prefeitos dos municípios, como regra, melhoram sua imagem, e estudos poderão comprovar que a maior parte fez sucessor ou se reelegeu. Ilhéus foi um dos casos em que isto aconteceu. Entender como se deu esse processo e suas nuanças merece ser objeto de estudo aprofundado.

Obviamente, no caso de Ilhéus, há ainda dois componentes relevantes e que merecem destaque: o primeiro, a ação do Governo do Estado, destacando-se a inauguração da nova ponte, um novo cartão postal de Ilhéus, e o prolongamento da via que dá para as praias do sul. E o segundo fator, que poderia ter resultado em desfecho diferente, a fragmentação da oposição, destacando-se Valderico Jr. e Cacá, mas também Professor Reinaldo, Cosme Araújo e Bernardete. Caso houvesse uma polarização, uma eleição plebiscitária, o atual prefeito correria sérios riscos de não se reeleger. Mas se elegeu com relativa facilidade por esse conjunto de circunstâncias. O quadro captado pela urna e pelas pesquisas se manteve estabilizado com semanas de antecedência.

Agenor Gasparetto é sóciólogo e diretor da GPE-Sócio Estatística.

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A Gasparetto Pesquisas e Estatísticas sempre acertou seus prognósticos. Sinal de que competência. Profissionalismo e credibilidade são seu grande capital.

Luiz Conceição

Ainda inebriado pela vitória da campanha de Augusto Castro e Guinho me dou conta de que a empresa Gasparetto Pesquisas e Estatísticas acertou novamente na pesquisa que apura intenções de voto em Itabuna para a prefeitura. No sábado, 7, a pesquisa apontou o candidato Augusto Castro (PSD) líder absoluto, com 31,82%, na pesquisa estimulada, quando a cartela com os nomes dos candidatos é apresentada.

Na eleição, o percentual do vitorioso foi de 39,50% dos votos válidos. A vitória superou 23.050 votos sobre o segundo colocado. Nenhum prefeito se elegeu antes com tal margem esmadora de votos em Itabuna.

O prognóstico se confirmou, inclusive em relação ao segundo colocado, com menos da metade das intenções de votos do primeiro colocado. Capitão Azevedo (PL), aparecia com 15,73%. Na terceira colocação, o atual prefeito e candidato à reeleição Fernando Gomes (PTC), com 13,91%, seguido pelos candidatos Antônio Mangabeira (PDT), com 9,64%.

A discrepância ficou por conta da subida extraordinária, na reta final, do candidato Doutor Isaac Neri (Avante) que registrou 7,25% na eleição, quando na pesquisa da GPE tinha apenas 3,55% e na queda do candidato Geraldo Simões (PT), que obteve 5,46% ante 4,82% na sondagem.

Entre os demais candidatos, a atual vereadora Charliane Souza (MDB) registrava 3,18%. Os candidatos Pedro Eliodoro (UP) e Professor Max (PSOL) têm 0,36%. Nas últimas colocações estão os candidatos Edmilton Carneiro (PSDB), 0,18%, e Alfredo Melo (PV), com 0,09%.

A pesquisa eleitoral presencial, registrada no TSE sob o número BA-05162/2020, ouviu 1.100 pessoas, entre os dias 3 e 6 /11, tinha nível de confiança de 95% e margem de erro 3 pontos percentuais para mais ou para menos.

Gasparetto, da Gasparetto Pesquisas e Sócio-Estatística

Em seu relatório o sociólogo Agenor Gasparetto anotou: “Eleitoralmente falando, Augusto Castro lidera em todos os critérios e tem a menor taxa de restrição/rejeição”, diz. “Em suma, a situação se encaminha para a eleição do candidato Augusto Castro. Sua principal vantagem está na sua menor taxa de restrição/rejeição” afirma. Bingo.

Para os incrédulos, a pesquisa registrou com fidelidade quase absoluta o cenário político de Itabuna.

A Gasparetto Pesquisas e Estatísticas sempre acertou seus prognósticos. Sinal de que competência. Profissionalismo e credibilidade são seu grande capital.

Também quero deixar meus parabéns à harmoniosa equipe do marketing da campanha vitoriosa.

Muito obrigado a Cláudio Rodrigues, Bolívar Bernardo Pinto, Luciano Ferreira, Ricardo Ozzy, William Costa, Regina Lima, Mariela Nunes, Tiago Gonçalves, Éricles Silva e Silas Lima, os editores Marcelo Santana e Álvaro Silva e os cinegrafistas Itan Viana, Renato Carvalheira e Elton Viana, Júlia Rovena, Letícia Oliveira e Lucas Matos.

Portanto, não só a Gasparetto Pesquisas e Estatísticas está de parabéns. A equipe também. Axé!

Luiz Conceição é jornalista.

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A esperança de mais e mais ruas pavimentadas e coloridas, elevando a autoestima da população carente, como ele sonhou, projetou e fez. A esperança de um olhar realizador, de fato. E acima de tudo, é lembrar que Deus não escolhe os capacitados, e sim capacita os escolhidos.

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

Eu poderia começar esse texto dizendo que o título é inspirado na música Zé Do Caroço, que conta a história de um cara que quer ver o bem da favela, mas vou começar contando que exatamente no momento da virada deste ano, quando acompanhei Fabrício Pancadinha em um show em Canavieiras, disse: “2020 é o ano da verdade!” Extremamente religioso e dono de um tom de voz e de uma personalidade totalmente diferente do que se vê nos palcos e trios, ele me respondeu: “E que Deus nos abençoe!”

Escrevo, hoje, com um sentimento completamente diferente do que escrevi o texto “Tem um negro fazendo a diferença na sua cidade, mas você não vê”, no meio do ano. Escrevo com um sentimento completamente diferente, também, do texto onde expus, na última semana, a minha torcida por ele e seu grupo. Fechei o ciclo dos artigos em que “pedia” atenção para aquilo tudo que ele vinha fazendo. Hoje, um dia após as eleições de Itabuna, quando ele aparece como o vereador mais votado da cidade, ouso escrever que está nascendo um novo líder, e que a população já está aí, provando isso.

Diretamente da periferia, negro, Fabrício nem de longe tem a história que muitos imaginam. Apesar de puxar as maiores multidões da cidade nos carnavais, sua votação expressiva vem de muito trabalho prestado ao seu próprio povo, com um projeto social que atende quase 400 pessoas, assistência real a centenas de famílias, e uma verdadeira transformação no Bairro São Pedro.

Paralelamente ao artista de massa tem um cara simples, tímido, e de um coração gigante, que desce dos palcos e gasta o próprio cachê melhorando a vida das pessoas ao redor. Lembro de uma passagem, no auge do isolamento social, quando enviei uma mensagem perguntando o que ele estava fazendo, e lamentando o “tédio” do conforto do meu lar. “Vá assistir televisão, negona! Estou ocupado”. A mensagem veio acompanhada de uma foto dele, no sol, concretando uma rua com outros moradores, e nas entrelinhas uma das milhares lições de vida que ele me dá, diariamente.

Ver Fabrício ter sido escolhido pelo povo, como seu representante, é ter a esperança de uma periferia mais digna. A esperança da ampliação do projeto Alô Comunidade, que já mudou a realidade de muitos jovens. A esperança de mais e mais ruas pavimentadas e coloridas, elevando a autoestima da população carente, como ele sonhou, projetou e fez. A esperança de um olhar realizador, de fato. E acima de tudo, é lembrar que Deus não escolhe os capacitados, e sim capacita os escolhidos. Vai com tudo, neguinho! Você já faz a diferença DE VERDADE!

Manuela Berbert é publicitária.

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A solidão das urnas é democrática e infiel, e, no apagar das luzes, às 17 horas, muitas vezes chegam a decepção, a angústia e os tantos questionamentos que os tapinhas nas costas, cômodos porém falsos, ludibriaram. Muita calma nesta hora, Senhores! Dia 15 é logo ali!

Manuela Berbert || manuelaberbert@yahoo.com.br

O ano é 2020, e a poucos dias das eleições municipais a sensação é de que as pessoas esqueceram disso. Principalmente os iniciantes, estejam eles como candidatos, assessores ou meros colaboradores deste universo extremamente sedutor, que infla egos e expõe arrogâncias desnecessárias.

Em Itabuna o jogo é um tanto misterioso. Poderia contar inúmeras passagens, mas irei me ater a duas delas. Lembro de um momento em que eu morava em Aracaju, sempre apaixonada por jornalismo e política. Vim votar. Almocei na casa de Eduardo Anunciação, maior articulista político regional da época, com quem compartilhei a evolução do PT na capital sergipana através do então prefeito Marcelo Déda. “Tio, este é o momento do Partido dos Trabalhadores.  Vou tirar um cochilo. Quando acordar, vou na casa de Geraldo Simões (PT). Quero lhe apresentar a ele, ainda, que será reeleito hoje!”

À noite, com as urnas abertas, Fernando Gomes era o prefeito da cidade!

Em 2012, Azevedo era prefeito, adorado pela grande massa. “Temos um Sassá Mutema, idolatrado na periferia”, me disse uma das jornalistas da campanha, que teria vindo de fora apresentar o programa, no auge da ostentação do seu então grupo político.

Na véspera das eleições o clima era de total comemoração. Cargos e até novos salários sendo combinados. “Manu, você vai assumir a Comunicação da Emasa! Você está pronta!”, escutei. Calada estava, calada continuei. Os homens que acham que sabem tudo ignoram que as mulheres nascem com um negocinho chamado sexto-sentido e, no mínimo, ele me dizia que aquilo tudo que eu estava presenciando era de uma soberba surreal. No outro dia, Vane era o prefeito eleito!

O mundo é vasto, e o mundo político é traiçoeiro. Por vezes, quem está do seu lado nem está caminhando realmente com você. A solidão das urnas é democrática e infiel, e, no apagar das luzes, às 17 horas, muitas vezes chegam a decepção, a angústia e os tantos questionamentos que os tapinhas nas costas, cômodos porém falsos, ludibriaram. Muita calma nesta hora, Senhores! Dia 15 é logo ali!

Manuela Berbert é publicitária.