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Ricardo Alban, presidente da Fieb (Foto Pimenta).
Alban, presidente da Fieb (Foto Pimenta).

Presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban inaugurou na última sexta (2), na Rodovia Ilhéus-Itabuna (BR-415), a unidade integrada de ensino e capacitação profissional. O complexo reúne serviços IEL, Sesi e Senai, representando investimento superior a R$ 19 milhões.

Após a inauguração da unidade ilheense, Alban concedeu entrevista ao PIMENTA. Abordou o processo de interiorização da indústria na Bahia, investimentos em qualificação profissional e a necessidade das reformas previdenciária e trabalhista.

Para ele, não deve haver solução de continuidade na votação das reformas, apesar da crise política instalada em Brasília. Também aborda o embate ético que juntou grupos de empresários e políticos. Alban defende atitude proativa. Assim como o dirigente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), Robson Braga de Andrade, Alban separa a minoria dos empresários corruptos daquilo que representa o empreendedor brasileiro. Confira:

PIMENTA – O sr. defende que, apesar da crise política, não haja solução de continuidade na votação das reformas trabalhista e previdenciária. Por que o sr. considera as reformas imprescindíveis?

ALBAN – As reformas são necessárias para criar as condições macroeconômicas e o país volte a crescer. Não podemos conviver com legislação trabalhista de 50, 60 anos atrás. O mundo mudou, as relações de trabalho mudaram. O trabalhador hoje não é o mesmo de 60 anos atrás. Temos que modernizar. Eu não enxergo perdas de direitos [com as reformas], mas de buscar o negociado sobre o legislado. Óbvio que temos que ter certos controles.

PIMENTA – E a reforma previdenciária?

ALBAN – O governo anterior já mostrava essa necessidade [da reforma previdenciária]. O mundo inteiro já fez. A França já fez duas vezes, os Estados Unidos… Nós estamos em um mundo cada vez mais longevo. O mundo está ficando velho. Precisamos adequar a realidade de longevidade com a capacidade financeira de manter os programas de previdência.

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DEBATE ÉTICO – Existem empresários e empresários, políticos e políticos. Isso tudo faz parte de uma sociedade. O que não podemos é fazer com que uma realidade minoritária prevaleça sobre uma realidade total. Precisamos dar muito mais valor aos bons exemplos e atitudes positivas.

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PIMENTA – O presidente da CNI abordou o debate ético ao citar relacionamento entre o empresariado e os políticos. O que os empresários podem fazer para mudar estas práticas?

ALBAN – Nós já colaboramos. Logicamente, existem empresários e empresários, políticos e políticos. Isso tudo faz parte de uma sociedade. O que não podemos é fazer com que uma realidade minoritária prevaleça sobre uma realidade total. Precisamos dar muito mais valor aos bons exemplos e atitudes positivas do que ficar sempre valorizando os maus exemplos. Óbvio que precisamos corrigir, tomar as providências necessárias. Precisamos pensar proativamente. Precisamos consertar o presente, mas sem perder de vista o depois, o amanhã.

PIMENTA – As unidades integradas da Fieb são parte dessa filosofia?

ALBAN – Isso é um dever nosso. É uma prova inequívoca que o Sistema S dá resultado. Esses recursos [para construir unidades de ensino e capacitação] são das empresas, não são recursos tirados do trabalhador. Nós também somos responsáveis por criar as condições quer seja de educação, quer seja de profissionalização, quer seja de inovação e de sustentabilidade na área da indústria.

PIMENTA – Qual o impacto da Unidade Integrada ilheense para a indústria sul-baiana?

ALBAN – Com certeza, nosso objetivo é que as unidades integradas representem um processo de industrialização em todo o estado da Bahia. Estamos fazendo esse equipamento aqui, em Ilhéus, também em Vitória da Conquista, Luís Eduardo Magalhães, em Barreiras, Feira de Santana e, até o próximo ano, em Juazeiro. Criamos as condições de interiorização da indústria e, com isso, nós teremos uma Bahia mais igual, mais equitativa no processo industrial.

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Marão Entrevista 29.03.2017
Mário Alexandre, de Ilhéus, fala de operação e reflexos no governo (Foto Pimenta).

Após decretar situação de emergência na Secretaria de Desenvolvimento Social na última semana, o prefeito Mário Alexandre, Marão (PSD), disse que a ordem é não parar os serviços da Pasta. O gestor avaliou como “triste, negativo” para a cidade o impacto da Operação Citrus.

A investigação do Ministério Público Estadual (MP-BA) resultou em seis prisões temporárias, dentre as quais a de dois ex-secretários, um deles reeleito vereador mais votado de Ilhéus, Jamil Ocké (PP), que permanece no Presídio Ariston Cardoso. Marão disse ter ficado surpreendido com os nomes envolvidos, embora – e sem emitir juízo de valor – ressalte que todos estão tendo direito a defesa.

Ontem à tarde, Marão participou de evento da Caravana Pacto pela Vida, na Rodovia Ilhéus-Itabuna, onde foram entregues viaturas para as polícias civil e militar e para grupamentos do Corpo de Bombeiros em Ilhéus e Itabuna. Afirmou que a luta tem sido em elevar a autoestima do ilheense. Abaixo, numa entrevista ao site, o prefeito fala de providências do governo no âmbito da Operação Citrus.

BLOG PIMENTA – A Operação Citrus abrange período de oito anos, a partir de 2009. Quais os efeitos da operação no seu governo?
MÁRIO ALEXANDRE (MARÃO) –
Para a cidade, foi triste, negativo. Colocamos o governo às ordens da promotoria e do judiciário para auxiliar nas investigações. Por recomendação do Ministério Público Estadual, tivemos que cancelar os contratos com as empresas envolvidas na Operação Citrus. Estamos fazendo contratação emergencial para a secretaria (de Desenvolvimento Social) não parar.

PIMENTA – Essa contratação emergencial já foi feita?
MARÃO –
As contrações estão sendo feitas. Passamos à Procuradoria-Geral do Município para seguirmos os trâmites e fazermos as novas contratações.

PIMENTA – A secretaria continuará fechada ao público?
MARÃO –
A nossa orientação é para que funcione normalmente.

PIMENTA – Os contratos suspeitos com a deflagração da Citrus foram firmados neste governo?
MARÃO –
Esses contratos foram prorrogados, por 90 dias [no início da gestão], enquanto fazíamos nova licitação. Em Ilhéus, não decretamos situação de emergência, aliás um dos poucos [municípios] na Bahia.

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OPERAÇÃO CITRUS – Qualquer fato negativo desses é ruim para quem faz política, para quem está no meio político, mas a gente leva a questão positiva da cidade, levantando a autoestima do nosso povo, de ver uma cidade melhor, de vermos uma cidade com infraestrutura melhor, turismo.

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PIMENTA – Fez na saúde.
MARÃO –
Na Saúde, porque os contratos já tinham sido vencidos. Mas fomos um dos poucos na Bahia que decretamos situação emergencial em nenhum setor, inclusive parabenizado pela associação dos municípios da Bahia.

PIMENTA – O ambiente político na cidade ico tenso. E o governo, está tranquilo quanto à operação?
MARÃO –
Sim. Qualquer fato negativo desses é ruim para quem faz política, para quem está no meio político, mas a gente leva a questão positiva da cidade, levantando a autoestima do nosso povo, de ver uma cidade melhor, de vermos uma cidade com infraestrutura melhor, turismo. Tenho orientado a nossa equipe a passar esse pensamento positivo, não só da nossa cidade, mas da região.

PIMENTA – Para o senhor, foi uma surpresa os nomes dos personagens envolvidos na operação?
MARÃO –
É sempre surpreendente. A gente que não conhecia esse tipo de trabalho… A gente se surpreende, a prisão… Eles também têm como se defender. A prisão é temporária. E aí, a partir da acusação e da defesa, é que vai se chegar a um veredito final…

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Neto diz que missão é consolidação como shopping completo até 2018 (Foto FEmpresarial).
Neto diz que missão é consolidação como shopping completo até 2018 (Foto FEmpresarial).

O Jequitibá trabalha para consolidar-se como shopping center completo até 2018, revela o diretor do Grupo Chaves, Manoel Chaves Neto, nesta entrevista. “Para que isso aconteça, temos que ter um shopping com cinema, academia, restaurantes, espaço para medicina e laboratório etc”, completa.

O executivo do Grupo Chaves também aborda, nesta entrevista, a crise econômica nacional e emite opinião quanto ao futuro da Empresa Municipal de Águas e Saneamento (Emasa).

Neto fala, ainda, das obras de construção da primeira unidade de uma das principais redes de loja de departamentos, a Renner, no sul da Bahia. A previsão é de que a inauguração ocorra antes do Dia das Mães. Confira.

Estrutura sendo edificada para abrigar loja e mais operações do shopping.
Montagem da estrutura da Renner e – em breve – cinema e estacionamento.

As obras estão dentro do prazo?

Sim. Iniciamos as obras da Renner em 13 de novembro. Ontem (sábado, 14), finalizamos toda a montagem estrutural – pilares, vigas e lajes – faltando apenas fechamento lateral e impermeabilização.

Toda esta obra foi para Renner?

A Renner terá uma loja de 2.100 metros quadrados em 2 andares, ligados internamente por escadas rolantes, escadas fixas e elevadores. Acima da Renner, no L3, já fizemos investimentos para que, num futuro próximo, utilizemos como estacionamento. Aproveitamos esta intervenção para fazer fundações e colocar pilares que suportem construção de deck park, prédio comercial, cinema…

A fase de fundação e montagem foi bem rápida. O que permitiu essa agilidade?

Optamos pelo método construtivo com pré-moldados, método este que nos dá mais velocidade, diante da necessidade da Renner de inaugurar a loja antes dos Dia das Mães. As equipes do shopping e da obra, afinadas com os objetivos comuns, foram também fundamentais para este êxito.

Estrutura terá capacidade para várias operações do shopping, incluindo academia e espaço para medicina e laboratório.
Estrutura terá capacidade para várias operações do shopping, incluindo academia e espaço para medicina e laboratório.

Qual a estimativa de geração de empregos com a Renner?

Nós acreditamos que uma loja deste porte deva gerar, inicialmente, 80 postos de trabalhos, sendo ao longo do tempo readequados para a realidade, entre 50 a 70 empregos.

A crise econômica tem afetado o movimento do Jequitibá?

Seríamos irresponsáveis se disséssemos que não, pois a crise atinge toda a população, de A a Z, quem consome, quem faz o varejo. Falando da crise no shopping, asseguro que atinge numa proporção bem pequena, sendo certo que são problemas pontuais. O que mais me preocupa é a falta de chuva, falta de água em nossa região.

Clique no “leia mais” e confira a íntegra da entrevista.Leia Mais

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Secretário estadual Josias Gomes durante caminhada em Itabuna, ontem.
Josias Gomes, ao centro, durante caminhada de Geraldo, em Itabuna, ontem.

Secretário de Relações Institucionais da Bahia,  Josias Gomes disse enxergar com otimismo o cenário político-eleitoral de 2016 para a base aliada do governador Rui Costa. Ontem (1º), após participar de evento com o candidato a prefeito de Itabuna pelo PT, Geraldo Simões, o secretário concedeu entrevista ao PIMENTA.

Para Josias, os resultados deste domingo serão “importantes para continuar sustentando, politicamente, o governo estadual” e as gestões aliadas. “A eleição municipal acaba sendo um termômetro [para 2018]”, reconhece, embora observe que existam outras variáveis importantes. Josias também trata, na entrevista, de um resultado em particular, o do PT em Vitória da Conquista.

BLOG PIMENTA – Quais são as perspectivas do governo para este domingo?

JOSIAS GOMES – Nós estamos otimistas quanto ao resultado eleitoral. Percorremos todo o estado e temos expectativa muita otimista, sobretudo em grandes cidades. Com certeza, teremos resultado excelente. Mesmo onde não ganharmos, nossas votações serão importantes para continuar sustentando, politicamente, o governo e os nossos aliados.

PIMENTA – Deverá ter peso decisivo para 2018?

JOSIAS – A eleição municipal acaba sendo termômetro. No entanto isso não é um axioma. É uma realidade que, na política, a gente trata como sendo, mas existem outras variáveis que devem ser levadas em conta. De todo modo, temos a clareza de que esta eleição será importante para o governo.

PIMENTA – O presidente do PT, Everaldo Anunciação, aposta que a base aliada deva fazer 70% das prefeituras. O governo também faz essa estimativa?

JOSIAS – Pessoalmente, tenho avaliação muito positiva. Nos últimos dias, tem havido mudança muito significativa em cidades que não considerávamos sequer a possibilidade da disputa e hoje estamos em condições de vitória

PIMENTA – Quais?

JOSIAS – Não vou citá-las, mas são algumas das maiores cidades da Bahia. Por exemplo, Irecê, tínhamos candidatura que não era considerada competitiva e hoje está para ganhar. Mas não tenho, percentualmente, previsão, se 40%, 50% ou 60%.

PIMENTA – Uma das prefeituras-símbolo do PT no Brasil é Vitória da Conquista. Lá, o candidato da oposição liderava as pesquisas. Qual cenário para este domingo?

JOSIAS – Trabalhamos com algumas candidaturas da base aliada para levar o pleito para o segundo turno. As outras candidaturas lançadas não estão tendo essa condição em Conquista. Ao que tudo indica, teremos eleição em primeiro turno, mas a condição de Zé Raimundo (PT) melhorou muito nas duas últimas semanas.

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Juvenal: Ceplac precisa ir além dos portões.
Juvenal Maynart.

Juvenal Maynart, ex-superintendente regional da Ceplac, tem uma visão polêmica do órgão federal que, por décadas, foi uma das principais referência para a antes pujante região sul da Bahia. Para ele, o que antes era sinônimo de região cacaueira hoje precisa se reinventar. “A modernidade chegou e engoliu a velha Ceplac”.

O ex-superintendente empolga-se ao falar de outros temas que se relacionam ao – e com o – órgão federal, a exemplo de sistema cabruca e Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB). Para ele, a instalação do Centro de Formação em Tecnologias Agroflorestais representa um novo paradigma, assim como a própria universidade.

Confira um papo rápido com ele, que, na segunda passada, disse rejeitar um retorno ao comando regional da Ceplac. 

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A UFSB acaba de lançar um equipamento que sequer estava previsto para Itabuna, em seu planejamento inicial. O que muda na relação institucional e como o produtor e a sociedade vão ser beneficiados?

Juvenal Maynart – Entendo que a instalação do Centro de Formação em Tecnologias Agroflorestais, numa proposta de levar domínio dessas tecnologias – com a transversalidade da sustentabilidade ao produtor, será uma revolução na ciência e na extensão rural. É a ocupação do novo paradigma. A implantação de uma visão da extensão que levará engenheiros florestais e agrônomos a núcleos regionais, em que a ciência prática será a validadora do final de cursos de cada discente (aluno), um projeto com aplicação prática será o passaporte para a conclusão do curso. É uma visão totalmente nova de extensão.

Explique o que o senhor chama de novo paradigma na ciência e na extensão. Para onde ele nos levaria, em sua visão?

Juvenal – É uma visão de extensão multiplicada com tecnologia, inovação, sustentabilidade e, acima de tudo, a matriz de cacau cabruca em usos de Áreas de Proteção Permanente (APP), a implantação de reservas legais com árvores nativas, dentro de um projeto maior, a Conservação Produtiva, que é o que foi validado na Rio+20. Aonde nos levaria? À recuperação das bacias dos rios Cachoeira e do Almada. Falei de tecnologia, uso do sistema cabruca em APP, implantação de reservas com nativas. Isso resultaria na recuperação das nascentes e das nossas bacias.

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A Ceplac ainda fala em contratar novos extensionistas para ir de porteira em porteira, chegando pela manhã e saindo à tarde, esperando o almoço do fazendeiro e pleiteando meia diária do governo.

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A UFSB vai “engolir” a Ceplac?

Juvenal – Estamos falando de uma instituição que tem, nesse campo de que tratamos, um pró-reitor que emplacou um artigo na capa da Nature. A Ceplac se tornou uma instituição analógica. Falei que a nova extensão é revolucionária, exatamente, porque prevê uma multiplicação a partir de um uso intenso da tecnologia. A Ceplac ainda fala em contratar novos extensionistas para ir de porteira em porteira, chegando pela manhã e saindo à tarde, esperando o almoço do fazendeiro e pleiteando meia diária do governo. Não há espaço para esse extensionista no modelo proposto pela UFSB.

Vai engolir?

Juvenal – A modernidade chegou e engoliu a velha Ceplac, mesmo que esta ainda não tenha sido digerida. Já a UFSB, chega antenada com a modernidade no fazer científico. O que a sociedade clama é que a Ceplac seja capaz de se ajustar ao novo paradigma, que seja mais moderna, que se insira dentro da GigaSul, a rede de banda larga que vai atender a UFSB, mas também às outras instituições. Claro, não é apenas estar dentro dessa rede, mas o que vai se fazer estando ali.

O que quer a Ceplac?

Juvenal – Na verdade, a luta do velho é pela manutenção do status quo. Quando falo do velho, falo de seu corpo diretivo. A luta do velho é apenas por um mecanismo que dá a ele plenos poderes, que é a singularidade ceplaqueana. Querem ser autônomos, distantes do Ministério da Agricultura. Será que essa singularidade é boa para a sociedade? Claro que não. Essa luta pelo velho modelo só atende a esse desejo de se manter fechado dentro daqueles portões.

Há saída?

Juvenal – Claro. Se o velho estiver disposto a se adaptar ao novo modelo, é claro que a sociedade abraça. Agora, não dá para continuar eternamente enganando. A sociedade está atenta, os produtores melhoraram seu discurso e a imprensa está acompanhando tudo.

O senhor já foi superintendente para a Bahia e foi coautor desse processo de aproximação entre Ceplac e UFSB. Voltaria a dirigir o órgão nesse momento?

Juvenal – Como agente político, em exercício pleno dessa proposta, como quadro de meu partido, [o PMDB], estou disposto a ajudar no debate. Agora, pensar numa volta à Superintendência, jamais. Me sinto realizado com o trabalho feito. Figurinha repetida não completa álbum.

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Prefeito ao anunciar, hoje, que fará concessão da Emasa.
Prefeito ao anunciar, hoje, que fará concessão da Emasa.

A crise hídrica tornou a Emasa inviável, segundo disse o prefeito Claudevane Leite (Vane do Renascer) em entrevista exclusiva ao PIMENTA. O baque financeiro provocado pela falta d´água e a forte queda na arrecadação da empresa seriam os motivos para decidir passá-la à iniciativa privada por meio de concessão.

Durante a entrevista, o prefeito rejeita especulações que ligam o interesse na privatização à campanha eleitoral e disse que medidas serão tomadas para garantir tarifa de água justa, mesmo diante da necessidade de investimentos de R$ 500 milhões no sistema. De acordo com ele, haverá reajuste, mas não aumento da conta de água.

Vane também explica porque considerou inviável repassar a Emasa para o comando do governo estadual, via Embasa. Conforme disse na entrevista, a empresa estadual não teria, neste momento, como assegurar a manutenção dos empregos e os investimentos necessários. Confira a íntegra da entrevista abaixo.

Blog Pimenta – O senhor disse em artigo que não privatizaria a empresa. Acabou optando pela concessão. Por que não devolvê-la à Embasa?

Vane do Renascer – Desde 2013, o governo estadual solicitava que nós repassássemos os serviços de água e esgoto para a Embasa. Quando a unidade estava com o Estado, era a terceira da Bahia. Só perdia [em arrecadação] para as unidades de Feira de Santana e de Salvador. Em 2013, quando assumimos, a Emasa devia R$ 85 milhões. A cidade tinha zero por cento de esgoto tratado. Mesmo assim, não desistimos dela. Fizemos investimentos, reduzimos gastos e o número de comissionados para 60%. A crise hídrica inviabilizou a empresa.

A situação está muito difícil. O sindicato [Sindae] é contrário. Mas, como prefeito, tenho que pensar nos funcionários e na cidade também, no que é melhor para o município.

Pimenta – Inviabilizou de que forma?

Vane – Com a água salobra, muitos [consumidores] deixaram de pagar a conta de água. A empresa ficou fragilizada financeiramente. Arrecadávamos R$ 3,8 milhões por mês. Hoje, não passa de R$ 2,6 milhões. Porém, os gastos aumentaram demais. Decretamos situação de emergência, mas esse decreto leva algum tempo para ser reconhecido. Os primeiros meses da crise nós tivemos que assumir sozinhos.

Pimenta – Quais as garantias de que a concessão vai melhorar o sistema de abastecimento e como ficam os funcionários da Emasa?

Vane – Conversamos com o servidor hoje. Para fazer a concessão, primeiro queremos a garantia de que a nova empresa vai absorver esse pessoal. Se a empresa [que ganhar a licitação] não assumir, [parte dos funcionários] ficará com a Emasa, que não deixará de existir. Vai atuar como agência  [de saneamento]. A empresa vencedora terá que investir R$ 500 milhões e isso estará no edital. A situação da cidade está muito difícil. O sindicato [Sindae] é contrário. Mas, como prefeito, tenho que pensar nos funcionários e e na cidade também, no que é melhor para o município.

Não houve garantia [da Embasa] para os funcionários nem para os investimentos necessários. A cidade não pode continuar nessa crise [de falta de água].

Pimenta – Voltando à questão Embasa. Devolver o sistema para o estado não seria a melhor solução?

Vane – Não, pois não houve garantia para os funcionários nem para os investimentos necessários. A cidade não pode continuar nessa crise [de falta de água].

Pimenta – Quais são os prazos com os quais o senhor trabalha para esta licitação?

Vane – A empresa será conhecida 90 ou, no máximo, 120 dias. Precisaremos de aprovação da Câmara. A cidade não está pensando em outra coisa que não seja a água.

Pimenta – Quais são as interessadas?

Vane – Participarão da PMI (Proposta de Manifestação de Interesse) quatro empresas. A Embasa, a Cana Nova, Águas do Brasil e a Odebrecht. A licitação é aberta. Outras empresas poderão participar.

Pimenta – Hoje, a questão é de onde captar, de onde virá a água. A empresa vencedora participará da construção e captação de água da Barragem do Colônia?

Vane – O processo da barragem é outro. A gente não vai poder esperar três, quatro anos até a barragem encher. A previsão é que a barragem fique pronta em novembro do ano que vem. Mas tem a captação de água, o desvio da estrada e das redes de transmissão. O governador [Rui Costa] está trabalhando muito por isso.

Para dessalinizar 200 litros por segundo, gasta R$ 2 milhões por mês. Itabuna precisa de 800 litros por segundos. Então, a gente não tem esse dinheiro.

Pimenta – Então, de onde virá a água até lá? 

Vane – A empresa que ganhar vai poder investir em dessalinização, captar em outros mananciais. Para dessalinizar 200 litros por segundo, gasta R$ 2 milhões por mês. Itabuna precisa de 800 litros por segundos. Então, a gente não tem esse dinheiro. A empresa que ganhar a licitação terá que fazer isso. Vamos colocar no edital.

Pimenta – Estamos em período de pré-campanha, justamente quando é anunciada a concessão do sistema. As especulações são de toda ordem, inclusive de que essa concessão poderá bancar campanhas. Como o senhor vê estes comentários?

Vane – Como prefeito, pensamos na cidade. Quando assumi a prefeitura, fizemos uma cerimônia modesta. Gastamos só R$ 1,2 mil com água. Disseram que eu tinha gastado R$ 40 mil. Então, a gente já se acostumou [com as especulações e boatos]. O que tenho que pensar é que, com a concessão, a mudança será imediata, com a dessalinização, pequenas barragens, novos mananciais.

Itabuna tem potencial. Já foi a terceira em arrecadação. O que precisamos é ganhar eficiência, reduzir as perdas de água. Hoje, a gente perde de 55% a 60% da água captada.

Pimenta – Qual o custo estimado para estas obras iniciais?

Vane – Será feito um estudo e isso estará no edital. É muito recurso.

Itabuna é atrativa para um empresa investir os R$ 500 milhões da concessão? Quais são as garantias de execução [das obras]?

Vane – Itabuna tem potencial. Já foi a terceira em arrecadação. O que precisamos é ganhar eficiência, reduzir as perdas de água. Hoje, a gente perde de 55% a 60% da água captada. A Emasa é uma empresa viável, desde que tenha investimento. Não conseguimos por causa dessa crise hídrica.

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Campeão da vida, Enault Freitas será um dos condutores da tocha olímpica em Itabuna (foto Pimenta)
Campeão da vida, Enault Freitas será um dos condutores da tocha olímpica em Itabuna (Na foto do Pimenta, ele posa com a réplica que faz parte do acervo do museu itinerante organizado pelo Bradesco)

Em sua trajetória pelo Brasil, o fogo olímpico certamente irá iluminar belos exemplos de vida. Não será diferente em Itabuna, onde a chama estará no dia 21 deste mês, sendo conduzida por verdadeiros campeões. Um deles é Enault Freitas, funcionário aposentado do Banco de Sangue de Itabuna, cuja história comoveu a cidade há dois anos e agora será projetada para fronteiras distantes.

Desde que começou a trabalhar na área da saúde, em 1974, Enault luta para conscientizar as pessoas sobre a importância de doar. Em 2014, por ironia do destino, ele viu seu filho perder uma batalha contra a leucemia justamente por falta de um doador. Durante dois anos, Enault lutou em busca de alguém compatível e promoveu uma campanha que conseguiu realizar mais de 2,3 mil cadastros de doadores de medula óssea em Itabuna.

Infelizmente, o filho de Enault morreu no dia 14 de julho de 2014, em Aracaju, enquanto aguardava liberação do plano de saúde para um tipo de transplante ainda considerado experimental no Brasil. O pai, que fundou uma ONG e continua lutando para salvar vidas, participará com todo mérito da cerimônia que simboliza a presença do espírito olímpico no país. Enault Freitas não é apenas um pai que lutou por amor ao filho, mas um guerreiro que considera toda vida preciosa, por isso continua a lutar.

Abaixo, os principais trechos da entrevista concedida por ele ao PIMENTA:

 

PIMENTA – A maioria das pessoas provavelmente entregaria os pontos depois de perder um filho. Por que você decidiu continuar lutando para aumentar o cadastro de doadores de medula?

Enault Freitas – Quando você está em uma causa social, o que se pensa é que a luta é por alguém seu. Está aqui a foto do meu filho (aponta para a imagem do filho estampada na camisa, ao lado da frase “Eu faria tudo pra não te perder, mas o dia vem e deixo você ir”). Essa frase diz tudo, não é?… Eu poderia me acomodar porque não consegui, mas essa minha luta vem desde 1974. Trabalhei como técnico de laboratório do banco de sangue e já me mobilizava para ajudar as pessoas acometidas de doenças do sangue. Só não imaginava nunca que um dia eu iria me deparar com essa situação na minha pele.

PIMENTA – Como foi diagnosticada a leucemia de seu filho?  

Enault Freitas – Meu filho sempre foi saudável, atleta, a gente jogava bola junto. Tinha 34 anos quando a leucemia foi diagnosticada. Primeiro, descobrimos que ele tinha um pigarro e a gente imaginava que fosse ar condicionado demais. Todos os exames deram negativo, os médicos diziam que estava tudo bem. Mas, como o problema não desaparecia, decidimos fazer uma punção na medula porque tinha muita coisa estranha. Por exemplo, a taxa de hemoglobina, que deveria ser entre 14 e 16, a dele estava em nove. Os médicos começaram a descartar uma série de doenças e fizeram a punção medular, que detectou leucemia linfoide aguda.

PIMENTA – O que aconteceu a partir deste diagnóstico?          

Enault Freitas – Saímos do hospital, já com a medicação e a solicitação do internamento. Ele ficou nesse primeiro momento 23 dias internado. A quimioterapia inicialmente fez efeito e ele teve alta. Depois de 30 dias, os exames deram negativo. Ele até chegou a voltar a trabalhar, mas, depois de alguns meses, apareceu um pequeno caroço no rosto. Voltou ao médico, fez nova punção e a doença estava lá. Aí a médica disse que o único jeito era realizar o transplante.

PIMENTA – Aí surge a dificuldade de encontrar um doador compatível…

Enault Freitas – Começamos a fazer exame na minha filha, mas ela era incompatível. Em fevereiro de 2013, a gente começou a correr o Brasil em busca de um doador porque na família não havia. Começamos a distribuir os pedidos para que as pessoas se cadastrassem no banco de dados para doação de medula óssea em todo o Brasil e em outros países da América do Sul. E pedimos autorização ao Hemoba para fazer campanha aqui em Itabuna.

PIMENTA – Enquanto isso, seu filho seguia com o tratamento…

Enault Freitas – Como nós não conseguimos essa medula, enquanto ele estava internado em São Paulo, um médico disse que poderia realizar o transplante haploidêntico, que utiliza doador 50% compatível. No caso, o doador seria eu ou a mãe, porque esta seria talvez a última alternativa que a gente tinha.Leia Mais

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K
Rui e Josias com os 24 deputados federais baianos contrários ao impeachment.

Deputado federal licenciado e secretário de Relações Institucionais, Josias Gomes acredita em vitória da presidente Dilma Rousseff no próximo domingo (17), quando será votado o processo de impeachment pela Câmara dos Deputados.

O secretário e o governador baiano, Rui Costa, se reuniram com 24 parlamentares federais da bancada baiana em Brasília. Todos, segundo Josias, fecharam questão contra o impeachment. Há pouco, o secretário concedeu a seguinte entrevista ao PIMENTA:

Blog Pimenta – Nas contas do governo, dá para vencer este processo?
Josias Gomes –
Sendo pés no chão, digo que dá. Somente no PMDB, temos 10 votos. No PSD, que eram 7, hoje são 10 contra o golpe. No PSB, já são 7 votos. Eles [os oposicionistas] é que precisam de 342 votos para aprovar o golpe. Sem contar que alguns deputados que poderiam votar pelo impeachment poderão estar ausentes.

Pimenta – Não está sendo muito otimista?
Josias –
Veja o PSB. Houve uma dissidência interna, aberta pelo deputado mineiro Júlio Delgado. Ele já disse que não vota com nenhum dos lados. Isso conta para nós. Estou sendo realista.

Pimenta – E na Bahia?
Josias –
Fizemos uma reunião, o governador Rui Costa e eu, com 24 deputados federais baianos. Todos votarão contra. Só aí são 14% dos votos que a presidenta Dilma precisa para impedir o golpe.

 

______________josias gomes

VOTOS NO DOMINGO – Fizemos uma reunião, o governador Rui Costa e eu, com 24 deputados federais baianos. Todos votarão contra. Só aí são 14% dos votos que a presidenta Dilma precisa.

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Pimenta – Que cenário o senhor visualiza com a vitória de Dilma, no domingo?
Josias –
Dilma vencendo e Lula vindo para o ministério [da Casa Civil], o governo começará de fato a existir, agindo como primeiro-ministro.

Pimenta – O senhor assume o mandato para a votação de domingo?
Josias –
Estamos atuando na coordenação política e, junto com o governador, conseguimos reunir 24 votos (dos 39 da bancada baiana). Conseguimos unificar os deputados em torno dessa proposta contra o golpe, o impeachment.

Pimenta – Estes votos estão assegurados ou o discurso muda na hora da votação?
Josias –
Os 24 deputados estão fechados mesmo. O que existe é muita fofoca, embora, no PP, haja uma briga por ministérios. No partido, o que tínhamos [de voto], não perdemos.

Pimenta – 10, 20 votos?
Josias –
Não. São 15 [votos]

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Abraão RibeiroSecretário de Transporte e Trânsito e um dos dirigentes do Pros em Itabuna, Abraão Ribeiro defende que o prefeito Vane do Renascer dispute a reeleição. Para ele, dos nomes já postos, há a possibilidade de o município sul-baiano retroceder administrativamente. “Itabuna não pode voltar ao tempo do populismo nem do lero-lero”, disse.

Segundo ele, a posição de apoio a um novo mandato para o prefeito não é pessoal, mas da comissão municipal do Pros. Abraão aponta o prefeito como “transparente, honesto e justo” e tendo as condições para a reeleição, após sanear o município mesmo diante do cenário encontrado, com mais de R$ 500 milhões em dívidas e 83% da receita comprometida com gastos com pessoal.

O titular da Settran faz críticas a candidatos que, segundo ele, têm solução para tudo. Chama-os de ETs, vindos “de marte ou caído do céu”. E que é preciso ter cuidado com prefeituráves que ficam mais de três anos dentro de gabinete, “elaborando planos que jamais poderão ser executados”. A seguir, a entrevista.

Blog Pimenta – Defender um novo mandato para Vane é decisão pessoal ou do partido?

Abraão Ribeiro – Hoje, não tenho posição pessoal. É a posição do Pros, é a orientação da presidência, de defender a reeleição [do prefeito Vane]. Sou representante do partido neste momento. Até aqui, também é a orientação da estadual, que tem novo presidente.

Pimenta – Mas o Pros não já estaria aliançado com a candidatura do ex-prefeito Geraldo Simões?

Abraão – Não chegamos sequer a conversar com Geraldo. A estadual não conversou. Pelo menos que saibamos.

Pimenta – Como o Pros justifica essa defesa da reeleição?

Abraão – Fomos para o governo por uma decisão, um compromisso do prefeito Vane. Houve, ali, um acordo tácito de apoiar o governo e, junto com os partidos progressistas, fazer uma unidade para que Itabuna não retroaja mais na questão administrativa.

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500 MILHÕES EM DÍVIDAS – Era dívida com INSS, restos a pagar, Emasa endividada e com zero de tratamento de esgoto, 83% da folha comprometida com pagamento de pessoal. Ou seja, você tem cidade cheia de problema e prefeitura cheia de dívida, com apenas 17% para investimento.

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Pimenta – Por que o senhor fala em retrocesso?

Abraão – Quando este governo assumiu, a prefeitura estava com R$ 500 milhões de dívida. É dinheiro para construir 5 mil casas a R$ 100 mil, beneficiando, pelo menos, 20 mil pessoas. Era dívida com INSS, restos a pagar, Emasa endividada e com zero de tratamento de esgoto, 83% da folha comprometida com pagamento de pessoal. Ou seja, você tem cidade cheia de problema e prefeitura cheia de dívida, com apenas 17% para investimento. Retroceder é voltar para este estágio encontrado, amadorístico.

Pimenta – Por que se chegou a este cenário?

Abraão – Não digo nem que houve má-fé [dos antecessores]. Não quero julgar ninguém. Esse amadorismo levou Itabuna a uma situação de quase insolvência. Diante dessa crise nacional, que não é pequena, em que vemos governo estadual parcelando salário, prefeitos passando seus cargos para os vices por não terem condições de gerir, você vê a Prefeitura de Itabuna se enquadrando, tem contas aprovadas e também fez muita coisa. E por que que está fazendo? Está sobrando dinheiro? É dinheiro a mais? Não. É porque tem sido gerida com responsabilidade.

Pimenta – Mas o quadro deste momento é de obras paradas ou quase todas paradas.

Abraão – Estamos em início de ano, de novo orçamento, em que licitações e aditivos são refeitos. A gente tem certeza que, a partir de março, essas obras voltarão a ocorrer. Temos prefeito que é aliado do governo do estado, do governo federal. Ele está há uma semana em Salvador para conseguir recursos para tocar as ações e obras desta cidade. A gente pede moralidade, dignidade quando trata da coisa pública e a gente vê o prefeito vivendo como antes de assumir. Você não vê mudança repentina de ascensão social. É um prefeito que nos honra na questão da honestidade.

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CANDIDATOS DE MARTE – Às vezes, as pessoas caem de marte, do céu com solução pra tudo, mas a gente sabe que aqui era uma bagunça. O lixo custava R$ 1 milhão por mês. Hoje é R$ 600 mil. E a coleta de lixo tem 73% de aprovação da população.

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Pimenta – Há críticas ao perfil administrativo dele.

Abraão – Logo no primeiro dia de governo, simbolicamente, Vane reduziu o salário dele, dos secretários, quando outros estavam aumentando. Vane reduziu a folha funcional, reduziu em 50% os gastos com combustível e a gente fica tentando fazer um memorial porque estas coisas precisam ser ditas. Quem não lembra do lixo em Itabuna? Era uma confusão. Às vezes, as pessoas caem de marte, do céu com solução pra tudo, mas a gente sabe que aqui era uma bagunça. O lixo custava R$ 1 milhão por mês. Hoje é R$ 600 mil. E a coleta de lixo tem 73% de aprovação da população. A gente sabe que 73%, numa conjuntura atual, é uma vitória.

Pimenta – A percepção parece ser a de paralisia, não?

Abraão – Certas coisas precisam ser levadas para o público. Aí é onde vejo a marca da responsabilidade de Vane, que poderia ter tirado bastante dinheiro para comunicar, dourar a pílula, mas ele optou por economizar nesta área, fazendo com a direita sem que a esquerda visse. Ele teria que dar prioridade à publicidade, informar tudo que foi feito. Hoje tem o PAC, com R$ 32 milhões aplicados em Itabuna. Mas a população não sabe, a não ser as que moram naqueles bairros. A gente tem que ver para que não apareça, de última hora, aquelas pessoas que ficaram mais de 3 anos dentro do gabinete só elaborando programas fictícios que jamais poderão ser executados. Vêm como ETs, tem receita para educação, saúde, tudo. Então, a gente precisa saber que este é um governo que fala pouco e faz muito para que as pessoas soubessem, exatamente, tudo o que vem sendo feito nesta cidade. Se a gente olhar cidades vizinhas, vemos prefeituras com 5 meses de salários atrasados, prefeito abandonando os postos para os quais foram eleitos. Vane é a prova de que a honestidade ainda vale a pena, pois pela honestidade se consegue fazer alguma coisa.

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TRANSPORTE PÚBLICO – Pela primeira vez, Itabuna fará licitação do transporte coletivo. Antes, as concessões eram bilaterais. Quem tiver melhores condições, melhor tarifa, ganha. É melhor para a cidade.

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Pimenta – E o tratamento aos servidores?

Abraão – Aqui, há algum tipo de atraso, mas os servidores efetivos e contratados estão sendo pagos, se com algum atraso, mas dentro do mês. Isso ocorreu muito em função de um problema no final do ano, com pagamento do salário de dezembro e o 13º salário. Então, temos um governo de efervescência cultural e ações de inclusão do jovem, com ações com a Ficc, Marimbeta e Esporte, de transparência. Pela primeira vez, Itabuna fará licitação do transporte coletivo. Antes, as concessões eram bilaterais. Quem tiver melhores condições, melhor tarifa, ganha. É melhor para a cidade.

Quando será concluída a licitação do transporte?

Abraão – A previsão é ainda para este primeiro semestre. O governo é reconhecido pela CGU, pela Agência Austin Rating, pela Frente Nacional de Prefeitos. Agora mesmo receberá prêmio por estar em as 100 cidades brasileiras que investiram no resgate dos jovens, reconhecido pela Fundação Getúlio Vargas. Itabuna, proporcionalmente, é a segunda que mais entregará moradias do Minha Casa, Minha Vida no Nordeste.

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(Foto Pimenta)
(Foto Pimenta)

O governador Rui Costa espera haver unidade da sua base nas eleições municipais de Itabuna, lançando apenas um nome para disputar a sucessão no maior município sul-baiano. No último final de semana, o secretário estadual de Relações Institucionais, Josias Gomes, se reuniu com o ex-prefeito Geraldo Simões, pré-candidato a prefeito de Itabuna, e o presidente do PT baiano, Everaldo Anunciação, para costurar essa unidade.

Ao Pimenta, Josias disse que as negociações envolvem outros nomes do arco de alianças – Davidson Magalhães (PCdoB) e Carlos Leahy (PSB). “Esse processo será conduzido com calma. O nome da base deve sair até abril”.

Segundo Josias, o prefeito Vane do Renascer, que desistiu da reeleição, ajuda no processo de construção da unidade da base. Confira principais trechos da entrevista.

Blog Pimenta – O senhor se reuniu com petistas, o prefeiturável Geraldo Simões entre eles. Já existe uma definição do nome da base?

Josias Gomes – Conversamos com Geraldo e vamos construir essa unidade da base, identificar o melhor nome. Esse processo será conduzido com calma. O nome deve sair até abril. Estamos conversando com Vane, que ajuda nesse processo. Além de Geraldo, vamos também conversar com os outros candidatos da base, Davidson Magalhães e Carlos Leahy.

Pimenta – E Roberto José?

Josias – O que estamos propondo são as condições para que nossos partidos tenham uma candidatura. Nesse sentido, é de nosso interesse que ele consiga entender o propósito. E acho que dá para fazer isso muito bem. Vou aí [em Itabuna] para conversa com Davidson e, em seguida, fazer esse caminho.

Pimenta – O PSD apoiará o nome da base?

Josias – Otto [Alencar] tem sido um grande parceiro nosso. Temos estado com ele, já analisamos uma série de questões como, por exemplo, onde o partido tem interesse. Estamos muito alinhados. O PSD, assim como todos da base, tem sido parceiro. Nenhum [partido] tem se colocado em situação de confronto. Agora, é claro que cada partido tem um interesse eleitoral, ampliar número de prefeitos e vereadores.

Pimenta – E o PT, como se coloca nesse processo?

Josias – O presidente estadual do PT me disse que o partido deve apoiar aliados em mais de 300 municípios. E vai concorrer em pouco mais de 100. Ou seja, o partido vai apoiar, abrir mão na maioria dos municípios. Estamos buscando essa construção.

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PINHEIRO DE SAÍDA – Na visão dele próprio, seu ciclo no PT já se encerrou. E temos conversado no sentido de contribuir. É um grande parlamentar, é uma opção.

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Pimenta – O senador Walter Pinheiro deixará o PT? De fato, irá para o PSD?

Josias – Ele me disse que ainda não havia decidido. Na visão dele próprio, seu ciclo no PT já se encerrou. E temos conversado no sentido de contribuir. É um grande parlamentar, é uma opção. Ele deve ir para um partido da base [governista]. Conversou com o PDT, teve com Otto e com o pessoal da Rede.

Pimenta – Ou vai para a base de ACM Neto, como já foi especulado?

Josias – Eu não sei se houve isso, essa conversa. Seria uma coisa tão extravagante para a história dele fazer uma movimentação dessa… Não está no horizonte dele. Para mim, ele sempre negou [a ida para a base de Neto]. Pinheiro em 2010 não era o queridinho [do partido, quando foi eleito senador]. Teve nosso apoio. Fomos para cima e foi o escolhido com 80% dos votos da minha corrente [no PT, sendo depois eleito senador].

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CARMELITA, JABES E BEBETO – Como são nomes da base, preferimos que os partidos discutam, definam. Diferente de Itabuna. Estive com Carmelita, com Bebeto. Tenho conversado bastante.

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Pimenta – Falando da disputa no eixo Ilhéus-Itabuna, Professora Carmelita (PT) é candidata?

Josias – É sim. Lá, em Ilhéus, temos situação diferente da de Itabuna. Existem as candidaturas de Jabes e Carmelita. Podemos ter, também, Jabes e Bebeto. Carmelita pode fazer movimentação no sentido de apoiar Bebeto ou receber apoio do PSB. Pode resultar nisso: PT e PSB contra Jabes, esse tipo de situação. Como são nomes da base, preferimos que os partidos discutam, definam. Diferente de Itabuna. Estive com Carmelita, com Bebeto. Tenho conversado bastante. Demora um pouco mais pra definir em Itabuna.

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PESQUISA ELEITORAL EM ITABUNA – É o tipo de situação que não recomenda fazer projeção. Rui é um exemplo disso. Acabou eleito. Hoje, o que há é um sentimento. E pesquisa quantitativa não consegue identificar isso.

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Pimenta – O que as pesquisas sinalizam em Itabuna?

Josias – Não temos trabalhado com pesquisa quantitativa. Hoje, em fevereiro, não faz muita diferença para a eleição, que ocorre em outubro. Em 2012, [Jaques] Wagner pedia a desistência de Carmelita no início daquele ano. No período da campanha, chegamos a ter 32% a 30% entre ela e Jabes. É o tipo de situação que não recomenda fazer projeção. Rui é um exemplo disso. Acabou eleito. Hoje, o que há é um sentimento. E pesquisa quantitativa não consegue identificar isso. Em Itabuna, há o sentimento de setores da sociedade de que, isoladamente, sem ter esse diálogo com Estado e sem União, o prefeito não vai resolver as grandes questões daí.

Pimenta – E Salvador?

Josias – Há essa movimentação de PT mais PCdoB, PSD. Tem a candidatura de Sargento Isidório. Se esses partidos se entenderem para fazer confrontação política e ideológica com o Neto… Isso, espero que a gente consiga construir. Essa eleição não é fácil para Neto. Não se iluda. Sem ter contraponto, é fácil. Essa eleição em Salvador ainda tem desdobramentos. Rui é bem avaliado aqui. Teremos um confronto político bem interessante.

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Vane discursa no QG contra Aedes aegypti (Foto Pimenta).
(Foto Pimenta).

O prefeito Claudevane Leite revelou ao Pimenta que o nome do governo para a sucessão municipal será definido, no máximo, até o início de março. Os mais cotados são o deputado federal Davidson Magalhães (PCdoB) e o presidente da Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania (Ficc), Roberto José. Ele sinaliza que poderá trabalhar pela união das esquerdas.

Confira trechos da entrevista concedida momentos antes da entrega das instalações do QG de monitoramento e combate a vírus transmitidos pelo Aedes aegypti. Vane, aliás, cobra mais envolvimento da sociedade no combate à epidemia. “90% dos focos estão dentro das casas”, explica.

Blog Pimenta – Quando será definido o nome do governo à sucessão municipal?

Claudevane Leite – Até o final de fevereiro, início de março, a gente define essa questão. Em setembro (do ano passado), anunciei que não disputaria a reeleição. Sentaremos com os partidos da base para conversar, possivelmente já na próxima semana.

Pimenta – O nome do governo poderá ser de fora da base de apoio?

Vane – Vamos definir o nosso nome. Depois, vamos conversar com o governador Rui Costa para ver se unimos toda a esquerda [em torno de um nome].

Pimenta – Existe a possibilidade de recuo da decisão de não disputar a reeleição?

Vane – Há uma expectativa, as pessoas cobram para que eu saia [candidato], mas não existe a mínima possibilidade.

Pimenta – O sr. é do PRB. O partido terá candidato?

Vane – Houve essa discussão, o partido tem interesse, mas não serei [candidato]. A direção do PRB anunciou que pretende ter candidato e o nome de Tom [Ribeiro, apresentador do Balanço Geral, da TV Cabrália] foi cogitado.

Pimenta – Pesquisas qualitativas detectam, a seu favor, conceitos como transparência e até honestidade. Esse contexto não o estimula a sair candidato?

Vane – Os partidos da base e pessoas da sociedade comentam, reconhecem esse trabalho, mas não existe [possibilidade].

Pimenta –  Fazendo uma autocrítica, o município falhou nas ações preventivas contra o mosquito Aedes aegypti?

Vane – Olha, quando assumimos, em 2013, Itabuna tinha índice de infestação predial superior a 27%. Desde lá, trabalhamos e reduzimos para 13%. É mais da metade. Nenhuma cidade conseguiu isso e nosso trabalho foi referência para a Bahia. O trabalho foi feito. Veja que 90% dos criadouros, das larvas são encontrados dentro das casas. A sociedade precisa entender isso e colaborar mais. A zika e outras doenças [causadas pelo] Aedes aegypti são um problema mundial.

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Josenaldo2A programação do carnaval antecipado de Ilhéus já está praticamente pronta, mas pode pintar surpresa (boa) entre as principais atrações, segundo o secretário de Turismo, Josenaldo Cerqueira (Jô). As surpresas dependem da Bahiatursa, patrocinadora da folia que vai rolar de 29 a 31 de janeiro, na Avenida Soares Lopes.

Até aqui, estão garantidos quatro trios e dois minitrios para o desfile de atrações como Durval Lélys, Tatau (ex-Araketu), Jammil e Vingadora. Jô concedeu entrevista ao Pimenta. Abordou carnaval antecipado, estratégias de atração de visitantes e falou da celeuma em torno do atendimento a turistas nos dias que a cidade recebe grandes cruzeiros marítimos. Confira.

Blog Pimenta – Como foi pensada a estrutura da festa?

Josenaldo Cerqueira – O município está montando uma estrutura para absorver grande número de foliões, cerca de 30 mil por noite, com grandes atrações, quatro trios e dois minitrios. A festa está sendo organizada pela prefeitura, Atil e Convention Bureau de Ilhéus, patrocinada pela Bahiatursa.

Pimenta – O tempo de divulgação é muito curto. Qual será a estratégia para atrair turista?

Josenaldo – A divulgação interna já vinha sendo feita desde 22 de dezembro, então já havia a expectativa em relação à festa nesse período, final de janeiro.

Pimenta – A definição só agora não atrapalha?

Josenaldo – O foco da festa é o público regional e manter esse nível de ocupação de 90% na rede hoteleira. A cidade está muito movimentada, com eventos também noturnos, como a ExpoIlhéus, na Soares Lopes. Todo esse esforço que o município está fazendo para o antecipado também gera retorno financeiro. Há um planejamento para que as coisas aconteçam, funcionem. Somente na semana passada, foram mais de sete mil turistas que chegaram à cidade em transatlânticos.

Pimenta – Houve crítica ao comércio no atendimento ao turista de cruzeiros. Como vê esses questionamentos?

Josenaldo – O comércio está aquecido também à noite. Os navios chegam às oito [da manhã], o comércio já estava aberto às nove horas. O comércio e o atendimento ao turista têm melhorado muito.

Pimenta – Como isso é percebido?

Josenaldo – Neste ano, houve aumento de 30% na circulação de turistas em Ilhéus. No réveillon, a rede hoteleira chegou a 100% de ocupação. A cidade ficou cheia tanto no litoral norte como no sul, até Olivença.

Pimenta – O carnaval será patrocinada pela Bahiatursa. O que deu errado com a empresa que faria o Antecipado?

Josenaldo – Fizemos um contrato e a empresa ficou com receio, por causa da multa [se não houvesse a festa]. Aí, a prefeitura abraçou para realizar o carnaval com a Bahiatursa.

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O carnaval é um ganho para a cidade. A gente calcula que cada turista movimente, na média, R$ 300,00, incluindo traslado, hospedagem, alimentação.

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Pimenta – Qual o custo da festa?

Josenaldo – Ficará em torno de R$ 800 mil, com a prefeitura entrando com R$ 200 mil. O carnaval é um ganho para a cidade. A gente calcula que cada turista movimente, na média, R$ 300,00, incluindo traslado, hospedagem, alimentação.

Pimenta – A grade de atrações está fechada?

Josenaldo – Poderemos ter surpresas, assim como ocorreu no réveillon, quando a grade estava fechada e a Bahiatursa nos deu mais uma atração, com Léo Santana. Há a possibilidade de o governador [Rui Costa] vir a Ilhéus curtir o nosso carnaval. Ele já passou o réveillon aqui.

Pimenta – Como a prefeitura está pensando o período de carnaval oficial?

Josenaldo – Nós não teremos o carnaval cultural, mas apoiaremos as festas tradicionais de rua, tanto no Pontal como no Hernani Sá, além da festa na zona norte, como em Ponta da Tulha.

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Mangabeira diz que não há negociação para entrar no Governo Vane.

Assim como Wenceslau Júnior, o pré-candidato a prefeito de Itabuna pelo PDT, o médico Antônio Mangabeira, também negou a possibilidade de o seu partido ingressar no Governo Vane.

“Conversei com [o presidente do PDT baiano], Félix Júnior. Ele está no exterior. Não há nem ouve contato com Davidson [Magalhães, do PCdoB] sobre isso”, disse Mangabeira. Davidson também é pré-candidato.

Mangabeira diz enxergar este processo como “uma tentativa de colocar todos na vala comum deles. Querem me caracterizar como igual a eles. Sou diferente e vou até o fim”.

O pré-candidato disse não se importar se, mantendo a estratégia de evitar a velha política, não vencer o pleito em outubro. “Estou para poder fazer a diferença”, disse. Confira trechos da entrevista com Mangabeira:

Blog Pimenta – O PDT vai aderir ao Governo Vane? Recebeu convite?

Antônio Mangabeira – Conversei com Félix Júnior, que está no exterior. Não há nem houve contato com Davidson sobre isso.

Pimenta – E quanto ao senhor?

Mangabeira – Eu já disse. Vou até o fim. Félix me falou, no início: olhe, Mangabeira, as coisas vão passar por você. Vamos até o fim. Não há nada de negociação por fora, conchavos. Disse a Félix que a sobrevivência vai depender da nossa atuação.  Se ficar mentindo para a população, fazendo acordos espúrios, não vai pra frente. Ele tem aceitado e está junto com a gente. Estamos construindo a candidatura de forma correta, certa, e isso tem incomodado pessoas.

Pimenta – E de onde surgiu?

Mangabeira – É uma tentativa de colocar todos na vala comum deles. Querem me caracterizar igual a eles. Sou diferente e vou até o fim. Não vou fazer política com o toma lá dá cá. Dizem Ah, você não vai ser eleito. Não importa. Estou na política para poder fazer a diferença.

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É uma tentativa de colocar todos na vala comum deles. Querem me caracterizar igual a eles. Sou diferente e vou até o fim.

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Pimenta – E se, para vencer, o senhor tiver que recorrer a métodos já estabelecidos?

Mangabeira – Não, o método será o de procurar, esclarecer a população. Não vou procurar nenhum indivíduo desses aí que já foi candidato, fazer acordo de vender prefeitura. Se quiser apoiar, eu aceito o apoio, mas não vou fazer acordo, dar secretarias. Pode ser suicídio, mas vai ser sabendo do que estou fazendo. Não vou me curvar a esse pessoal. Vê aí como deixaram Itabuna. Vane fez isso e olhe como está! Era melhor ter perdido.

Pimenta – Não negocia?

Mangabeira – Não vou querer sair de 30 anos de confiabilidade para entrar na política e me desmoralizar em dois, três anos. Não vou compactuar com este pessoal. Estão preocupados e ficam fazendo este tipo de coisa, espalhando boatos, que o PDT vai assumir secretaria. Acácia Pinho está no governo pela atitude dela, não do partido.

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Não vou me curvar a esse pessoal. Vê aí como deixaram Itabuna. Vane fez isso e olhe como está! Era melhor ter perdido.

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Pimenta – Não é pelo PDT?

Mangabeira – Ela foi a Salvador, na época, dizer que iria assumir [a Fundação Marimbeta]. Félix disse que ela era livre, iria para onde quisesse, mas que o PDT tem candidato próprio.

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Subprocuradora da República Sandra Cureau (Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil).
Subprocuradora da República Sandra Cureau (Foto Marcelo Camargo/Agência Brasil).

As causas e os impactos do rompimento da barragem de rejeitos de mineração da Samarco, empresa controlada pela Vale e pela BHP Bilinton, em Mariana (MG) ainda estão sendo investigados. A subprocuradora-geral da República, Sandra Cureau, afirma que já é possível dizer que houve “negligência e omissão” da empresa no caso.

Em entrevista à Agencia Brasil, a coordenadora da Câmara de Meio Ambiente e Patrimônio Cultural do Ministério Público Federal disse que há vários indícios de descuido, como a falta de um plano de contingência e de controle técnico sobre o volume que a barragem de rejeitos suportava. “A coisa foi tão negligenciada que nem a Samarco sabia exatamente o que estava acontecendo. Eles chegaram a falar em duas barragens rompidas, mas só se rompeu a de Fundão. Quer prova maior de negligência que isso?”

Durante a conversa, Sandra defendeu que a Samarco deve arcar com todos os prejuízos, criminais e cíveis decorrentes do desastre. Ela explicou que se a empresa não puder pagar pelo estrago, as controladoras da mineradora, a brasileira Vale e a australiana BHP Billiton, podem ser acionadas. “Não vai ser o contribuinte que vai pagar pelos prejuízos do desastre”, declarou.

A onda de lama formada a partir do rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro, destruiu o distrito de Bento Rodrigues e deixou mais de 600 desabrigados. Já foram confirmadas 11 mortes,  dois corpos aguardam identificação e oito pessoas estão desaparecidas. Desde que chegou ao Rio Doce, a lama impediu a captação de água em muitas cidades, provocou a morte de toneladas de peixes e destruiu a paisagem local, até alcançar o mar no Espírito Santo.

Confira os principais trechos da entrevista clicando no “leia mais”, abaixo.

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Péricles2Após negar que tenha havido divisão na empresa, a direção da Péricles Picolés e Sorvetes respondeu a perguntas do site relacionadas à gestão do negócio e confirma a saída de herdeiros do empreendimento (clique aqui para entender). Dos quatro filhos da proprietária, Tânia Maria Barros de Oliveira, um continua ligado ao empreendimento.

A direção da Péricles Sorvetes também comenta mudanças na gestão que levaram franquias do negócio a mudar para bandeira de outra marca de gelados, a Sabor Gelato, também ilheense. A empresária Tânia Maria Barros, ainda na entrevista por email, cita projeto de expansão e reafirmar estar presente em 25 cidades do interior baiano.

PIMENTA – Quem são os proprietários da Péricles Sorvetes?

O único proprietário da Péricles Picolés e Sorvetes é a empresária Tânia Maria Barros de Oliveira. Tal informação pode ser checada na Junta Comercial [do Estado da Bahia], através de consulta ao CNPJ.

PIMENTA – Houve divergências internas no comando da empresa?

Não, apenas dois irmão (filhos da proprietária), que não se adequaram à nova formatação do negócio, acabaram saindo da empresa. Atualmente, apenas um dos quatro filhos trabalha na empresa.

PIMENTA – O que levou à mudança de tradicionais lojas para uma marca concorrente, principalmente em Ilhéus e Itabuna?

Não mudamos de marca ou tradição. O nosso produto é resultado de muito trabalho e pesquisa na forma de produção de picolés e sorvetes. O que mudou foi a formatação de algumas lojas e parceiros. No caso da loja de Ilhéus, o contrato foi encerrado por quebra do contrato motivada pelo parceiro. [Em] Itabuna, o mesmo caso.

PIMENTA – Com essas mudanças, como a empresa pretende se manter no mercado vendendo direto ao consumidor?

A Péricles já possui lojas parceiras em 25 municípios pela região. Até dezembro, mais seis lojas serão inauguradas, dentre elas duas em Itabuna e uma em Ilhéus.