Lúcio Vieira Lima alfineta Colbert, prefeito de Feira de Santana
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Colbert Martins Filho – faz tempo – tornou-se figura indigesta para a cúpula estadual do seu partido, o MDB. São públicas as críticas e alfinetadas do presidente de honra da legenda, o ex-deputado Lúcio Vieira Lima, contra o prefeito de Feira de Santana, o segundo mais populoso município baiano.

Nesta semana, Colbert cobrou do governador Jerônimo Rodrigues (PT) um plano para a segurança pública do município, que registrou 16 homicídios em 10 dias. “Feira de Santana é considerada uma das dez cidades mais violentas do mundo, uma das quatro mais violentas do Brasil”, observou Colbert em vídeo publicado em redes sociais do gestor.

Ainda por meio de redes sociais, nesta tarde de quarta-feira (11), Lúcio Vieira Lima compartilhou publicação em que chama Colbert de oportunista nas críticas endereçadas a Jerônimo, que assumiu o governo há 10 dias.

Para o ex-deputado federal, o prefeito – com grande reprovação popular – tenta politizar a questão. O novo governador, enfatiza Lúcio, já disse que a segurança pública terá nova cara – e até mudou o gestor da Pasta, agora comandada por Marcelo Werner, delegado da Polícia Federal. As críticas são endossadas pelo irmão do presidente de honra da legenda, o ex-ministro Geddel Vieira Lima.

Lúcio, aliás, não deixou de enumerar alguns dos problemas de Feira de Santana causados pela gestão vacilante do seu colega de partido: falta de médicos nas Unidades de Saúde, corrupção no governo e falta de zelo com a cidade, dentre outros. Neste ano, o prefeito ficou famoso nacionalmente pela pancadaria oferecida pela Guarda Municipal contra professores da rede municipal em greve.

Soou como enquadrada. Porém, há quem aposte em um movimento de expulsão de Colbert. O prefeito anda em rota de colisão com a cúpula emedebista desde o pleito eleitoral na Bahia. Mas há quem também creia que Colbert – em baixa com o eleitorado de Feira e temendo humilhação política – apressará o passo e deixará, voluntariamente, as fileiras emedebistas. Atualizada às 17h20min.

Prefeito e infectologista detalham caso de variante Delta em Feira de Santana || Foto Ascom
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O primeiro caso da variante Delta, diagnosticado em Feira de Santana, trata-se de um homem de 51 anos de idade, que ainda não recebeu nenhuma dose de vacina contra a Covid-19. Os primeiros sintomas surgiram em 20 de julho. A Prefeitura de Feira investiga a possibilidade de transmissão comunitária.

O diagnóstico foi feito por amostragem – quando o Laboratório Central de Saúde Pública da Bahia (Lacen) analisa determinadas amostras por processo de genotipagem, o que tem ocorrido com vários municípios (reveja aqui). De acordo com a Vigilância Epidemiológica do Município, o paciente mora sozinho, não precisou ser internado por ter sintomas leves e até o momento não houve caso ativo em pessoas próximas a ele.

PACIENTE NÃO SE VACINOU NEM USAVA MÁSCARA

O paciente, que já está recuperado, não tem histórico de viagem nem contato com alguém que viajou recentemente. “A Vigilância Epidemiológica iniciou as investigações para determinar se há transmissão comunitária no município”, informa a infectologista Melissa Falcão, coordenadora do Comitê Gestor Municipal de Controle ao Coronavírus, durante entrevista coletiva nesta sexta-feira (27).

Para a infectologista, não há motivo para a população entrar em pânico. Porém, ressaltou que o momento é de redobrar a atenção para os cuidados preventivos, com o uso da máscara, higienização das mãos e distanciamento social. Enquanto durar a investigação, observou, não será divulgado o bairro onde reside a pessoa diagnosticada.

O prefeito Colbert Filho, que participou da coletiva, informou que haverá intensificação da vacinação na região. Ele também anunciou que solicitou mais vacinas contra a Covid para aplicação da primeira dose e aumentou a capacidade de realização do exame RT-PCR, de diagnóstico para a doença. “Chamo a atenção da população para o uso da máscara. Soubemos que essa pessoa diagnosticada com a variante era indisciplinado com o uso da máscara, o que permitiu o contágio”.

Rui Costa durante carreata com Zé Raimundo, em Conquista || Foto Divulgação
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Há pouco, o governador Rui Costa usou sua conta no Twitter para parabenizar os deputados Zé Neto, em Feira de Santana, e Zé Raimundo, em Vitória da Conquista. Numa alfinetada nos adversários, disse que os dois deputados fizeram “campanhas propositivas” e ambos “têm história nas suas cidades”.

A menção à “campanhas propositivas” é interpretada como alfinetada resultante da infestação de fake news de adversários contra os dois candidatos petistas neste segundo turno, algumas delas entrando na seara familiar e com acusações falsas de assédio sexual. Por fim, o governador diz que agora é “Seguir em frente na luta por uma Bahia cada vez melhor e mais forte”.

Do outro lado, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que ajudou a reeleger os prefeitos de Conquista e de Feira, Herzem Gusmão e Colbert Martins. A leitura de Neto é de ventos novos começam a soprar na Bahia. O DEM de Neto venceu em 6 das 20 maiores cidades baianas e seus aliados conquistaram 12 dos 20 maiores municípios do Estado.

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Colbert vence em todas as zonas de Feira; Herzem vence em 2 de 3 em Conquista

Reeleitos em Feira de Santana e Vitória da Conquista, Colbert Martins e Herzem Gusmão, ambos do MDB, respectivamente, tiveram desempenhos diferentes nas zonas eleitorais das suas cidades. Se Colbert venceu em todas as quatro zonas eleitorais de Feira, Herzem perdeu em uma das três zonas eleitorais de Conquista, aponta Metro1.

A derrota ocorreu na zona 40. Candidato derrotado, Zé Raimundo (PT) conquistou 20.715 votos, contra 14.692 de Herzem. No entanto, a diferença de votos entre Herzem e Zé Raimundo nas zonas 41 e 39 foram acima de sete mil votos, o que deu uma diferença total de 14.422 votos. A diferença de Colbert para seu adversário Zé Neto (PT) foi maior: 26.758 votos.

Colbert, do MDB, vence eleição em Feira de Santana
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Com 94,78% dos votos apurados, o prefeito Colbert Martins (MDB) terá mais quatro anos de mandato em Feira de Santana. Eleito vice-prefeito em 2016 na chapa encabeçada por José Ronaldo (DEM), ele tem vantagem de quase 24 mil votos e praticamente não pode mais ser alcançado por Zé Neto (PT).

Colbert tem 54,17% dos votos válidos contra 45,83% de Zé Neto. Em votos absolutos, 155.351 a 131.421 votos. A vitória do emedebista também representa conquista para o campo oposicionista, notadamente o prefeito de Salvador e presidente nacional do DEM, ACM Neto, que pode concorrer ao governo da Bahia em 2022.

Por outro lado, a derrota de Zé Neto cai na conta do governo estadual. Rui Costa fez várias visitas ao município neste segundo turno, assim como ocorreu em Vitória da Conquista, para pedir votos ao petista.

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Zé Raimundo e Herzem disputam a Prefeitura de Vitória da Conquista

Os dois maiores colégios eleitorais do interior da Bahia têm promessa de disputa acirrada, voto a voto, neste domingo de segundo turno. O deputado federal Zé Neto (PT) enfrenta o candidato à reeleição pelo MDB, Colbert Martins, em Feira de Santana. Já em Vitória da Conquista, outro Zé, o Raimundo, também petista, enfrenta o candidato à reeleição pelo MDB, Herzem Gusmão.

Zé Neto e Zé Raimundo venceram o primeiro turno, respectivamente, em Feira e Conquista. Zé Neto obteve 41,55% dos votos válidos em 15 de novembro, enquanto Colbert Martins ficou com 38,18% na corrida pelo comando da Princesa do Sertão, como também é chamada Feira de Santana. Em números absolutos, a diferença foi de apenas 9.176 votos em eleição em que 323.990 compareceram à urna.

Zé Raimundo foi o mais votado no primeiro turno em Conquista. Obteve 47,63% dos votos válidos, mas o emedebista e candidato à reeleição, Herzem Gusmão, “colou” no petista. Abocanhou 45,89%, estabelecendo diferença de somente 2.989 votos, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Na Suíça Baiana, 231.176 eleitores votaram no primeiro turno.

Em Feira, o embate é entre Zé Neto e Colbert Martins || Imagens Bnews

RUI X ACM NETO

Além do embate entre petistas e emedebistas, as disputas de Feira de Santana e de Vitória da Conquista pesam para o equilíbrio de forças na Bahia. Enquanto Zé Neto e Zé Raimundo são apoiados pelo governador Rui Costa e pelo ex-governador e hoje senador Jaques Wagner, Colbert e Herzem são as apostas de ACM Neto para consolidar o bom resultado do campo oposicionista nas 16 maiores cidades baianas no primeiro turno.

Neto, prefeito de Salvador, conseguiu a eleição do seu vice-prefeito, ainda no primeiro turno e com 64,20% dos votos válidos. Bruno Reis comandará a capital baiana a partir de janeiro de 2021.

De quebra, o DEM de ACM Neto ou candidatos aliados venceram em cidades como Camaçari, Barreiras, Juazeiro, Teixeira de Freitas, Porto Seguro e Eunápolis.

Já no caminho oposto, o PT somente conseguiu vitória expressiva em grandes municípios baianos em Lauro de Freitas, com a reeleição de Moema Gramacho. Se a conta incluir partidos aliados, levou Itabuna, Ilhéus e Jequié e Paulo Afonso. O porém é que aliados fizeram duras críticas – públicas – ao governador e ensaiam voo solo em 2022, com Otto Alencar disputando o Palácio de Ondina.

Zé Neto e Colbert Martins disputam prefeitura de Feira de Santana neste 2º turno
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A propaganda eleitoral gratuita em rádio e televisão dos candidatos que concorrem ao segundo turno nas eleições municipais deste ano termina nesta sexta-feira (27). Hoje é também o último dia para a realização de debates no rádio e na televisão.

Ao todo, 57 municípios brasileiros com mais de 200 mil eleitores terão segundo turno no próximo domingo (29). A propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão para a eleição de prefeitos teve início no dia 16 de novembro. Na Bahia, Feira de Santana e Vitória da Conquista têm segundo turno em 2020.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), 38.284.410 eleitores estão aptos a votar no segundo turno das eleições municipais de 2020. Das cidades que vão definir os prefeitos em segundo turno, 18 são capitais.

A Região Nordeste tem a maior quantidade de capitais (sete) que ainda não definiram o chefe do Poder Executivo local: Maceió, Fortaleza, São Luís, João Pessoa, Recife, Teresina e Aracaju. Na sequência, vem a Região Norte, com cinco capitais no segundo turno: Rio Branco, Manaus, Belém, Porto Velho e Boa Vista.

Os eleitores de Vitória, do Rio de Janeiro e de São Paulo (SP) também terão de comparecer às urnas no próximo dia 29. Cuiabá e Goiânia são as duas únicas capitais do Centro-Oeste brasileiro a disputar o segundo turno. No Sul, apenas Porto Alegre (RS) terá disputa.

Zé Neto aparece com 29% e o prefeito Colbert Martins tem 22%
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O deputado federal Zé Neto (PT) aparece à frente, numericamente, na disputa pela prefeitura de Feira de Santana, segundo maior colégio eleitoral da Bahia, tendo na cola o prefeito Colbert Martins (MDB). Zé Neto atinge 29% e o prefeito surge com 22% na pesquisa A Tarde/Potencial na estimulada, quando a cartela com os nomes dos postulantes é apresentado. O levantamento tem margem de erro de 4 pontos percentuais.

Na segunda colocação, aparece o ex-deputado estadual Carlos Geilson (Podemos), com 9%, e o vereador Beto Tourinho (PSB), que tem 5%. O empresário Carlos Medeiros (Novo), o deputado estadual José de Arimatéia (Republicanos) e a deputada federal Dayane Pimentel, que realizou convenção nesta quarta (9), têm 2% das intenções de voto cada um. Marcela Prest (PSOL) tem 1%. Outros 11 não sabem em quem votarão e 1% não quis responder. O percentual de votos em branco ou nulo atinge 16%.

A pesquisa, hoje, aponta segundo turno em Feira de Santana, mas o instituto não realizou simulações para aferir as intenções de voto do eleitorado feirense num possível embate em 29 de novembro. O primeiro turno será em 15 de novembro.

REJEIÇÃO

O prefeito Colbert Martins parte para a tentativa de reeleição dono da segunda maior rejeição dentre os candidatos, com 54%. Neste item, quem lidera é o deputado estadual Arimatéia, com 59%. Carlos Geilson e Dayane Pimentel têm 52% de rejeição cada um. Na liderança numericamente, Zé Neto é o menos rejeitado, segundo a pesquisa da Potencial, com 39%, seguido por Marcela Prest, com 40%.

A pesquisa encomendada pel´A Tarde ao instituto Potencial consultou 600 eleitores de Feira de Santana, no período de 3 a 8 de setembro, e tem nível de confiança de 95%. A margem de erro é de 4 pontos percentuais. As entrevistas foram feitas por telefone. O levantamento está registrado na Justiça Eleitoral sob o número BA-04344/2020.

Rui Costa anunciou isenção também na conta de água nesta quinta
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Durante o Papo Correria desta quarta (1º), encerrado há pouco, o governador Rui Costa respondeu a queixume do prefeito de Feira de Santana, Colbert Martins, que usou redes sociais para cobrar dinheiro federal para o combate ao novo coronavírus no município.

Afirmando que está na “fase paz e amor”, o governador disse que o dinheiro não havia caído antes na conta do município, porque o governo federal somente repassou o recurso ontem (31). “Dinheiro chegou ontem e já está na conta”, respondeu ele durante o programa transmitido em redes sociais. Também disse que ligou para o prefeito e perguntou se ele havia perdido o seu “número do celular do governador”.

Rui Costa afirmou que, no momento, não quer entrar em atrito com ninguém. “Não quero discutir, bater boca com ninguém. Eu quero ajudar as pessoas. O recurso não tinha ido, porque não tinha chegado. Chegou ontem”, observou, sendo complementado pelo secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas: “já está na conta [da prefeitura]. Rui ainda esclareceu que, no caso de Feira e de Salvador, pediu ao Ministério da Saúde que fizesse o depósito direto na conta do município.

FASE PAZ E AMOR

Logo depois, afirmou que está na fase paz e amor. “Só quero cuidar de gente, não adiante me provocar. Se eu deixar minha alma e cabeça se contaminar pelo vírus da fofoca, da mentira, vou gastar tempo e minha energia”, afirmou, dizendo que quer mesmo é dedicar energia na guerra contra o novo coronavírus.

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O ex-deputado federal Colbert Martins voltou a Feira de Santana pela primeira vez desde a prisão na Operação Voucher, da Polícia Federal. E foi recebido por uma multidão como uma espécie de desagravo. Na semana passada, a prisão de Colbert por suspeita de corrupção deixou até mesmo opositores comovidos e sem crer nas acusações de participação no esquema que desviou cerca de R$ 3 milhões do Ministério do Turismo via uma organização, a Ibrasi. Em Feira, Colbert é reconhecido pelo estilo durão e que prefere perder um voto a comprá-lo. Confira vídeo da Rede Bahia.

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Segundo a edição desta terça da Folha, há grande pressão da Polícia Federal para que o Ministério Público denuncie o ex-deputado federal baiano e secretário nacional de Desenvolvimento do Turismo, Colbert Martins, por “mal-feitos” no Turismo. Colbert foi um dos 36 presos na Operação Voucher, mas o MP sinalizou que não existem provas robustas tanto contra o ex-deputado como contra o ex-número dois do Turismo, Mário Moysés.
Ainda de acordo com o jornal, a direção da PF entende que a “liberação” dos dois fragilizaria sua posição. A operação investiga desvio de R$ 3 milhões por meio de emendas parlamentares. Na outra ponta, o PMDB pressiona o governo por entender que Colbert é inocente na “parada” – e, naturalmente, querer mais cargos.

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A Justiça Federal autorizou a divulgação das identidades das 18 pessoas que continuarão presas mesmo após depor na Polícia Federal no Amapá, todas elas envolvidas no desvio de aproximadamente R$ 3 milhões em emendas parlamentares do Ministério do Turismo. Dentre as pessoas que ficaram detidas em Macapá está o ex-deputado federal baiano Colbert Martins (PMDB), que ocupava o cargo de secretário de Desenvolvimento do Turismo do Ministério do Turismo.
Além dele, os outros presos são Frederico Silva da Costa, José Carlos Silva Júnior, Dalmo Antônio Tavares Queiroz, Francisca Regina Magalhães Cavalcante, Freda Azevedo Dias, Gláucia de Fátima Matos, Hugo Leonardo Silva Gomes, Kátia Terezinha Patrício da Silva, Kérima Silva Carvalho, Luciano Paixão Costa, Mário Augusto Lopes Moyses, Jorge Kengo Fukuda, Katiana Necchi Vaz Pupo, Maria Helena Necchi, Luiz Gustavo Machado, Sandro Elias Saad e Wladimir Silva Furtado.
Ainda segundo o MPF, foram liberados  Hellen Luana Barbosa da Silva, Alberto Luchetti Neto, Dante Torelo Matiussi, Gerusa de Almeida Saad, Irene Silva Dias, Paula Gama Ribeiro Leite Saad, Alexandre Ferreira Cardoso, Antonio dos Santos Junior, Fabiana Lopes de Freitas, Fábio de Mello, Fernando Rwer do Nascimento, Eduardo Alves Fayet, Luiz Fernando Ferreira, Uyara Débora Schimidtt, David Lorrann Silva Teixeira, Merian Guedes de Oliveira, Errolflyn de Souza Paixão e José Luiz Nogueira Marques.

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Ferreira sai em defesa de Colberzinho.

O ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia, Ildes Ferreira, saiu em defesa do secretário nacional de Desenvolvimento do Turismo do Ministério do Turismo, Colbert Martins (PMDB), preso na Operação Voucher, da Polícia Federal (confira aqui).
Em contato com o PIMENTA, Ildes lembrou que Colbert tomou posse no dia nove de março deste ano e cinco dias depois assinava processo de pagamento, “com todos os pareceres técnicos, referentes à última parcela de um convênio firmado dois anos antes com uma instituição no Pará”. “Ele não fez nada mais do que cumprir seu papel de gestor. Autorizou pagar”.
O ex-secretário estadual também acredita em excessos da Polícia Federal na operação. “Muitos cidadãos de bem têm passado por esse vexame. Recordo-me do caso do prefeito de Camaçari [Luiz Caetano], há uns 2 anos, algemado e preso pela PF diante das câmeras de TV e dos microfones e, tempo depois, foi considerado inocente”. Ainda na defesa de “Colberzinho”, Ildes afirma que o amigo é “incapaz de envolver-se com qualquer tipo de maracutaia”.
A PF prendeu 35 pessoas nesta terça (9), dentre eles Colbert Martins, por suspeita de envolvimento de funcionários do Ministério do Turismo com um esquema de desvio de dinheiro público, usando como meio o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável (Ibrasi). O total desviado é próximo de R$ 3 milhões, segundo a PF.
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UM CRIME CHAMADO CACÓFATO

Ousarme Citoaian
Na escola do professor Chalub, em Itabuna, a caneta-tinteiro (ainda não havia a esferográfica) que produzisse um cacófato tinha seu dono levado “aos costumes”: reguada, puxão de orelha, palmatória e perdão a Deus, ajoelhado sobre caroços de milho. “O sofrimento é didático”, pensavam pais e mestres. Na rua, qualquer intelectual corria o risco de ser desmoralizado num piscar d´olhos: “Aquele sujeito escreveu um cacófato!”, apontava o caçador de criminosos. E o cara estava publicamente execrado até o fim dos tempos. Para o bem ou para o mal, os linguistas decretaram que o erro de português não existe – e se por acaso teimar em surgir, intrometido e temporão, há de ser perdoado, com urgência. O cacófato foi descriminalizado. Perdoar é divino.

“MÁQUINA DE DESCASCAR ALHO”

Cacófato é a junção das sílabas finais de uma palavra com as iniciais de outra, formando uma terceira – com sentido ridículo ou inconveniente. Se hoje ele não é mais caçado a pauladas, em feitio de cachorro azedo, ainda é de bom alvitre tomar cuidado para evitá-lo: nas estradas há avisos do tipo “Controlada por radar”; um jornal se permitiu escrever “azeite da marca Galo”; A Tarde (não digo o A Tarde nem sob tortura no pau-de-arara!) publicou “Lavrador morre atingido por raio”; o presidente do PT, zangado com César Borges, vingou-se, dizendo que “por razões próprias, o PR encerrou as negociações”; na Amélia Amado, uma loja anunciava em letras sanguíneas e garrafais que tinha à venda, em suaves prestações, “máquinas para descascar alho”. A empresa fechou – e eu não sofri saudades.

CAFU DEU A BOLA E NENECA… GOL!

O professor Cláudio Moreno (foto), mestre em língua portuguesa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), recolheu um cacófato pavoroso, anotado pelo seu colega Sérgio Nogueira (mestre em língua portuguesa pela mesma UFRGS). Na transmissão de um jogo Brasil e Coreia, ele ouviu do narrador da tevê: “Fábio Conceição pediu a bola e Cafu deu”. Em seguida, como se fosse pequena essa pedrada, o cara nos mandou outro carrinho por trás: “Chuta Neneca, gol!”. O povo define isto com uma expressão saborosa: “além de queda, coice”. Todos nós, ao falar ou escrever, estamos sujeitos a tais acidentes. Ou seja, o cacófato está vivinho dos santos, e se finge de morto para ser visitado.  

O ERRO A SERVIÇO DO HUMOR 

Camões (foto), quem diria, também foi vítima, ao cometer o verso “Alma minha gentil que te partiste”. Devido a essa “maminha”, os gramáticos quase arrancam ao vate lusitano o olho bom que lhe restava. Mas o cacófato, no lugar certo, gera interessante clima de humor. Veja-se o folclórico A flor do cume, recheada deles: “No alto daquele cume/eu plantei uma roseira,/o vento no cume bate,/a rosa no cume cheira;/ Quando vem a chuva fina,/salpicos do cume caem,/formigas no cume entram,/abelhas do cume saem;/ Mas se vem a chuva grossa,/a água do cume desce,/a lama do cume escorre,/o mato no cume cresce;/ E logo que cessa a chuva,/no cume volta a alegria,/pois torna a brilhar de novo/o sol que no cume ardia”.

“SOU DAQUELES QUE SOU A FAVOR”

Em sessão na Câmara Federal, na semana passada, o deputado baiano Colbert Martins (foto) deu importante contribuição ao besteirol que fustiga a língua portuguesa. “Sou daqueles, primeiro, que sou a favor” (!) – e por essa cacetada inicial e eu percebi que uma chuva de granizo estava a caminho. Não deu outra: “segundo, sou daqueles que votou; terceiro, sou daqueles que vai votar; quarto, sou daqueles que quer negociar a aprovação dessa PEC”. Fosse eu autoridade, proibiria a Câmara de cometer erros de concordância durante três meses, pois nosso representante já gastou toda a quota disponível. Tentarão creditar os erros ao improviso. Bobagem: eles foram repetidos no blog, havendo muito tempo para a correção, que não foi feita.

FERNANDO SABINO E O DEPUTADO

O verbo vai para o plural. O sentido: “Estou entre aqueles que votaram, que vão votar, que querem negociar etc. Há uma crônica de Fernando Sabino (foto) – “Eloquência singular”, no livro A companheira de viagem/Editora do Autor – que nos sugere uma relação muito próxima desse episódio. É a história de um parlamentar que começa o discurso dizendo “Senhor Presidente, não sou daqueles que…” – e é assaltado pela dúvida: o verbo vai para o singular ou o plural? O nobre deputado começa a fazer perigosas digressões (enquanto a cabeça anda à roda das regras gramaticais) e nenhum aparte salvador o vem interromper. Mais feliz foi Colbert, que, inconsciente, disse suas bobagens com ar doutoral, sem o assalto da dúvida.

DA ARTE DE ESCREVER BEM

No rádio e na tevê os textos sobre futebol contribuem para aviltar a língua portuguesa. No jornal, são um monumento à mesmice. Termos repetidos, lugares-comuns, nem sempre controladas as paixões do autor. Melhor ir pelas exceções: Armando Nogueira e Nelson Rodrigues (foto) renovaram o gênero, dando-lhe qualidade literária. Armando, muito respeitado no meio lítero-esportivo (!), morreu recentemente, recuperando seus muitos minutos de fama. De Nelson Rodrigues, para mim o suprassumo (em jornal e tevê), do fim dos anos cinquenta aos setenta, poucos se lembram. São dois criadores desse gênero, que teve pioneiros, como Mário Filho, não por acaso irmão de Nelson.

TOSTÃO CONHECE AS TÉCNICAS

Modernamente, há esforços para oxigenar a crônica esportiva. José Roberto Torero (foto), com seu Os cabeças-de-bagre também merecem o paraíso (Objetiva), é um deles. Texto inventivo, inteligente e bem-humorado, tendo por motivo o futebol. Torero escreve na Folha de S. Paulo, além de ter vários livros publicados. Mas confesso minha preferência por Tostão e sua crônica semanal divulgada em cadeia de jornais, incluindo A Tarde (nunca o A Tarde!). Não precisa ser “especialista” em futebol para ler e entender Tostão – basta ter bom gosto. Ele, além de didático, domina as técnicas do “esporte bretão” e da escrita.

ARMANDO E NELSON ASSINARIAM

A crônica esportiva atinge o status de crônica literária. José Roberto Torero, obra citada: “Pavão foi o mais refinado avante que já surgiu nas terras entre Piancó e Itaporanga. Ele dava dribles humilhantes e ria com prazer de cada adversário que deixava no chão. Mais que ria, gargalhava. Até que um dia seu corpo foi achado na linha do trem. E sem as pernas. Suspeita-se seriamente de uma quadrilha de zagueiros vingativos”. Tostão, falando de Garrincha (foto): “Quando um menino constrói um castelo ele não sonha em ser rei. Ele é rei. Quando Garrincha brincava [de driblar], ele não sonhava em ser um menino, um passarinho, ele era um menino, um passarinho, um garrincha”. Jóias que Armando e Nelson assinariam.

VERSOS, VERSOS À MANCHEIA

Em edição da Editus/Via Litterarum, está na praça o pequeno e importante livro Diálogos – Panorama da nova poesia grapiúna, uma antologia preparada por Gustavo Felicíssimo (foto). O organizador é bem-sucedido no esforço de aprisionar em apenas 104 páginas uma mostra representativa da poética regional. A nomes conhecidos, como Piligra, Daniela Galdino, Heitor Brasileiro, Rita Santana e George Pellegrini, juntam-se outros de menor divulgação – mas todos unidos no mister de produzir na aldeia uma poesia que, no dizer de Ildásio Tavares (que assina o prefácio) “aspira a universalidade”. De Heitor Brasileiro, que também (e bem) transita na prosa, este belo haicai atípico, Crack, que remete a Drummond:

Não havia mais

caminho

uma pedra.

HERANÇA DO MODERNISMO

Ao todo, em ordem alfabética, os poetas antologiados são: Daniela Galdino (foto), Edson Cruz, Fabrício Brandão, George Pellegrini, Geraldo Lavigne, Heitor Brasileiro, Mither Amorim, Noélia Estrela, Piligra e Rita Santana. Segundo Gustavo, a coletânea traz “frescor no vocabulário e na sintaxe” dos dez poetas. É um “diálogo” diversificado, “partindo do verso livre, passando pelo minimalismo do haicai, chegando ao octossílabo e ao verso alexandrino com uma coloquialidade certamente herdada do modernismo e tão bem assimilada, não deixando a poesia cair na banalidade, como fizeram poetas demasiadamente influenciados pelas vanguardas”. Enfim, é urgente poetar, nesse mundo maluco.

NUMA PALAVRA, TUDO: ARMSTRONG

O crítico Ari Vasconcelos, no livro Panorama da Música Popular Brasileira (coisa antiga, só encontrável em sebos) diz mais ou menos isto (cito de memória, pois meu livro foi comido pelas traças e as mudanças): “Se você for falar de MPB e tiver espaço para apenas uma palavra, escreva Pixinguinha (foto)”. Imagino que, nessa linha de raciocínio, se o assunto é jazz, a palavra é… Armstrong. Mesmo quem alega de nada saber sobre a grande música negra, já ouviu falar do velho Satchmo, certamente um símbolo do jazz de todos os tempos. É claro que a mídia não fala mais em Louis Armstrong, mas aí já não é comigo.

CAETANO E A SUBMÚSICA

O mundo não está de cabeça para baixo (se estivesse, a gente saberia de que lado está a cabeça). Está confuso, misturado, e ficam os valores todos. A arte, é óbvio, foi junto. Quando alguém do nível de Caetano Veloso sai em defesa do pagode e outras manifestações submusicais baianas percebe-se que alguma coisa anda fora dos trilhos, e não é o trem. Voltemos, pois, à seriedade: não vou falar de Armstrong – se você precisa que alguém faça isso é porque está lendo a coluna errada. Em meio a 30 discos (cerca de 450 músicas), como escolher? Vá a esperançosa e otimista What a wonderful world (feita por Bob Thiele e George Weiss, especialmente para Armstrong.
 
(O.C.)
</span><strong><span style=”color: #ffffff;”> </span></strong></div> <h3 style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>E FRED JORGE CRIOU CELLY CAMPELLO!</span></h3> <div style=”padding: 6px; background-color: #0099ff;”><span style=”color: #ffffff;”>No auge do sucesso, em 1965, a música teve uma versão no Brasil, gravada por Agnaldo Timóteo. Como costuma ocorrer com as