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Daniel Thame

São 8:45 minutos numa sala de aula de uma faculdade em Itabuna. Os alunos estão impacientes. Nada a ver com a complexidade do assunto abordado ou com a prova difícil na próxima aula.

A impaciência é em função do início da novela, que está nos capítulos finais. Na impossibilidade de se chegar em casa, a televisão da cantina será proverbial.

O mocinho da novela, que morreu mas não morreu  na explosão de um trem, após descobrir que seu filho não era seu filho, vai continuar com a mocinha sofredora, que começou a novela amando um intocável e depois se tocou que o melhor era amar alguém que poderia tocá-la todos os dias?

A vilã da novela, tão má quanto bonitinha, vai pagar pelos seus incontáveis crimes ou dará um jeitinho de se safar da cadeia para aplicar novos golpes?

O empresário que também morreu mas não morreu para poder fugir para Dubai e  ficar com a grana que desviou da empresa da família e depois se arrependeu, receberá o perdão dos que lesou?

São 13:30 minutos num restaurante de Cruz das Almas. Um grupo de cinco pessoas, todos servidores do estado, almoça e conversa animadamente. O assunto não é a greve dos professores nem a explosão de violência em Salvador.

É o final da novela.

A professorinha frágil abrirá mão de uma pós-graduação na Inglaterra para se casar com o namorado esquizofrênico, que acredita que Michael Jackson está vivo, que um time do Rio de Janeiro será campeão brasileiro de 2010 e que Sarney é vítima de perseguição da imprensa?

O empresário que morreu mas não morreu para poder ficar com a grana que desviou da empresa da família e depois se arrependeu, receberá o perdão dos que lesou?

São 16:15 minutos num posto de gasolina nas proximidades de Gandu. O frentista discute acaloradamente com o gerente. Nada a ver com as obras de recuperação da rodovia BR-101 ou com os caminhoneiros que insistem em arriscar a própria vida e a vida dos outros tomando “bolinha” para esticar a jornada de trabalho.

De novo, o assunto é o final da novela.

O guarda de trânsito corno que perdoou a mulher fogosa, que não vale nada, mas ele gosta, continuará tendo dificuldades em passar pela porta e usar boné?

Que destino terão  as criancinhas que passaram a novela toda fazendo aquela dancinha ridícula? Irão se apresentar na “Dança dos Famosinhos” no Domingão do Faustão ou serão atiradas nas águas sagradas do Rio Ganges, aonde em vez de irem para o brejo as vacas tomam banho?

Situações como as registradas em Itabuna, Cruz das Almas e Gandu se repetem em todas as partes do País, como se os personagens da novela fizessem parte da vida cotidiana cada um de nós.

Os bons são amados, os vilões são odiados e o final feliz, com casamentos, criancinhas nascendo e beijos apaixonados, é ansiosamente aguardado.

Enquanto isso no núcleo pobre da vida real os pobres continuam morando em bairros sem infra-estrutura, com transporte, educação e saúde precários, correndo atrás de empregos improváveis.

No núcleo rico, os ricos continuam desfrutando as delícias de serem ricos, mesmo que á custa da pobreza do núcleo pobre.

No núcleo marginal, os marginais impõem a lei do terror, o tráfico manda e desmanda e a polícia não passa nem perto, tão desaparelhada que está.

E no núcleo político, os políticos continuam legislando em benefício próprio, desfrutam de mordomias que o núcleo pobre nem sonha em desfrutar e surfando nas ondas da impunidade, pois sabem que sempre terão um final feliz.

Mas, cá pra nós, quem é que está preocupado com a novela da vida real, com tantos caminhos e descaminhos (das índias) da novela da vida irreal?

FIM

Daniel Thame é jornalista e blogueiro

www.danielthame.blogspot.com

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O governador Jaques Wagner diz que o PMDB cresceu no Estado às custas do PT. Enquanto isso, o presidente da executiva do PMDB na Bahia, Lúcio Vieira Lima, afirma que não é bem assim. Segundo ele, é o PT que só consegue se dar bem quando se une ao PMDB.

O irmão do ministro Geddel exemplifica: em 2002, Wagner foi candidato ao governo sem o apoio do PMDB e perdeu; já em 2006, aliançado com o PMDB, faturou a eleição no primeiro turno.

Como trilha sonora desse romance baiano, poderíamos sugerir “Entre tapas e beijos”, mas a preferência foi pelo Samba em Prelúdio, de Vinícius de Moraes (abaixo, na magnífica interpretação do mestre Baden Powell):

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Uma conversa inusitada aconteceu no último fim de semana, em Itabuna. Estavam presentes o vereador Roberto de Souza, do PR, e duas lideranças de um partido de esquerda, que ele prefere não nominar.

O papo firme foi um convite para que o vereador imprima tons vermelhos à sua carreira política e lance candidatura a prefeito de Itabuna em 2012.

Souza ficou balançado…

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Fábio Souto diz que Jabes deu só 400 votos a Negromonte.
Fábio Souto diz que Jabes deu só 400 votos a Negromonte.

O deputado federal Fábio Souto (DEM) revidou, novamente, o golpe desferido pelo ex-aliado Jabes Ribeiro, que chamou o parlamentar democrata de “omisso e apagado”, dentre outros adjetivos. Para Fábio Souto, Jabes deve se preocupar em responder na Justiça às acusações de improbidade administrativa que pesam contra o ex-prefeito de Ilhéus.

“Ele poderia se concentrar na defesa das duras acusações feitas pelo Ministério Público Federal quanto a sua última passagem pela prefeitura de Ilhéus”, disse. Souto diz que Jabes não tem outra saída para aparecer na mídia que não seja a de falar mal de alguém.

“A falta de prestígio do ex-prefeito é um fato por demais conhecido em Ilhéus e toda a região Sul. Além de ter recebido uma votação vexatória em 2006, ele conseguiu apenas 400 votos para o deputado federal que apoiava, Mário Negromonte”. O apoio aconteceu na reta final, quando Jabes descobriu-se traído por Fábio Souto.

Fábio Souto ainda desdenha e afirma que, por isso, não conseguiu emplacar nenhum cargo no governo estadual, “mesmo vivendo a pular de gabinete em gabinete no Centro Administrativo da Bahia”. Na verdade, Jabes teria, pelo menos, indicado o nome do atual presidente da Bahia Pesca, Isaac Albagli. O deputado lembrou ainda que a sua votação “vem crescendo na região Sul a cada nova eleição”.

Para entender o bate-boca, clique aqui.

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O vereador petista Claudevane Leite solicitou o encaminhamento de ofício ao prefeito de Itabuna, Capitão Azevedo, questionando sobre qual a função da advogada Juliana Burgos no governo municipal.

Todos sabem que Juliana é a procuradora, mas o questionamento de Vane se deve ao fato de que a nomeação da advogada foi rejeitada pela Câmara, em primeira votação, e retirada de pauta pelo governo antes da segunda apreciação. E mesmo assim, a indicação para a Procuradoria foi confirmada.

O problema é que Vane e outros vereadores não admitem a assinatura da procuradora em documentos oficiais do governo. E esse é o caso do decreto que autorizou o aumento nas contas de água, fato que gerou nova discussão entre a bancada do governo e a oposição. Dessa vez, foi na sessão das comissões técnicas desta quarta-feira (09).

O presidente das comissões, Wenceslau Júnior, colocou o requerimento de Vane em votação e o aprovou com o voto de governistas, com a única exceção do líder do governo Milton Gramacho.

Gramacho se irritou com a aprovação e disse que recorreria, pois entende que o documento deve ser apreciado em plenário. O clima esquentou mais uma vez e, por falta de suco de maracujá, o líder voltou para o gabinete mais vermelho que tomate maduro.

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A novela do reajuste das contas de água em Itabuna vive momentos de mistério.

Para recapitular, o vereador Roberto de Souza elaborou decreto que revoga o aumento, sob alegação de que o mesmo descumpriu a lei que exige comunicação com 30 dias de antecedência em relação ao aumento.

Na última sexta-feira (04), o líder do governo, Milton Gramacho, apresentou uma emenda, que na prática validava parcialmente a primeira parcela do reajuste de 14% nas contas de água, autorizado em 5 de junho. A emenda trazia nove assinaturas, entre elas a da vereadora Rose Castro, que negou ter subscrito o documento (o vereador Milton Cerqueira assinou no lugar dela).

Aí é que entra o tal mistério. Na mesma sessão tumultuada de sexta-feira, a emenda de Gramacho “desapareceu” no plenário. Ficou sumida até esta quarta-feira (09), quando alguém fez o papel deslizar por baixo da porta da Secretaria Parlamentar.

A surpresa: a emenda que reapareceu veio revista e atualizada, com nove assinaturas, entre elas a real e legítima da vereadora Rose Castro. Já o documento que havia gerado toda a confusão na sexta-feira foi para o beleléu, escafedeu-se…

Sem dúvida, um caso que só o desmoralizador de todos os ilusionistas seria capaz de desvendar.

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Jabes Ribeiro diz que Fábio Souto já foi repudiado pelo povo ilheense (foto Jornal Bahia Online)
Jabes Ribeiro diz que Fábio Souto já foi repudiado pelo povo ilheense (foto Jornal Bahia Online)

O ex-prefeito de Ilhéus, Jabes Ribeiro, respondeu com ironia aos ataques que lhe foram desferidos pelo deputado federal – e ex-aliado – Fábio Souto, em nota publicada aqui no Pimenta.

Segundo Jabes, a resposta ao deputado já foi emitida pelos eleitores ilheenses, que em 2006 foram pouco generosos com o filho do ex-governador Paulo Souto. Deram-lhe apenas 1.400 votos.

“Em 2002, quando teve o nosso apoio, Fábio Souto teve mais de 14 mil votos em Ilhéus, mas não soube retribuir a confiança do nosso povo”, afirma Jabes, acrescentando que o deputado abandonou os ilheenses.

O ex-prefeito classifica Souto como um deputado “apagado e omisso, que será rejeitado pelo povo baiano, assim como já é repudiado em Ilhéus”.

Na nota publicada ontem pelo Pimenta, Fábio Souto afirma que Jabes Ribeiro já traiu Waldir Pires, Jutahy Magalhães e Paulo Souto, e classifica a última administração do ex-prefeito de Ilhéus como “um desastre”.

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Souto aponta histórico de traição de Jabes Ribeiro.
Souto aponta histórico de traições de Jabes Ribeiro.

O deputado federal Fábio Souto (DEM), que estará em Ilhéus neste final de semana, decidiu romper o silêncio quanto às críticas que ele e o pai, o ex-governador Paulo Souto, sofrem do ex-aliado Jabes Ribeiro. A resposta do deputado federal surpreende pelo tom virulento.

Fábio Souto lembrou que o seu antigo aliado Jabes Ribeiro “já traiu Waldir Pires, Jutahy Jr e Paulo Souto” e pensava que, depois do desastre que foi sua última administração em Ilhéus, o secretário-geral do PP baiano estivesse fora da política. “Mas agora ele procura a imprensa para tentar mostrar que está vivo”.

Curioso é que, logo depois de sair da prefeitura, em 2004, Jabes fez dobradinha com Fábio Souto para as eleições de 2006, quando disputou uma vaga à Assembleia Legislativa. O ex-prefeito ilheense acabou abandonado o barco às vésperas da eleição, queixando-se de falta de apoio de Fábio e do então governador, que tentava a reeleição.

Sem lembrar do passado, Fábio continua com o dedo no gatilho: “Ainda bem que a população do sul da Bahia, que o conhece bem, não dá ouvidos a esse cidadão que vive pulando de galho em galho, sempre atrás de algo que o favoreça. Deste tipo de político, a Bahia não quer saber mais”.

A ira de Fábio Souto, hoje presidente da Comissão de Agricultura da Câmara Federal, atingiu este nível após sua breve visita ao sul da Bahia entre 29 e 30 de agosto. No aeroporto de Ilhéus, ele e o ex-governador Paulo Souto foram questionados pelo blogueiro Emílio Gusmão sobre o que achavam da postura de Jabes em relação aos dois. O ex-governador foi polido na resposta. Hoje, no contato com o Pimenta e via assessoria, o deputado não seguiu o caminho do pai.

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Diante do petista Josias Gomes (pré-candidato a deputado federal) e do pepista Jabes Ribeiro (pré-candidato a deputado estadual) – ambos presentes ontem à concorrida feijoada do clube Satélite – um observador perspicaz disparou:

– Hum, viemos para a feijoada e encontramos uma dobradinha!

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Irmãos Vieira Lima são denunciados pela segunda vez em menos de dez dias (Foto Pimenta).
Irmãos Vieira Lima são denunciados pela segunda vez em menos de dez dias (Foto Pimenta – 30/08/2009).

A Procuradoria Regional Eleitoral (PRE/BA) entrou com nova denúncia de propaganda eleitoral antecipada contrao PMDB e o ministro Geddel Vieira Lima. Desta vez, solicitou liminar ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-BA) para suspender a distribuição da edição n° sete do jornal do PMDB ( “É o 15”) e retirar do site do partido o informativo, cujo conteúdo, na avaliação do MinistérioPúblico, viola o art.36 da Lei Eleitoral ( 9.504/97).

Segundo a norma eleitoral, propaganda eleitoral só é permitidaapós odia5de julhodo ano da eleição. Na última segunda, a PRE/BA requereu a suspensão imediata da edição seis do “É o 15”.

“Todos os fatos dessa natureza que chegarem ao conhecimento do Ministério Público, envolvendoseja quemfor, serão objetosde examee ajuizamento de representação visando a cabível punição”, disse o procurador regional eleitoral da Bahia, Claudio Gusmão ao justificar a segunda representação contra o PMDB e Geddel.

As informações são do jornal A Tarde (para assinantes).

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Parece não ter sido fogo de palha o anúncio da troca de comando na direção municipal do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro (PRTB). O atual presidente, o vereador e líder do governo na Câmara de Itabuna, Milton Gramacho, já teria sido até comunicado da decisão do presidente estadual, José Raimundo.

O troca-troca não representa o problema em si, mas o que o presidente estadual do partido, José Raimundo, pretende para Itabuna. “Vamos para a oposição a Azevedo”, reafirmou hoje o dirigente, em contato com o Pimenta, depois de ter declarado, aqui mesmo, no domingo passado, que o partido iria seguir esse caminho.

Mais. O presidente José Raimundo anunciou que na terça-feira – no mais tardar na quarta – desembarca em Ilhéus. O destino: Ministério Público Federal. “Vamos protocolar uma denúncia de improbidade contra o governo de Itabuna”.

Ele diz que é uma denúncia que qualquer partido poderia fazer, porque está à vista. “Envolve dinheiro federal. É só o que posso adiantar”, anuncia José Raimundo. A petição já estaria pronta, e levaria a assinatura do presidente da comissão provisória que vai dirigir o PRTB em Itabuna em substituição a Milton Gramacho. O nome deste, também, só na próxima semana.

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Do blog Política&Cidadania

Comenta-se que o deputado federal Sérgio Brito (PDT-BA) estaria conversando com outras legendas após a decisão da direção nacional do partido de aderir formalmente à base aliada do governo estadual. Ex-secretário municipal na primeira gestão do prefeito de Salvador, João Henrique (PMDB), Brito estaria se sentindo incomodado com a nova posição do PDT e tenta mudar de ares.

Para trocar de legenda, o detentor de mandato precisa ser rápido porque o prazo final para filiação de quem deseja concorrer a cargo eletivo nas eleições de 2010 acaba no dia 4 de outubro próximo (um ano antes do pleito). Além de ter que negociar com a direção do partido a cuja bancada pertence para que ela concorde em liberá-lo sem acionar a justiça para exigir o mandato de volta.

Para acessar o blog assinado pelo jornalista Paixão Barbosa, clique aqui.

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Lúcio Vieira Lima, o presidente da executiva estadual do PMDB, tem a resposta na ponta da língua quando acusam seu partido de ter traído o PT. Diz ele que o ex-aliado tem maneira bem peculiar de lidar com traições.

“Por exemplo, o PP em 2006 era aliado de Paulo Souto e se afastou do DEM para se juntar ao PT. Isso para os petistas não é traição, pois foi algo que os beneficiou”, afirma o irmão de Geddel.

Para alfinetar um pouco mais, ele lembra que, ao trazer para o governo figuras como João Leão e Roberto Muniz, o PT ainda “traiu” a companheira Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas e ferrenha adversária da dupla do PP.

Em suma, o peemedebista acha que, para o PT, traição só existe no momento em que alguém se afasta da legenda. Quando é para aderir, segundo ele, a manobra ganha conceito mais nobre.

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A situação do prefeito de Itamaraju, Frei Dilson Santiago, se complica com a revelação do delegado Moisés Damasceno de que o petista seria o financiador dos advogados de defesa dos principais acusados da morte do ex-deputado Maurício Cotrim. O delegado não deu informações conclusivas, mas afirma que elas apontariam para esta direção.

Segundo Damasceno, delegado especial do caso e coordenador regional da Polícia Civil em Itabuna, a reconstituição do crime e as provas colhidas reforçariam esta tese. Cotrim teria contraído empréstimo de R$ 100 mil para financiar a campanha a prefeito de Frei Dilson. Sobre o caso, Damasceno concedeu entrevista ao site Teixeira News.