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Daniel Thame |danielthame@gmail.com

 

A carta que Gabriele Santos Barbosa, de 14 anos, assassinada após uma discussão banal com uma colega de classe numa escola pública em Itabuna, não escreveu, é um libelo contra a bestialidade coletiva que transforma a vida em algo absolutamente sem valor.

 

“Meu nome é Gabriele Santos Barbosa, eu tenho 14 anos, morei na Espanha, falo dois idiomas e poderia estar vivendo na Europa, com a minha mãe.

Lá é muito bonito, as pessoas se tratam com respeito, mas eu preferi morar em Itabuna, pra ficar perto da minha avó e dos meus parentes.

Meu bairro é muito carente, mas é nele que vivem meus amigos. Minha escola é pública e nem se compara com a que eu estudava na Espanha.

As salas de aula são apertadas, tem alunos demais, o material didático é precário e sinto que os professores estão desmotivados. Não tenho condições de estudar em escola particular. Meu avô foi vereador em Itabuna, secretário de Esportes, mas ao contrário de um monte de políticos que a gente vê por ai, continua pobre.

Eu tenho orgulho dele. É honesto, isso eu sei que ele é.

Tenho um tio-avô que trabalha na televisão. Ele faz um programa policial, o Alerta Total, que todo mundo assiste. Meu tio é muito engraçado, magro, narigudo, desengonçado, mas as pessoas gostam dele. Eu também gosto, mas vejo pouco o programa.

Tenho pavor de violência. Na minha escola, que fica num bairro carente, a gente sente essa violência de perto. No meio de tanta gente boa, que quer estudar e crescer na vida, tem gente que já se envolve com drogas, com assaltos. Que fala cada palavrão que a gente morre de vergonha.

Tem uma menina, era até minha amiga, novinha como eu, que namora um cara envolvido com o crime, um tal de Rodrigo. Imagina que outro dia ela veio me dizer que eu estava dando em cima do namorado dela, que eu mal conheço.

A única coisa que eu consegui responder foi algo do tipo ´fique com esse traste para você´, essas coisas que a gente diz meio sem pensar. Não quis ofender a minha amiga, ela que viva a vida dela. Mas eu acho que ela se chateou, ficou de cara amarrada e deixou de falar comigo.

Isso passa, também sou adolescente e sei como é. Amanhã ela esquece essa briga boba.

Todas as pessoas gostam de mim aqui na escola e no bairro. Os professores me adoram e dizem que sou uma garota de muito futuro. Sabe que eu ainda não parei pra pensar no futuro? Só sei que terei que lutar muito pra vencer na vida, não sou de família rica, mas deixa eu viver minha adolescência, minha juventude.

Gosto de música, de ir ao shopping e à praia com meus amigos. Adoro ficar no Facebook, onde tenho um monte de gente pra trocar ideias. Tem umas fotos minhas lá. Falam que sou linda. Quem não gosta que achem você bonita? Mas não me acho tão bonita assim.

Gosto de Itabuna, gosto das pessoas daqui, amo minha família e meus amigos. Gosto de viver.

Nem sei por que estou escrevendo tudo isso. Parece até que minha professora de português pediu uma redação e eu danei a escrever.

Agora a pouco eu saí da escola e estava indo pra assa, mas uma amiga da menina que eu discuti por causa do namorado disse que ela estava me chamando. Era pra acabar com essa briga e fazer as pazes.

Ainda bem. Acho que a amizade está acima de tudo. Estou indo lá agora, dar um abraço nela…

Rodrigo?

(um tiro)

Não Rodrigo, não,

(mais um tiro)

Não, Rodrigo, nããão…

(cinco tiros)”

——–

Uma menina de 14 anos está morta. E essa é a carta que ela poderia ter escrito e não escreveu, porque as páginas do livro de sua vida foram manchadas de sangue. O sangue de uma violência brutal, irracional e sem limites.

A carta que Gabriele Santos Barbosa, de 14 anos, assassinada após uma discussão banal com uma colega de classe numa escola pública em Itabuna, não escreveu, é um libelo contra a bestialidade coletiva que transforma a vida em algo absolutamente sem valor.

Um hino à vida, num cenário de morte.

Daniel Thame é jornalista e escritor.

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Luiz Carlos Jr. | lcjr65@hotmail.com

Acho lamentável e estéril essa discussão sobre o termo Vadia. Compreendo o conceito do movimento e fecho com ele, porque não aceito a culpabilização da mulher que é vítima de violência seja ela puta, vadia, piriguete ou carola (aqui sim uma inversão de valores). Parabéns, Glória, pelo desabafo.

Acho estranho as pessoas se preocuparem tanto com o nome desse movimento. É apenas um grupo de mulheres e homens (um Salve para Aquilino Paiva, Marcelo Lins, Ilton Cândido, Victor Aziz, Valmir do Carmo, Marcelo Sena e muitos outros que não lembro os nomes) bradando contra a violência de gênero. A Marcha das Vadias não se arvora a ser a única e exclusiva representante da mulherada.

E aí uma pergunta urge: por que as pessoas que não concordam com o recorte do movimento não saem da frente da tela do computador e organizam um movimento mais amplo, que dignifique a família brasileira? Por que não tiram seus traseiros gordos e/ou magros da poltrona e vão para as ruas protestar?

Cadê a União Brasileira de Mulheres? O que faz o Conselho Municipal de Mulheres? Por que a Soledade e o Felipe Camarão Escaldado (na História, Felipe Camarão foi um índio que se converteu ao cristianismo e virou monarquista. Acho oportuno…) não organizam a tal Marcha das Marias?

Deixem quem quer ser vadia ou quer vadiar em paz e toma alguma providência na vida! Vamos mudar essa realidade perversa que vitima milhares de mulheres todos os anos, cada um a sua maneira.

Luiz Carlos Jr. é jornalista.

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A Marcha das Vadias em Itabuna abriu espaço para outra discussão. Não a da violência praticada contra a mulher, mas quanto à escolha do nome para o movimento pela igualdade de direitos entre os gêneros e contra a violência sofrida pelas mulheres. Numa resposta a quem defende o termo da manifestação surgida no Canadá, Juliana Soledade se insurge e apresenta suas razões para se contrapor não ao movimento em si. Leia também artigo da organizadora da Marcha em Itabuna, professora Indaiara Célia (clique aqui).

Juliana Soledade | jsoledade@uol.com.br

Busco o meu cantinho a ferro e fogo nesta sociedade corrupta e nojenta em que vivemos. Vadia tem um significado feio, pesado, negativo e, aos meus olhos, este nome tem uma outra dimensão.

No ano passado, deu-se início à marcha no Canadá pela maneira como a polícia tratava os casos de abuso sexual, na Universidade de Toronto. Um determinado policial indicou uma maneira de combater o abuso e diminuir os números, orientando para que “as mulheres evitassem se vestir como vadias para não serem vítimas”.  Como réplica, muitas mulheres foram à rua, para que então pudesse defender o seu “direito de ser vadia”.

Este evento é abraçado por quase toda a esquerda, logo quem não é a favor da marcha é tido como de direita. Fico neste meio, se é que assim podemos chamar ’de direita’. Não consigo somar ao coro e ser mais uma a ir às ruas defender algo que o próprio nome é esdrúxulo, medíocre e infeliz.

Eu sou mulher e sei o poder de uma saia curta, de um vestidinho megacolado com decote ou aquela calça que mais parece ter entrado a vácuo. Os homens se sentem despertados e alvoroçados, por causa, justamente, da maneira como nos permitimos ser adornadas.

Logo, para quem quer respeito, o modo de se vestir deve ser pensado também, bem como as suas atitudes e o seu modo de permitir ser tratada. Claro que isto não deve ser lido e nem interpretado que quem tem essa postura deve ser abusada sexualmente ou violentada.

Uma coisa é ser contra ao machismo, reprovar o seu conceito, o seu argumento; outra coisa é assinar publicamente o gosto ou orgulho de ser vadia e até concordar no ato de repúdio das canadenses. Leia Mais

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Ricardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

É ilusão acreditar que sozinhos os professores conseguirão promover a transformação que se faz necessária.

 

Os problemas que afetam a rede pública de ensino em Itabuna não são diferentes dos que se verificam no resto do País. Entre os mais corriqueiros, estão os baixos salários, o modelo arcaico e desestimulante, a dificuldade em estabelecer um relacionamento efetivo entre escola e comunidade. Neste último ponto talvez se encontre o grande desafio dos educadores, principalmente em se tratando de escolas situadas em bairros muito pobres, com famílias desestruturadas e onde a droga se estabelece, cria estados paralelos e convida até mesmo as crianças a entrar por um caminho que não leva a lugar algum.

Sempre menciono dois casos que me chamaram bastante atenção. O primeiro é o de uma amiga que pertence à Pastoral da Criança e certa vez foi a um bairro da periferia de Itabuna, num domingo, Dia das Mães. A intenção era fazer com que as famílias daquela comunidade vivessem momentos de harmonia, expressando o amor entre mães e filhos. Para surpresa dessa amiga, a maioria das mulheres não conseguiu a menor espontaneidade quando o grupo da Pastoral pediu que as crianças as abraçassem. A impressão clara foi a de que o carinho e o afeto eram elementos ausentes daquelas vidas.

Em outro bairro, uma professora conta que os alunos de determinada escola choram quando toca a sirene que marca o encerramento do dia de aula. Muitas têm medo dos pais, da violência e da droga. Vivem numa situação que lhes rouba a infância, ao deparar cotidianamente com a pior e mais cruel face da miséria.

Diante de quadros como esses, qual é o papel da escola? O que ela pode fazer para ir além do programa curricular e promover mudança efetiva?

O primeiro passo certamente é assumir a incapacidade de encarar tal empreitada sem um concerto social amplo. É preciso chamar a sociedade, toda ela, apresentar-lhe o problema e dividir responsabilidades. É ilusão acreditar que sozinhos os professores conseguirão promover a transformação que se faz necessária. Nem mesmo com valorização salarial, formação continuada e escolas bem equipadas esse milagre será possível.

Há problemas intra e extramuros e o que se vê até o momento é uma escola incapaz de enfrentá-los. Percebe-se um conformismo que resulta da impotência para combater o inimigo, como quem joga a toalha.

A escola precisa sair das cordas, juntar forças com a sociedade e iniciar a revolução. Mas não só ela, pois essa é uma luta de todos nós.

Ricardo Ribeiro é advogado e blogueiro.

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Marco Wense

Para os geraldistas, o antigeraldismo está ansioso para participar do governo Vane. Conta com o aval de Miralva Moitinho, presidenta do diretório, e com o endosso do deputado federal Josias Gomes.

O prefeito eleito Claudevane Leite (PRB) nem tomou posse e já vem esse Marco Wense com seus devaneios sobre a sucessão municipal de 2016.

O caro leitor, independente de sua condição intelectual, de gostar ou não de política, tem todo o direito de achar que o comentário de hoje é ridículo, inoportuno e intempestivo.

Mas não é. Política é um processo de vários e interligados atos. E o primeiro ato importante do PT, visando o pleito de 2016, é a eleição para a presidência do partido.

Não é à toa que o deputado Geraldo Simões quer o comando da legenda para uma pessoa de sua inteira confiança, como a militante, companheira e esposa Juçara Feitosa.

Correligionários bem próximos do parlamentar são da opinião de que o PT só terá candidatura própria se o partido continuar sob o controle de Geraldo Simões.

Para os geraldistas, o antigeraldismo está ansioso para participar do governo Vane. Conta com o aval de Miralva Moitinho, presidenta do diretório, e com o endosso do deputado federal Josias Gomes.

Participar do governo do prefeito eleito é assumir o compromisso de apoiá-lo na sua natural pretensão de buscar o segundo mandato via instituto da reeleição.

O governador Jaques Wagner, cansado e ressabiado com três derrotas consecutivas, não criaria nenhum obstáculo para uma possível aproximação entre o PT e o governo Vane.

Portanto, caro leitor, não há devaneios e, muito menos, elucubrações no comentário de hoje. O processo sucessório de 2016 já começou, pelo menos no petismo de Itabuna.

COBRANÇA JUSTA

A executiva estadual do PDT, sob a batuta do gaúcho Alexandre Brust, cobra de Jaques Wagner mais espaços no governo. Espaço é sinônimo de cargos.

O PDT apoiou a reeleição do petista em 2010. A contrapartida foi proporcional ao fraco desempenho da legenda na eleição de 2008: oito prefeitos, alguns vice-prefeitos e poucos vereadores.

Agora, na sucessão de 2012, a legenda brizolista elegeu 43 chefes de Executivo, 31 vice-prefeitos e 373 vereadores. A cobrança faz sentido. É mais do que justa.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Ricardo Ribeiro | ricardo.ribeiro10@gmail.com

 

Nenhum país cresce verdadeiramente onde vigoram os atalhos abertos para atender indivíduos isoladamente.

 

O nível de inversão de valores em nossa sociedade é provavelmente uma das principais barreiras para que a mesma avance para patamares mais elevados. Onde vigora o jeitinho, a exceção amiga, o favor e o quebra-galho em nome da amizade ou da conveniência, é impossível construir-se um grupo social que se respeite e seja capaz de enfrentar seus principais problemas.

O Brasil é o 73º país mais corrupto do mundo de acordo com a ONG Transparência Internacional, que avalia 183 nações nesse quesito. E onde está a corrupção, senão incrustada, enraizada em cada setor da sociedade? Do governo às empresas, das igrejas às feiras livres. A malandragem é tão presente, que chega a ser vista como traço cultural e atávico, herdado do DNA dos primeiros invasores a desembarcar em Pindorama.

Carma ou safadeza pura e simples, o fato é que a corrupção é praticada inclusive por gente que se acha convictamente honesta. É de praxe, é o modus operandi inescapável, que torna mais fácil o acesso a benefícios pelo cidadão e “azeita” as relações no campo da política. Quem age diferente é ingênuo e incapaz de compreender que a vida é desse jeito mesmo.

E o que esse modo peculiar de agir tem dado de retorno ao país? Assim como jamais se viu alguém que vende o voto melhorar de vida, o mesmo se observa num espectro mais amplo quando se analisa a corrupção na sociedade. Os jeitinhos da vida resolvem o problema de muita gente no imediato. Já no longo prazo só servem para perpetuar o atraso.

Nações democráticas que evoluíram tiveram que consolidar seus ordenamentos jurídicos, que materializa a vontade geral, as opções coletivas voltadas ao bem comum. Nenhum país cresce verdadeiramente onde vigoram os atalhos abertos para atender indivíduos isoladamente. Ou se pensa e age coletivamente, ou o que se tem é um país fragmentado e desmoralizado.

A mensagem serve para a política e para o dia-a-dia de cada cidadão. No judiciário, ela foi bem expressa no discurso de posse do ministro Joaquim Barbosa, novo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ao desaconselhar juízes de prestar favores para ascender na carreira.

Trazendo para o local, uma das críticas mais recorrentes ao futuro secretariado da Prefeitura de Itabuna é de que alguns nomes são “corretos demais”. Dizem isso, por exemplo, do futuro secretário de Transportes e Trânsito, Clodovil Soares, frisando que ele será incapaz de flexibilizar ou, para ficar mais claro no exemplo, mandar, a pedido de algum político aliado do governo, “soltar um veículo apreendido”.

Percebam como a inversão de valores se manifesta nessa avaliação. Se o “defeito” do futuro secretário é ser correto, quem tem que mudar é a sociedade. Sob pena de perecer.

Ricardo Ribeiro é advogado e blogueiro.

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Valéria Ettinger | lelaettinger@hotmail.com

É por você, Ingrid, e por tantas outras mulheres agredidas e mortas que, no dia 24 de novembro de 2012, às 9h, Itabuna irá às ruas na marcha pela igualdade, pela dignidade e pelo respeito ao “ser mulher”.

Há quem afirme que a culpa do pecado original partiu da mulher, pois foi ela quem se deixou seduzir pela serpente e induziu o homem a comer do fruto do pecado e, ao fazer isso, ambos foram expulsos do paraíso.

Nesse processo de expulsão o homem, para fugir de sua responsabilidade do ato proibido e pecaminoso, diz, categoricamente, que a mulher é a culpada e com isso tenta se isentar da pena decorrente do seu ato. No Direito, o agente de um ato ilícito não será punido se provar a culpa de terceiro ou a culpa exclusiva da vítima.

Essa passagem bíblica nos remete a uma realidade dura e cruel que sofrem as mulheres vítimas de violência, pois em muitos casos elas são colocadas como promotoras e indutoras da agressão, a partir de estigmas decorrentes da sua identidade, da forma como se vestem e da forma como se posicionam na vida pública e privada.

As mulheres que se vestem de maneira sensual ou se comportam de um modo mais expansivo, caso venham a ser agredidas, saem da condição de vítima e passam para a condição de provocadoras e incentivadoras do ato, diminuindo ou até mesmo isentando o agressor da sua culpa.

A difusão dessa interpretação machista do pecado original fomentou estigmas sociais que levaram a mulher a uma condição de submissão e fragilidade, transformando-a em um objeto a ser usado pelos seus homens (pais, irmãos, maridos), nos fazendo crer, que essa foi à pena imputada a mulher por ser culpada pela sedução no paraíso.

Nisso foram se desenvolvendo muitas formas de violência contra mulher, pois os homens tinham a convicção de terem o poder de vida ou morte sobre as mulheres e essas, pela força da dominação, entendiam-se como seres dominados e submissos, como bem retratou Jorge Amado no seu romance “Gabriela”, situação que se perdura nos dias atuais.

A violência contra a mulher é exposta de diversas maneiras, das mais sutis às mais agressivas e, muitas delas, pelo processo da massificação cultural, tornam-se referenciais de vida e comportamento do “ser mulher”. É o que se chama de violência simbólica, as quais são retratadas nas músicas, nas festas populares, nos programas de televisão, induzindo as mulheres a adotarem um padrão de beleza e de comportamento, como se elas fossem apenas “perna, peito e bunda”.

Observa-se, ainda, a violência moral e a violência física que matou, no Brasil, nos últimos 30 anos cerca de 91.932 mulheres, colocando o Brasil no 7º lugar em “feminicídio” no ranking de 84 países, a Bahia em 6º lugar nacional, Salvador em 94º e Itabuna em 33º lugar estadual.

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Marco Wense

Quando questionado sobre o deputado Marcelo Nilo, que quer continuar como presidente da Assembleia Legislativa pela quarta vez consecutiva, Wagner lançou mão de um republicanismo, digamos, filosófico.

O governador Jaques Wagner, em entrevista ao jornal A Tarde, admitiu o impacto das greves dos professores e da Polícia Militar nos resultados das eleições.

O governador disse o que muitos petistas queriam dizer, mas não tiveram coragem. Ou seja, que as greves contribuíram para a derrota de alguns candidatos da base aliada.

Wagner também declarou que é contra a eternização dos políticos no poder: “O político tem que ser profissional no sentido de ser competente, mas não pode ter na política um emprego”.

Quando questionado sobre o deputado Marcelo Nilo, que quer continuar como presidente da Assembleia Legislativa pela quarta vez consecutiva, Wagner lançou mão de um republicanismo, digamos, filosófico.

Para não atritar com Nilo, que é do PDT, partido da base aliada, Wagner respondeu que é contra a eternização filosoficamente falando. Que faz política e não filosofia. Uma saída politicamente perfeita.

MEDO DAS RUAS

Alguns deputados, por enquanto só federais, vêm defendendo o fim das carreatas, das caminhadas, da distribuição de santinhos, do corpo a corpo, dos palanques e de tudo que possa afastar o político do eleitor.

Os filhotes da ditadura, como diria Leonel Brizola, querem o retorno do famigerado colégio eleitoral e da indicação biônica para prefeitos e governadores.

Os inimigos da democracia, saudosistas do regime autoritário, têm nojo do contato físico com o eleitor. Querem distância do povão de Deus.

EXPRESSÕES LATINAS

Algumas expressões latinas são aterrorizantes para a maioria dos políticos, como, por exemplo, Voluntas sceleris e Vita anteacta, que significam, respectivamente, vontade de praticar o ato criminoso e vida pregressa.

Outras, no entanto, até que ajudam quando os políticos estão enroscados com a justiça. Quando o assunto é o mensalão, José Dirceu apela para a Probare oportet, non sufficit dicere (Dizer não é suficiente, é preciso provar).

Joaquim Barbosa, eminente ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), é ardoroso seguidor da expressão Dura Lex, sed Lex. A lei é dura, mas é lei.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Daniel Thame | danielthame@gmail.com

Ao contrário do que dizem os radicais do movimento ambientalista, o governo cedeu em diversos pontos. E as condições que as obras saiam do papel são as melhores possíveis, mais vantajosas que outras pensadas para o restante do brasil.

ONGs ambientalistas lançaram um novo abaixo-assinado pedindo paralisação do processo de licenciamento ambiental do Porto Sul.  O documento repete argumentos fantasiosos, a exemplo daquele que diz que o Complexo Intermodal é investimento com recursos públicos para beneficiar empresas privadas e que a atividade portuária interferirá negativamente no desenvolvimento do turismo de Ilhéus e do litoral sul da Bahia.

O documento alega ainda que o EIA/Rima não teve divulgação adequada e pede a realização de nova audiência pública.

Felizmente, prevaleceu o bom senso e o Ibama acaba de conceder a  Licença Prévia para a implantação do projeto.

Não se trata de criminalizar o movimento ambientalista, até porque foi na discussão aberta com ONGs e demais representações da sociedade que o projeto evoluiu até o ponto em que se encontra hoje. Mas a hora de discutir já passou. O Ibama atesta que nenhum outro projeto portuário foi tão debatido com a sociedade organizada  quanto o Porto Sul.

O momento pede união e esforços concentrados para que o projeto saia do papel e seja definitivamente implantado, beneficiando toda a região, trazendo desenvolvimento social, econômico e ambiental.

Chega de radicalismos. Sim, porque o maior perigo para a Mata Atlântica está na pobreza. A mata na região sul da Bahia foi dizimada por que famílias de desempregados precisavam de local para morar, de caça para comer. Estas famílias produziram lixo jogado no leito de córregos e rios, afetando a qualidade destas águas.

O projeto do Porto Sul evoluiu e os ambientalistas têm muito a comemorar. O que era para ser um mineroduto de 500 quilômetros, alimentado com a água do São Francisco se transformou em ferrovia. A localização do porto foi alterada para aumentar a preservação de corais e animais marinhos. Ibama e Ministério Público têm informações profundas e detalhadas sobre o projeto, o que aumenta seus poderes de fiscalização e consequentemente a força para paralisar e suspender a obra caso haja qualquer descumprimento por parte dos empreendedores.

No lugar do radicalismo,  o momento pede racionalidade. Agora, é mais inteligente para os ambientalistas e para a sociedade discutir os condicionantes, não aqueles pensados para inviabilizar o Porto Sul, mas sim os que garantam de fato investimentos sociais e ambientais que signifiquem redistribuição das riquezas a serem geradas pelo complexo.

Não se iludam, o cobertor é curtíssimo. Ilhéus não tem recursos suficientes para, por exemplo, interligar todas as residências a um sistema de esgotamento sanitário. Os ambientalistas sabem que o esgoto não tratado é um dos maiores perigos ao ecossistema. O Governo do Estado tem um pouco mais de dinheiro, mas precisa atender 417 municípios. A União, um pouco mais ainda de recursos, mas atende a 5.550 cidades.

Logo, os investimentos são feitos em locais onde podem se potencializar. Ilhéus e região podem se tornar alvo prioritário dos investimentos estaduais e federais em esgotamento sanitário, qualificação de mão de obra, infraestrutura urbana, incluindo áreas de lazer e de preservação ambiental, a fim de assegurar melhoria na qualidade de vida de seus habitantes.

Sem o Porto Sul e sem a Ferrovia Oeste Leste,  o Sul da Bahia apenas assistirá ao desenvolvimento de outras localidades, lembrando um passado de riqueza cada vez mais afastado do presente e um futuro de desenvolvimento transformado em uma vaga miragem. Leia Mais

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Marco Wense

Por dedução, diria que o candidato do bispo Marinho é César Brandão, do PPS da simpática Mariana Alcântara, legenda que acompanhou Vane sem titubear.

Na entrevista que concedeu ao Diário Bahia, na edição do último fim de semana, o deputado Márcio Marinho adotou uma postura pacificadora em relação aos questionamentos envolvendo o PCdoB.

O evangélico parlamentar, candidato à reeleição, conhecido como bispo Marinho da Igreja Universal (IURD), reconhece a importância da legenda comunista na vitória de Claudevane Leite.

A maior liderança do PRB na Bahia sabe que o apoio do futuro prefeito de Itabuna será compartilhado com Davidson Magalhães, pretenso candidato a uma vaga na Câmara Federal.

“O PCdoB ajudou na construção da vitória de Vane e é mais do que legítimo que queira fortalecer o grupo”, disse Marinho ao responder sobre a natural pré-candidatura do presidente da Bahiagás.

O PCdoB caminha no mesmo sentido. Em tom conciliador vai dizer que o apoio do bispo, garantido a legenda do PRB, depois que Vane foi preterido pelo PT, foi fundamental para o sucesso eleitoral do então candidato.

Que essa paz permaneça na indicação dos nomes que irão compor o governo. Que o relacionamento entre o PRB e o PCdoB seja marcado pela transparência, civilidade e bom comportamento político.

MARINHO E O LEGISLATIVO

Nas entrelinhas, o bispo Márcio Marinho deixou claro que é contra a candidatura do pastor Francisco à presidência da Câmara de Vereadores de Itabuna.

Depois de deixar um resquício de esperança no ar, dizendo que “nada impede”, o bispo disse: “… mas ele está no primeiro mandato e a responsabilidade é grande”.

A declaração do deputado Marinho animou os vereadores que não são marinheiros de primeira viagem, como Ruy Machado, Júnior Brandão, Carlito do Sarinha e César Brandão.

Do quarteto, é evidente que Júnior Brandão, por ser do PT, é carta fora do baralho. Carlito apoiou a reeleição do capitão Azevedo. Ruy Machado é um enigma.

Por dedução, diria que o candidato do bispo Marinho é César Brandão, do PPS da simpática Mariana Alcântara, legenda que acompanhou Vane sem titubear.

ESCLARECIMENTO

Pela segunda vez – e última – esclareço que não sou jornalista, repórter ou qualquer coisa do ramo. Sou apenas um modesto colaborador do Diário Bahia e do conceituado e cada vez mais lido Pimenta na Muqueca.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Emmannuele Daltro |  lelledaltro@msn.com

É prudente e sensato escolher, dentre os postulantes, aquele que reúna, de experiências pregressas, o maior número de características necessárias ao exercício do cargo.

No fim dos anos 1930, Schumpeter apresentou a teoria de que a participação da sociedade na política é limitada ao voto, cabendo a um grupo minoritário de cidadãos, chamado de elite, a formulação das propostas e restando ao indivíduo apenas escolher dentre elas.

Contrariando o autor austríaco, existem indícios de que a soberania popular no século XXI tende a ultrapassar o ato de apenas escolher representantes dos poderes executivo e legislativo. Como exemplo dessa progressão democrática, vimos recentemente que em Alcobaça (BA)  o futuro Secretário de Educação foi escolhido pelos professores daquele município,  ao passo que em Santo Antônio de Jesus, divulgou-se que o Secretário do Comércio será escolhido pela Associação Comercial e entidades afins.

Como profissional de saúde e grande admiradora da democracia participativa, tenho esperança de que o exemplo de Alçobaça e SAJ seja replicado em outros municípios e que os Secretários de Saúde sejam, um dia, escolhidos pelos trabalhadores e usuários do SUS de forma democrática.

Neste cenário, surge uma questão: quais seriam as habilidades e competências necessárias para que um cidadão exerça de forma satisfatória a função de Secretário Municipal de Saúde?

Antes de “tentar” relacionar algumas características de um bom Secretário de Saúde é necessário citar o grande desafio imposto ao titular deste cargo. O Secretário Municipal de Saúde é o gestor do SUS que se encontra mais próximo do clamor popular e tem a responsabilidade de disponibilizar ações e serviços de saúde de qualidade a todos os cidadãos conforme preconiza a Constituição Federal, cumprindo as normas do SUS e os princípios da Administração Pública. Isto num quadro de subfinanciamento, engessamento burocrático, judicialização, insuficiência de mão de obra médica e questionável capacitação dos diversos colaboradores da saúde tanto no âmbito técnico quanto gerencial.

Na minha humilde opinião, para ocupar um cargo de gestão desta magnitude, além de conhecer a política de saúde do Brasil, é extremamente útil que o titular da Pasta da Saúde tenha noções de administração pública e capacidade para liderar.

Além disso, é necessário predisposição para participar ativamente dos espaços legítimos de discussão e pactuação do SUS a exemplo da Comissão Intergestores Regional (CIR), do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS) e da Comissão Intergestores Bipartite (CIB), pois nesses espaços são tomadas decisões que impactam diretamente no financiamento do SUS. Leia Mais

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Gil da Silveira Neto 

Reconhecer a existência de problemas reais que acometem as famílias dos adolescentes, como a pobreza, ausência de equipamentos sociais e políticas públicas adequadas, a violência e a falta de oportunidades, não quer dizer desmerecê-las como legítimas educadoras dos filhos

Em 1990, o Brasil criava o Estatuto da Criança e do Adolescente, afastando-se das legislações tradicionais para a infância baseadas na doutrina que colocava uma divisão entre as crianças e os ‘menores’, ou seja, os meninos e meninas pobres e oriundos de lares “desestruturados”, aqueles ditos abandonados e/ou perigosos.

O Estatuto hoje assegura às crianças e adolescentes o direito da proteção integral. No caso do cometimento de ato infracional, são destinadas medidas de caráter socioeducativo e também protetivas, sem deixar de responsabilizar os adolescentes.

De acordo com o Dr. Marcos Antônio dos Santos Bandeira, Juiz da Vara da Infância e Juventude de Itabuna, as medidas impostas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente precisam de maiores investimentos para serem totalmente implantadas no município.

O perfil do adolescente em conflito com a lei em Itabuna, de acordo com os levantamentos feitos pela Vara da Infância e Juventude, é o seguinte: idade entre 15 e 17 anos, pobre, sexo masculino (92%), baixa escolaridade, família desestruturada e ocorrência de abandono afetivo, e quase sempre envolvido no tráfico de drogas (crack ou maconha).

Quando atos infracionais forem cometidos por adolescentes com violência ou grave ameaça (exemplos: roubo, homicídio) e nos casos de reiteração em tráfico de drogas, podem ser imputadas medidas de internamento de até 3 anos. Hoje, porém, em Itabuna inexistem institutos apropriados para execução desta medida, obrigando os adolescentes infratores a serem deslocados a Feira de Santana ou Salvador.

A medida socioeducativa da semiliberdade trata-se de um modelo similar ao regime semiaberto destinado aos imputáveis que exercem atividades escolares e profissionalizantes sob a supervisão, retornando para o pernoite. Tal medida em Itabuna é aplicada em uma casa no bairro São Judas.Leia Mais

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Marco Wense 

A verdade é filha do tempo. E o tempo, como senhor da razão, vai mostrar que os seguidos erros de Geraldo Simões – alguns até infantis – podem levá-lo para o isolamento político.

O governador Jaques Wagner faz um esforço sobrenatural para entender o político Geraldo Simões. Fica mais abismado quando compara o Geraldo de ontem com o Geraldo de hoje.

O irreverente jornalista Eduardo Anunciação diria que o Geraldo Simões de priscas eras, na época de “minha pedinha”, é o oposto do Geraldo Simões de agora.

Anunciação, comentarista político do Diário Bahia, tem razão quando diz que GS “está precisando com urgentíssima-urgência perceber alguns episódios, alguns erros, alguns fatos, falhas”.

Wagner também não entende como é que Geraldo Simões consegue, concomitantemente, se atritar com as legendas da base aliada, suas respectivas lideranças e com os próprios companheiros.

Das agremiações partidárias de maior expressão, obviamente do cenário baiano, apenas o PSB e o PDT de Acácia Pinho acompanharam a então candidata Juçara Feitosa na última sucessão municipal.

O fato de Juçara ser a suplente da senadora Lídice da Mata, que é a comandante-mor do PSB, contribuiu para que petistas e socialistas ficassem no mesmo palanque.

O PSB, no entanto, assim como o PDT, ficou dividido entre as candidaturas de Juçara e Vane do Renascer. A ala histórica do brizolismo grapiúna decidiu pelo apoio ao candidato do PRB.

Vale ressaltar que Acácia Pinho foi protagonista de uma enxurrada de discursos contra o capitão Azevedo e Geraldo Simões. A neopedetista pregava o fim da “mesmice”, aí incluindo o ex-prefeito Fernando Gomes.

Ao romper com a frente partidária, que terminou optando por Wenceslau Júnior como vice de Vane, Acácia se aproximou do capitão Azevedo com o intuito de integrar a chapa majoritária.

O comando estadual do PDT daria o aval para a estranha aliança, já que todas as pesquisas de intenção de voto apontavam Azevedo em uma posição confortável. Sua reeleição era considerada como favas contadas. Leia Mais

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Marco Wense

É razoável dizer que a eleição do democrata cutucou o adormecido eleitorado que ainda é fiel ao ex-chefe.

 

Cada agremiação partidária analisa os resultados da eleição de 2012 como lhe convém. Nenhuma legenda admite o enfraquecimento pós-processo eleitoral.

As respectivas lideranças lançam mão de diferentes argumentos – alguns consistentes, outros sem qualquer solidez – para mostrar que seu partido saiu fortalecido do pleito.

Nacionalmente, podemos apontar o PSB de Eduardo Campos, governador de Pernambuco, e o recém-criado PSD, do prefeito Gilberto Kassab (SP), como os dois principais destaques.

O PSB foi a sigla que mais cresceu desde 2008. Ganhou mais 40% de prefeituras. Derrotou o PT em cidades importantes, como Belo Horizonte, Recife e Fortaleza.

E mais: além de protagonizar grandes vitórias sobre o PT da presidenta Dilma Rousseff e do ex-Lula, o PSB foi o principal vencedor nos 100 municípios mais pobres.

O novato PSD, uma mistura heterogênea de políticos de qualquer espécie, depois de eleger quase 500 prefeitos, se transformou em uma força política relevante.

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Sócrates Santana | soulsocrates@gmail.com

A ascensão do PSB nas cidades mais pobres do país simboliza também a redescoberta de uma quarta força partidária no Brasil, antes ocupada pelo metafisico DEM/PFL, reanimado com a vitória em Salvador e Aracaju.

Não existe mais uma pedra no meio do caminho do senador Aécio Neves. Ao menos, no PSDB. Afinal de contas, a derrota de José Serra não significou apenas a vitória do PT em São Paulo. Representou o término de um ciclo paulista no ninho tucano, onde a mensagem de despedida dos serristas à presidência passou de um até logo para um adeus melancólico das urnas do seu principal reduto eleitoral. “A festa acabou”, diria o poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade, que comemoraria hoje – se vivo fosse – 110 anos.

Em Minas Gerais, o PSDB venceu em 143 municípios, enquanto o PT elegeu 114 e o PMDB 119 prefeituras. Mas, restou ao PSB do governador pernambucano Eduardo Campos a cereja do bolo: Belo Horizonte. Com o apoio de Aécio Neves, o prefeito reeleito Márcio Lacerda (PSB) derrotou o ex-ministro Patrus Ananias (PT), apoiado pela presidenta Dilma Rousseff. Mas, a única cidade acima de 200 mil eleitores governada pelo PT a partir de 2013 em território mineiro será Uberlândia.

A disputa na capital mineira serviu como uma prévia da eleição presidencial de 2014. De um lado, a aliança entre o PSDB e o PSB. Do outro, a manutenção de um casamento temerário entre PT e PMDB. Fora da disputa, após perder a eleição municipal para Fernando Haddad (PT), o ex-presidenciável José Serra, com a chave na mão, “quer abrir a porta”, mas, “não existe porta”, porque, Aécio Neves levou para Minas Gerais.

O deslocamento político do ninho tucano para Minas Gerais é acelerado na mesma medida que ocorre também um reposicionamento da hegemonia petista do nordeste de volta para o eixo sul do país. Dos eleitores a serem governados por prefeitos petistas a partir de janeiro, a maioria absoluta (51%) estará no Estado de São Paulo. Além da capital, o partido ganhou em municípios de peso na Região Metropolitana, como Guarulhos, Osasco e São Bernardo do Campo.

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