Não se tem notícias de dados oficiais sobre quantas crianças vivem hoje nas ruas de Itabuna, mas a impressão é que a cada dia esse número cresce mais. Muitos desses menores levam a vida pedindo dinheiro aos transeuntes, muitas vezes para consumir drogas, e outros cometem pequenos delitos.
Quanto aos que cometem atos infracionais, o Comissariado de Menores do município diz que são feitas blitze regulares, mas essa ação esbarra num problema estrutural: não há para onde encaminhar os menores apreendidos. Mas há o problema dos que foram abandonados ou que saíram de casa, muitos devido a uma situação doméstica de violência. Esses estariam na cota da Secretaria de Assistência Social, mas também não se tem notícia de algum programa nesse sentido.
Um dia esses menores acabam por se formar homens e mulheres. Como não tiveram qualquer tipo de formação ou orientação social além do que aprenderam nas ruas, tendem a continuar às margens da sociedade, muitas vezes enveredando pelo caminho do crime. “A sociedade não ajuda. Se a comunidade pressionasse as autoridades, poderíamos ter uma situação melhor, abrigo, programas de ressocialização para esses menores. Depois essa mesma sociedade reclama da falta de segurança”, desabafa um servidor da justiça, que vê de perto a situação e se diz frustrado.