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Jaciara Santos PrimoreJaciara Santos | jaciarasantos@primoreconsultoria.com.br

 

Há algum tempo as instituições que tratam as pessoas apenas como recursos vêm perdendo espaço. Hoje, a moderna Gestão de Pessoas enfatiza que as organizações precisam de pessoas saudáveis para alcançar maiores resultados positivos.

 

Os relacionamentos que mantemos todos os dias em família, no trabalho, nos círculos sociais e, inclusive o relacionamento que mantemos conosco, norteiam nossa existência. Existem pessoas que dizem que vivem bem sozinhas, mas em realidade precisam cultivar os relacionamentos diariamente.

“O homem é um ser (animal) social”, afirmou Aristóteles. No entanto, essa afirmativa não avisa que, muitas vezes, há a necessidade do aprendizado em ser sociável, para melhor convivência e crescimento pessoais.

Talvez pela necessidade da prática social salutar, a maior parte das empresas, na atualidade, entende que o seu resultado depende das pessoas. Depende do relacionamento do gestor com a equipe, depende do relacionamento dos indivíduos da equipe, depende de todos.

Nunca se investiu tanto nas capacitações de equipes, para que consigam alcançar o melhor desempenho. Sugere-se que as empresas percebam a importância das Relações Interpessoais.

De modo lógico, melhorando as relações com o outro, as afinidades como um todo na vida da empresa, começariam a ser melhoradas. Sem esquecer de que cada qual, em sua individualidade, deve ser respeitado.

É necessário aceitar o outro da maneira com que ele se apresenta e não como gostaríamos que ele se apresentasse. Já pensou se todas as pessoas fossem como gostaríamos que elas fossem?

Há algum tempo as instituições que tratam as pessoas apenas como recursos vêm perdendo espaço. Hoje, a moderna Gestão de Pessoas enfatiza que as organizações precisam de pessoas saudáveis para alcançar maiores resultados positivos. Por isso,o investimento continuado nas relações interpessoais e, também pelo mesmo motivo, o enfoque de que o humano é o bem mais precioso.

Essa preocupação atual com a Gestão de pessoas, esse cuidado em potencializar o capital humano, esse novo destaque na maneira de como lidar com o indivíduo, nas instituições, acaba agregando valor ao produto final gerado pelas empresas.

Isto porque, de modo geral, relacionar-se  bem uns com os outros implica em criar um ambiente favorável às corporações. Numa equipe, todos são importantes e especiais. Cada um, em sua singularidade, agrega valor. Por isso, trate o outro como gostaria de ser tratado: cuide , importe-se , ame, compartilhe da melhor maneira e seja a melhor pessoa que puder ser.

Jaciara Santos é coach pessoal e profissional

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marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@gmail.com

 

“Se este fosse um país sério, Vossa Excelência não seria ministro, Vossa Excelência estaria na cadeia”.

 

A formalidade entre parlamentares deixa hilários alguns diálogos. O pronome de tratamento, Vossa Excelência, é usado “para o bem e para o mal”.

Exemplo fictício: No discurso, o deputado Antônio Imbassahy (PSDB) se dirige a José Carlos Aleluia (DEM) afirmando que Vossa Excelência é sinônimo de honestidade. O elogiado devolve destacando que Vossa Excelência nunca se envolveu com empreiteiras, é um político exemplar.

Da ficção para a dura realidade: ACM (PDS) num embate com Jader Barbalho (PMDB) vai à tribuna do senado e brada, “está aqui uma manchete do jornal O Estado de São Paulo: Pará agora só tem ladrão, louco e traidor.”

Em seguida se dirige solenemente ao colega:

– E Vossa Excelência é o ladrão!

Na primeira oportunidade, o senador Jader Barbalho reagiu gritando, “vai sobrar sangue pra todos os lados. Basta lembrar frase de ACM no Jornal do Brasil sobre como ganharia a eleição na BA: com o chicote numa mão e o dinheiro na outra”.

O ex-aliado Geddel Vieira Lima foi outro que não escapou da fúria de Antônio Carlos. Num bate boca gritou, “deputado Funrespol.”

Referia-se ao Fundo Especial de Reequipamento Policial cujos recursos, segundo ele, foram desviados pelo então secretário de Segurança Pública do estado, Afrísio Vieira Lima, para eleger o filho Geddel.

ACM encarava o adversário e repetia as palavras prolongando a última sílaba da sigla: “deputado Funrespooooool, deputado Funrespoooool, deputado Funrespooooool…”

Mas a velha raposa Antônio Carlos, quando ministro das Comunicações, também provou deste veneno. No plenário da Câmara, o então deputado Joaci Góes, dedo em riste, utilizando o tradicional pronome de tratamento disparou:

“Se este fosse um país sério, Vossa Excelência não seria ministro, Vossa Excelência estaria na cadeia”.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.

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marco wense1Marco Wense

 

PT e PCdoB é uma velha história de amor e ódio. Não tenho nenhuma dúvida de que estarão de mãos dadas na sucessão de 2016. A união dos vermelhinhos é imprescindível para a sobrevivência política do petismo e do comunismo.

 

 

A exoneração do coordenador do Detran em Itabuna, subtenente Gilson Nascimento, indicado pelo PCdoB, me fez lembrar da música “Pode vir quente que estou fervendo”, composta por Carlos Imperial e interpretada pelo rei Roberto Carlos e o tremendão Erasmo Carlos.

O suplente de deputado federal Davidson Magalhães, líder inconteste do comunismo no sul da Bahia, pré-candidato à sucessão do prefeito Claudevane Leite, abriu o verbo contra o PT e sua articulação política.

Davidson Magalhães parecia aquele de priscas eras, do saudoso tempo agitado da política estudantil, gesticulando e bradando em voz alta: “Isso é um absurdo, vai ter troco”.

Já fui o alvo preferencial dos seus inflamados e frenéticos discursos na então FESPI, hoje Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), quando candidato à presidência do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do DA de Direito. Perdi no primeiro embate, mas sair vitorioso no segundo. Não foi fácil enfrentar os aguerridos meninos do PCdoB. Eu era do PDT, brizolista convicto, mas os danados diziam que eu era da “direitona”. Ser de direita naquele tempo, no ambiente estudantil, era suicídio político.

Sobre o deputado estadual petista Rosemberg Pinto, responsável pela indicação do novo diretor do cobiçado órgão, Davidson disse que “o rapaz não tem nenhuma representatividade, não teve nem três mil votos entre Itabuna e Ilhéus”.

E mais: 1) “… não vamos fazer a transferência do cargo, isso é uma agressão ao resultado da eleição de Itabuna, Ilhéus e Região, uma agressão aos 17 mil votos que tivemos”. 2) “… é por este tipo de coisa que o PT está isolado. É esse tipo de atitude que dificulta aliança com o PT”. 3) “… vai ter troco, vai ter troco”. 4) “… não tenho medo de ameaça nenhuma ao meu mandato”.

O “vai ter troco” foi o desabafo que mais pontuou no duro discurso do prefeiturável. Tiririca da vida, um pouco nervoso, Davidson lembrava um ACM versus Waldir Pires.

Qual seria o “troco” de Davidson Magalhães? Foi o questionamento mais ouvido do pós-descarrego. No início, todos pensavam que o “troco” seria o fim do diálogo com o também pré-candidato Geraldo Simões.

Davidson, no entanto, sabendo que o PCdoB precisa do PT e vice-versa, tratou logo de isentar o PT de Geraldo Simões: “O PT fez um absurdo em Itabuna, não digo que é o PT de Itabuna”.

Como uma espécie de advogado de Geraldo Simões, Davidson foi mais além: “Tem gente querendo ocupar o espaço do ex-deputado, não vão nos jogar contra Geraldo Simões aqui em Itabuna”.

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Felipe de PaulaFelipe de Paula | felipedepaula81@gmail.com

 

Todas as suas ações “comunicam”. O tempo que seu cliente demora para ser abordado e atendido é comunicação. O modo como ele é atendido é comunicação.

 

 

Muito se propaga a respeito da crise que vivemos. Contudo, sempre é tempo de elaborarmos reflexões: qual atitude devo tomar? Qual o caminho para minha sobrevivência no hostil ambiente que me cerca? Como ficam meus negócios, meu emprego? Independente do papel social que você ocupa, cabe iniciar suas ponderações com uma constatação humana: somos seres sociais e comunicadores por excelência. Nossa natureza clama por contato e diálogo. Então, diante de tal afirmo: o caminho para o sucesso está diretamente ligado à comunicação.

Quando destaco comunicação, tomemo-la no sentido mais amplo, pois ela é extensa em características e efeitos. Se um empresário for conclamado a projetar a comunicação de sua empresa, provavelmente destinará ideias para campanhas publicitárias, slogans ou jingles. Importante, mas está longe do fundamental. Sua empresa – ou mesmo você, profissional – é um ente comunicativo orgânico.

Todas as suas ações “comunicam”. O tempo que seu cliente demora para ser abordado e atendido é comunicação. O modo como ele é atendido é comunicação. A iluminação do espaço, o estoque disponível, cada pequeno e aparentemente insignificante detalhe na transação comercial é um ato de comunicação. Seu cliente sairá impactado – e essa palavra oferece múltiplas possibilidades de leitura – por cada pequeno detalhe que você e sua empresa lhe oferece na relação comunicativa que estabeleceu com ele.

Numa noite recente saí de casa para buscar um sanduíche numa lanchonete inaugurada há poucas semanas. Experimentei uma vez e resolvi retornar, pois encontrei atendimento gentil, preço justo e produto de qualidade. Ao chegar no espaço, por volta das 21 horas, fui informado que não tinham mais sanduíches, pois o hambúrguer havia terminado. Saí frustrado e em dúvidas se enfrentarei uma nova saída de casa em busca do produto. A frustração gerada provoca um impacto ainda maior do que as qualidades oferecidas.

A mensagem que recebi daquela empresa foi de descuido e despreparo no atendimento das necessidades e interesses do cliente. Um detalhe tão simples que poderia ter sido resolvido com um elemento fundamental para a comunicação profissional: planejamento.

Sou habitualmente interpelado por meus alunos com dificuldades em gerir a vida universitária – de atividades e leituras – com as demais obrigações cotidianas. A resposta que ofereço é a mesma destinada ao empresário ou profissional que deseja obter sucesso e progressão: planeje sempre. Planejar é gerir o futuro, contudo com a atenção voltada para o presente. Não adianta buscar uma oportunidade de progressão, desejar o crescimento de seus investimentos, sem atentar e cuidar das ações presentes. Peter Drucker afirma que o planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas sim às implicações futuras das decisões presentes.

Todas as manhãs, no momento em que conduz seu carro saindo de casa rumo ao trabalho deve fazê-lo pensando no destino, no caminho que percorrerá para alcança-lo, mas deve realizar essa ação atentando para cada passo do presente. Caso contrário, você e seu carro podem colidir com obstáculos indesejados e acabarão da mesma forma que milhares de empresas e profissionais ficam cotidianamente: pelo caminho.

Felipe de Paula é professor universitário e pesquisador da Comunicação Social.

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marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@gmail.com

 

A outra história aconteceu com o próprio autor, quando estava desempregado. Ele conta que recebeu ligação telefônica de Hebe Camargo, “com quem sempre manteve relações afetuosas”.

 

O jornalista Paulo Henrique Amorim deu um show de conhecimento, ironia e criatividade no lançamento do seu novo livro, O Quarto Poder – Uma Outra História

Com maestria, relatou acontecimentos. Alguns estão no livro, escolhi dois, independente do grau de importância em relação aos outros.

Quando Brizola se elegeu governador, construiu o sambódromo e decidiu escolher a emissora que faria a cobertura do carnaval por meio de licitação. Boni, diretor da Globo, num vacilo, não participou e a Manchete ganhou a exclusividade.

Roberto Marinho ficou retado com Brizola e com Boni e com o dono da Manchete, Adolpho Bloch. Tentando reduzir os danos, telefonou para Bloch, com o objetivo de propor um pool para a transmissão. Mas não era atendido. Bloch mandava dizer que não estava.

Anos depois, a Manchete “quebrou”. Adolpho Bloch foi à Globo pedir ajuda. Esperou duas horas e, quando atendido, foi logo adiantando:

– Roberto, a Manchete faliu e só você pode me salvar.

– Adolpho, há dez anos estou esperando você retornar aqueles telefonemas. Passar bem.

E Bloch foi conduzido para a saída pela secretária de Roberto Marinho.

A outra história aconteceu com o próprio autor, quando estava desempregado. Ele conta que recebeu ligação telefônica de Hebe Camargo, “com quem sempre manteve relações afetuosas”.

– Paulo Henrique, estou aqui na sala do Silvio. Estou dizendo a ele que você topa vir pra cá. Você toparia?

– Claro Hebe, estou desempregado. A vida é dura.

-Viu Silvio, ele topa! Fala com ele, Silvio.

Silvio pega telefone:

– Olá, Paulo Henrique, eu gosto muito do seu trabalho. Muito mesmo. Mas eu gosto do seu trabalho na televisão dos outros.

Caso semelhante aconteceu no jornal A Tarde na década de 80. Os jornalistas Benedito Simões, Marcos Luedy e Luiz Guilherme Tavares faziam free-lance. Em função da qualidade, o chefe de redação sugeriu a contratação do trio.

O diretor Jorge Calmon, “direitista até a medula”, foi curto e sincero com eles:

– Aqui vocês jamais serão contratados.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.

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Lula Dantas1Lula Dantas

A guerra midiática entre os grupos em disputa pelo poder político no Brasil ameaça não apenas a gestão do país. Ameaça o estado de direito e o processo de democratização da nação, incitando a sociedade brasileira ao ódio racial, servindo de pano de fundo para justificar todas as formas de atentados aos direitos constitucionais.

 

A diversidade cultural brasileira é fruto de um processo de mais de 500 anos da miscigenação de povos provenientes de várias partes do mundo. Historicamente, os povos tradicionais indígenas, os donos originais da terra, tiveram seus territórios invadidos e usurpados pelo colonizador branco, que ainda os tentou escravizar, até constatar que não seria possível, diante do feroz instinto de liberdade desses povos.

Esses, então, passaram a ser dizimados. Tribos, comunidades e povos indígenas foram completamente extintos para a criação das primeiras vilas e cidades. Os sobreviventes foram se embrenhando e refugiando nas florestas, na tentativa de sobreviver ao poderio bélico, à sanha assassina e a catequese do homem branco.

Como alternativa para o trabalho braçal, após as malfadadas tentativas com os indígenas locais, conforme prática da época, importaram, durante séculos, milhões de negros e negras do continente africano na condição de escravos, sendo os primeiros a desembarcar negros bantus e cabindas, conhecidos como Povos de Angola, inicialmente enviados para minas, plantações e engenhos no interior do Nordeste do país.

Num segundo momento, chegaram Povos de Ketu, Ijexá, Oyó, Sabé e Gêge, dos troncos Yoruba e Ewefon, encaminhados para as cidades que estavam sendo fundadas em toda a Colônia, principalmente para o serviço no comércio, na ourivesaria e enquanto criados domésticos.

Com o advento da abolição, milhões de negros foram libertos sem nenhuma política de integração à sociedade, de inserção ao mercado de trabalho, sem documentos, sem formação e na sua maioria sem referência e/ou vínculo familiar.

Os/As descendentes destes Povos ainda lutam para ter assegurados os direitos e à sua cultura, direito cerceado pela falta de vontade política dos governos em fazer cumprir a Constituição Federal. Os povos originários reivindicam esses direitos por meio de políticas públicas de inclusão social, retomada de posse e reconhecimento dos territórios quilombolas e indígenas, de reparação e de cotas, na tentativa de minimizar danos aos seus descendentes, já que estes ainda enfrentam o racismo institucional e o preconceito racial por parte da sociedade.

Vivenciamos a discussão de valores e de tabus que provocam uma disputa singular e imprevisível na sociedade brasileira, disputa de forças que lutam de um lado pela liberdade de expressão e do uso de seu corpo, de orientação sexual e da garantia de direitos civis e coletivos. E, de outro lado, a reação a essas demandas, promovida por grupos extremistas, liderados e compostos por fanáticos religiosos, nos meios de comunicação, nas redes sociais, nos templos, nas ruas e em eventos pagos com recursos públicos, justificando e destacando os atos de um Congresso Nacional reacionário e retrógrado.

Por meio da criação de novas leis, com o mote de resguardar e garantir a família, a moral e os bons costumes, evidenciam e explicitam a defesa de interesses de grupos políticos hegemônicos, de determinadas facções religiosas neopentecostais e de classe econômica alta, distinta se em detrimento da maioria da população brasileira e das minorias representativas. Nomes, siglas e dogmas se misturam convenientemente com o objetivo de formar “Exércitos” em nome de um Deus de ódio e formam uma “bancada evangélica” que atenta contra a laicidade do Estado brasileiro e contra a democracia.

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marco wense1Marco Wense

A estranheza é Roberto José ter mais do dobro de votos de Azevedo e quase três vezes mais do que Geraldo.

O Instituto Seculus andou divulgando uma pesquisa sobre a sucessão do prefeito Claudevane Leite (PRB). A consulta teria sido contratada por um “empresário” de Itabuna.

Pela enquete pré-eleitoral, o deputado estadual Augusto Castro (PSDB) aparece na dianteira das intenções de voto. O ex-prefeito Fernando Gomes (DEM) ocupa a segunda posição.

A surpresa ficou por conta do secretário de Transporte e Trânsito Roberto José, sendo o terceiro da fila e bem na frente dos ex-prefeitos Geraldo Simões e do Capitão Azevedo.

A estranheza é Roberto José ter mais do dobro de votos de Azevedo e quase três vezes mais do que Geraldo. Vale ressaltar que na última pesquisa que tive acesso, o também presidente da FICC estava em situação desconfortável.

De repente, um vapt-vupt impressionante. O percentual do secretário é maior do que a soma dos percentuais de Geraldo Simões (PT), Antônio Mangabeira (PDT), Leninha Duarte (PPS), Davidson Magalhães (PCdoB), Carlos Leahy (PSB), Coronel Santana (PTN), Alfredo Melo (PV) e Zem Costa (Psol).

A chamada “Guerra das Pesquisas” é inerente ao movediço e traiçoeiro mundo político. A divulgação de uma nova consulta com Roberto José na lanterninha é só uma questão de tempo, basta o PCdoB bancar a pesquisa.

Inquestionável e consensual é a posição de Augusto Castro. O tucano ocupa o primeiro lugar em todas as enquetes, sejam elas realizadas pelo governismo, pela oposição ou qualquer outro empresário.

Vem aí uma enxurrada de pesquisas. Até a véspera do dia da eleição, quem sabe 15, 20, 25 ou 30. A maioria manipulada, inconsistente e desprovida de credibilidade.

Prefiro o conselho da minha intuição política. A conversa com os meus botões, como diria o polêmico e inquieto jornalista Mino Carta, é mais confiável.

PS – Na dúvida, não tendo certeza que a pesquisa foi registrada na Justiça Eleitoral, optei pelo prudente caminho de não revelar os percentuais (%) dos pré-candidatos.

CALMA, GENTE!

Que cada um defenda o pão de cada dia de maneira limpa, exercendo a função com ética e profissionalismo, sem precisar passar por cima de ninguém e, muito menos, pisotear. É assim que se procede.

É o conselho da modesta Coluna Wense para alguns jornalistas, repórteres e blogueiros de Itabuna. Tem espaço para todos. “Não vos agonies”, diria o advogado Adylson Machado, assíduo frequentador da saudosa Turma da Jaca.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Jaciara Santos PrimoreJaciara Santos | jaciarasantos@primoreconsultoria.com.br

A receita está quase pronta! Agora é tomar atitude. Use o momento a seu favor. Saia da zona de conforto.

Para que se tenha um bom desempenho profissional, recomenda-se uma dose diária de C.H.A.: conhecimento, habilidade e atitude. Buscar novos conhecimentos e especializações, desenvolver habilidades e não parar por aí. O indivíduo precisa ter atitude. O famoso conceito de competência utilizado para desenvolver um super profissional.

Quando criança, minha querida mãe sempre nos encorajava a estudar para “ser alguém na vida” e sempre dizia: “minha filha, estude para não tomar as topadas da vida”.

Cresci com esse pensamento. E, quando vejo algumas pessoas desencorajadas, que reclamam da vida sem ao menos lutar pelo objetivo que sonham, sem no mínimo aprender novas coisas e aprimorar suas capacidades; que me perguntam “qual o motivo de seus insucessos profissionais”, lembro do sábio conselho: Primeiro passo é buscar conhecimento!

Contudo, essa incrível receita necessita de mais alguns ingredientes, a qual inclui desenvolver habilidades.

Esse é um grande desafio, pois temos que eliminar de nossa vida a famigerada Síndrome da Gabriela (Eu nasci assim, vou ser sempre assim). Não aceite isso para sua vida. Você precisa desenvolver, dia a dia, novas habilidades. E isso, para que se mantenha no mercado de trabalho e na vida como um todo, “porque viver exige coragem”.

A receita está quase pronta! Agora é tomar atitude. Não fique aí chorando, reclamando da crise do Brasil, da crise mundial, da crise em seu trabalho. Use o momento a seu favor. Saia da zona de conforto.

Entretanto, de nada vale adquirir novos conhecimentos, desenvolver novas habilidades, participar de workshops, se não levantar-se da cadeira de queixumes e colocar a mão na massa. O sucesso te espera.

Jaciara Santos é coach pessoal e profissional.

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Marco Wense

marco wense1O PSD do senador Otto Alencar, em uma articulação de cima para baixo, vai convidar Azevedo para disputar a sucessão municipal pelo partido. A cúpula estadual acha que o candidato do DEM é Fernando Gomes.

Outro detalhe é que uma chapa puro-sangue, com Fernando e Azevedo, criaria problema com o PMDB e o PSDB. Peemedebistas e tucanos vão disputar a indicação do vice.

Não acredito em nenhum rompante de rebeldia por parte do Capitão. Nos bastidores, o comentário é de que o ex-alcaide não teria coragem de romper com Fernando Gomes, o DEM e, por tabela, com ACM Neto.

GERALDO, VANE E OS EVANGÉLICOS

geraldosimoes3O ex-deputado Geraldo Simões, um dos fundadores do PT na região, não pode mais criticar o governo do prefeito Claudevane Leite, sob pena de se indispor com o PCdoB.

A legenda é co-responsável pelo lado bom e ruim da administração. Além de Wenceslau Júnior, vice-prefeito e secretário de Planejamento, o partido tem vários cargos de confiança.

Geraldo precisa se aproximar do prefeito Vane. Não à toa que defendeu, no encontro dos prefeituráveis, sob o comando de Roberta Oliveira e Maria Antonieta, o carnaval para evangélicos.

O ex-prefeito sabe que essa aproximação com o chefe do Executivo, bem como um entendimento com o PCdoB, viabiliza sua candidatura perante o governador Rui Costa (PT).

Adversários de Geraldo Simões já vasculham fotos do petista com a presidente Dilma Rousseff. O ex-prefeito de Itabuna tem pela frente a última oportunidade de sobrevivência política. O último suspiro.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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marco wense1Marco Wense

 

O caminho menos espinhoso, em decorrência do desgaste do PT e de um governo municipal com nota baixa, é o da oposição, em que pese a falta de credibilidade dos seus dois prefeituráveis.

 

O desejo-mor do governismo é o mesmo da oposição: um rompimento interno nas hostes do adversário. Ou seja, Fernando Gomes versus José Azevedo e Geraldo Simões versus Davidson Magalhães.

Oposicionistas e situacionistas concordam que a união é imprescindível para conquistar a cobiçada prefeitura de Itabuna, o mais populoso e importante município do sul da Bahia.

Já é consenso que o lado que dividir perde a eleição. O eleitorado de Fernando Gomes e José Azevedo, assim como o de Geraldo Simões e Davidson Magalhães, pertence a um mesmo campo.

O problema é que cada um se acha melhor do que o outro e nenhum quer ser companheiro de chapa. Geraldo Simões, por exemplo, chegou a dizer que é “velho demais para ser vice”.

O governador Rui Costa e o prefeito soteropolitano ACM Neto, ambos em plena campanha para o Palácio de Ondina – o petista querendo se reeleger e o democrata querendo seu lugar –, só esperam o momento certo para definir o candidato.

Disse aqui, na coluna da última sexta-feira de agosto, que o governador Rui Costa não vai aceitar dois candidatos da mesma base aliada. O mesmo raciocínio vale para ACM Neto.

A oposição tem outro nome, o deputado estadual Augusto Castro (PSDB). O tucano entraria no jogo em caso de inelegibilidade de José Azevedo e Fernando Gomes, que continuam “sujos” diante da Lei da Ficha Limpa.

O prefeito Claudevane Leite, que desistiu de disputar mais quatro anos de governo, vai apoiar o nome apontado pelo governador Rui Costa. O PRB, partido do alcaide, se não lançar candidatura própria, deve apoiar o candidato da coligação DEM, PSDB e PMDB.

O caminho menos espinhoso, em decorrência do desgaste do PT e de um governo municipal com nota baixa, é o da oposição, em que pese a falta de credibilidade dos seus dois prefeituráveis.

Não acredito em cisão e, muito menos, rebeldia. Talvez um passageiro calundu. Fernando Gomes, Capitão Azevedo, Geraldo Simões e Davidson Magalhães vão seguir a ordem do comando maior.

Concluo dizendo que os pré-candidatos serão obedientes aos seus chefes políticos. Rui Costa ainda tem um bom tempo no poder e ACM Neto é um fortíssimo candidato na sucessão de 2018.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo. A ditadura das agremiações partidárias e o mandonismo dos senhores dirigentes são implacáveis. Eles se acham proprietários vitalícios de suas legendas. É assim que funciona.

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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Jaciara Santos PrimoreJaciara Santos | jaciarasantos@primoreconsultoria.com.br

 

Toda dificuldade é uma oportunidade de aprendizado, de crescimento, de maturação. Por isso, diante de uma nova “oportunidade”, a reação deve ser sempre positiva

 

“Eu não posso. Eu não consigo. É muito trabalhoso. É difícil. Não!”

A maioria das pessoas reage negativamente ao que lhe é solicitado ou delegado, sem ao menos entender de que se trata a situação. E, em geral, rebate com uma devolutiva também negativa.

As palavras com sentido negativo, são enraizadas e interiorizadas, a ponto de o indivíduo acreditar realmente que ele não tem capacidade.

Também por isso que a Psicologia Positiva,  uma das bases do Coaching, preocupa-se em focar no desenvolvimento do ser humano, fazendo com que o mesmo busque ressignificar suas atitudes, acreditando mais nelas. Isso resultará, para a pessoa, em maior assertividade, controle emocional e foco, como aponta José Roberto Marques, presidente do Instituto Brasileiro de Coaching.

De acordo com esse pensamento, nota-se que, quanto mais positivo for o profissional, mais produtiva e maior será a sua performance.

Então, é importante que se realize uma análise pessoal e profissional, uma reavaliação geral, uma espécie de  revisão de postura, que haja mais iniciativa e coragem.

O indivíduo pode começar se perguntando: Como estão sendo minhas atitudes perante as dificuldades? Sou uma pessoa positiva? Como encaro as dificuldades da vida?

Toda dificuldade é uma oportunidade de aprendizado, de crescimento, de maturação. Por isso, diante de uma nova “oportunidade”, a reação deve ser sempre positiva, dizer intimamente: “Sim! Eu posso! Eu consigo! Sou vencedor!”

Almeje o topo, pois você vai chegar aonde acreditar que chegará. Você deve ter foco rumo à evolução.

Seja mais positivo e, fatalmente, será mais feliz.

Jaciara Santos é coach pessoal e profissional.
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marco wense1Marco Wense

 

Mangabeira defende a formação de um bloco com o PSB, PPS, PV e Solidariedade (SD). Vai conversar com os prefeituráveis Carlos Leahy, Leninha Duarte e Alfredo Melo.

 

Algumas pessoas, entre elas alguns jornalistas, achando que o médico oncologista Antônio Mangabeira, pré-candidato pelo PDT, vem adotando um discurso duro em relação ao processo sucessório.

Alegam que Mangabeira erra quando descarta qualquer aproximação com os ex-gestores Fernando Gomes e Azevedo. O civil querendo ser prefeito pela quinta vez e o militar atrás do segundo mandato.

Ora, Mangabeira está no caminho certo. Quem prega mudança na política de Itabuna não pode ficar de convescote com políticos que representam a antítese do novo, que simbolizam a mesmice.

Se Mangabeira estivesse com outra postura, outro comportamento, essas mesmas pessoas iriam dizer que sua pré-candidatura é de mentirinha, que a intenção é ser vice.

“Não vou praticar a velha e carcomida política do toma-lá-dá-cá e nem me aproximar de quem eu acho que não serve mais para Itabuna”, diz o prefeiturável do PDT.

Mangabeira defende a formação de um bloco com o PSB, PPS, PV e Solidariedade (SD). Vai conversar com os prefeituráveis Carlos Leahy, Leninha Duarte e Alfredo Melo. “Não podemos ficar assistindo uma eventual polarização entre Fernando Gomes e Geraldo Simões”, finaliza.

PS: Além de médico, bacharel em direito e administrador de empresas, Mangabeira cursa engenharia civil e ambiental.

INFIDELIDADE

claudevane leiteCostumo dizer que o anzol da fidelidade partidária só consegue fisgar os peixes miúdos, sem dúvida os vereadores e dirigentes partidários. Quando o peixe é graúdo, o anzol entorta, o “peixão” escapole.

O prefeito Vane, só para citar um exemplo bem tupiniquim, desconsiderou a orientação do seu partido, o PRB, para apoiar o então candidato Paulo Souto. Vane ficou com o petista Rui Costa na última sucessão estadual.

Tudo caminha para que o chefe do Executivo venha novamente cometer infidelidade partidária na eleição municipal de 2016, se tornando um reincidente.

O PRB tende a ficar com a oposição, se juntando ao DEM, PSDB e PMDB. Se não for candidato ao segundo mandato, Vane vai apoiar o nome que o governador Rui Costa apontar.

Fica no ar a pertinente, provocativa e intrigante pergunta: os vanistas antipetistas, incluindo aí os evangélicos, seguiriam o prefeito no seu apoio ao candidato do PT?

Marco Wense é articulista do Diário Bahia.

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marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@gmail.com

Numa movimentação, o mediador Ramiro Aquino percebeu um revólver na cintura do médico Amilton Gomes. Esperou o intervalo e pediu que a arma lhe fosse entregue, discretamente, para ser guardada pelo segurança.

Dirigentes políticos se reuniram para definir a chapa majoritária nas eleições de 2004 em Juazeiro. Participaram Osmar Galdino (Jojó), presidente do PT, Joseph Bandeira, pré-candidato a prefeito ( PT), Paganini Nobre Mota, presidente do PMDB e Geraldo Andrade, coronel reformado da PM e dirigente do PSB.

A discussão foi sobre a vice, cargo disputado por Paganini e Geraldo Andrade, que fez uma pergunta afirmativa: “Eu sou o candidato a vice ou não sou?”

O argumento havia sido colocado em cima da mesa: um revólver calibre 38, carregado. Todos ficaram convencidos e o coronel foi escolhido por unanimidade.

Em Itabuna na campanha de 88 para prefeito, a TV Cabrália promoveu uma série de debates. Num deles, participaram os candidatos Aurélio Laborda, Dr. Zito, Jairo Muniz, Amilton Gomes e Fernando Gomes. Os dois últimos “em pé de guerra”.

Numa movimentação, o mediador Ramiro Aquino percebeu um revólver na cintura do médico Amilton Gomes. Esperou o intervalo e pediu que a arma lhe fosse entregue, discretamente, para ser guardada pelo segurança.

Cenas do debate histórico na TV Cabrália em 1988.
Cenas do debate histórico na TV Cabrália em 1988. Amilton, à direita, estava armado.

Joaci Góes, então Deputado Federal, quando brigou com o senador ACM, passou a portar uma arma. Ele conta que havia a expectativa de ser imobilizado pelos guarda-costas do senador para causar-lhe danos físico e moral. “Então, me preparei para matar ou morrer.”

O ex-presidente escritor José Sarney, quando presidia o PDS, foi com um “três oitão” ao congresso do partido, em 1984, discutir a candidatura de Maluf contra Tancredo.

Sarney articulava contra Maluf e quando chegou ao local poetizou: “estou armado e quem tentar me desmoralizar eu dou um tiro na cara.”

Ele confessou, anos depois, em entrevista ao programa Roda Viva e justificou que os malufistas “falaram que iam me tirar à tapa da presidência do partido, que iam arrancar meu bigode, cabelo por cabelo. Então, achei prudente que eu fosse armado. É chocante, mas é verdade. Não é do meu feitio”.

Outro destaque é o pastor Malafaia, admoestando ovelhas e carneiros a não denunciarem os ladrões: “Teu pastor é ladrão, é pilantra? Sai e vai pra outra igreja.” Encerra com duas frases, uma trágica: “Eu já vi gente morrer por causa disso”. Outra cômica: “Ungido do senhor é problema do senhor. Não é problema teu.”

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.

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(4) Luiz      ConceiçãoLuiz Conceição | jornalistaluizconceicao@gmail.com

A Ilha de Aramys – 40 anos de eleições em Itabuna consegue superar-se ao falar de personagens, histórias e fatos com riqueza de detalhes, ancorado em pesquisas a arquivos de jornais da época, universidades e conversas com antigos companheiros de infortúnio ou de heroísmo

 

Com capítulos bem fechados, narrativa leve e uma tessitura a apontar um nascente escritor, A Ilha de Aramys – 40 anos de eleições em Itabuna, editado pela Via Litterarum, marca o segundo livro do radialista e jornalista Waldeny Andrade. A obra é recheada de contos curtos. Há um bem-sucedido “thriller” que mistura política com polícia num enredo bastante original, sem esquecer o amor, as paixões humanas e as desilusões amorosas.

O recado do autor, logo nas primeiras das 300 páginas, busca situar o leitor mais jovem e aqueles de mais idade e desavisados que a ficção e a realidade se justapõem ao longo de toda a sua narrativa com estórias bem contadas e pitorescas recheadas, com dados históricos da sucessão municipal, desde a eleição do ex-prefeito José Oduque (1973 e 1976) até a de José Nilton Azevedo (2009 a 2012).

Desnecessário dizer que “o livro alterna ficção inspirado num fato ocorrido em Itabuna na segunda metade do século passado, e realidade enfocando 40 anos de eleições neste município”. A curiosidade instigante do leitor em descobrir o que guarda a memória desse homem que dedicou parte de sua vida à mídia regional se satisfaz com sua narrativa concisa sobre o que pensa deva ser a política, a administração pública, o rádio e jornal em cidade de porte médio como Itabuna ou qualquer outra cidade.

A ilha de AramysDirigente por 29 anos de uma emissora, onde a programação era copiada de outra que fez história no Rio de Janeiro, Waldeny ousou, acertou a mão e elevou a audiência da emissora que dirigiu, a partir da década de 1970, dois anos e meio depois de sua chegada. Moldou moderna e dinâmica programação em contraponto ao fazer rádio ancorado no binômio música-hora certa.  A partir de sua ousadia provocou as duas outras emissoras AM existentes.

O rádio itabunense – que era bom – viveu um clima de euforia e disputa jamais vista, com a qualidade, o profissionalismo e a ética sempre a serviço do ouvinte. O mesmo se pode aplicar ao jornal elaborado a quente em linotipos que, substituídas pelos atuais microcomputadores, viraram peças de museu. Ninguém delas mais se lembra ou sabe para que servem.

Pena que a cidade não tenha um local adequado a exibir às novas gerações o quanto heroico era se fazer imprensa no interior, com gigantes dificuldades tecnológicas e incompreensões de todo o gênero.  Bons tempos aqueles, que jamais serão igualados, principalmente pelas dificuldades crescentes de se fazer imprensa como no passado pela chegada da Internet, um lugar onde os cidadãos satisfazem suas necessidades comunicacionais diárias a qualquer hora nem sempre em fonte limpa e séria.

Neste seu segundo livro, o escritor supera a ansiedade e o medo de Vidas Cruzadas – Confissões de um enfermo, que marcou sua estreia na literatura há dois anos. Se naquele Waldeny faz um constante ziguezague em sua prodigiosa memória para recordar o passado, em A Ilha de Aramys – 40 anos de eleições em Itabuna consegue superar-se ao falar de personagens, histórias e fatos com riqueza de detalhes, ancorado em pesquisas a arquivos de jornais da época, universidades e conversas com antigos companheiros de infortúnio ou de heroísmo.

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marivalguedesMarival Guedes | marivalguedes@gmail.com

Como dizia minha mãe, “dois bodes de chifres não bebem água na mesma cumbuca” e tanto o compositor quanto a atriz não têm papas na língua.

Chico Buarque, utilizando o pseudônimo/heterônimo Julinho da Adelaide, compôs Jorge Maravilha “(Mais vale uma filha na mão/Do que dois pais voando/Você não gosta de mim/mas sua filha gosta)”.

A canção foi dedicada à filha do general Geisel, Amália Lucy, que já havia confessado admiração pelo artista, divulgaram os veículos de comunicação. Chico negou e falou que compôs inspirado na sua detenção por agentes do Dops. No elevador, o agente pediu autógrafo para a filha.

Injuriado foi outro samba que rendeu notas nas colunas políticas (“Você nada está me devendo/Por isso, meu bem, não entendo/Porque anda agora falando de mim.)”

Afirmaram que foi composto para Fernando Henrique. O ex-presidente havia criticado Chico afirmando que o compositor é elitista e repetitivo. O músico negou e, pra não deixar dúvida, falou que “jamais chamaria FHC de meu bem.”

Polêmica maior foi entre Caetano Veloso e Luana Piovani. Afinal, diz minha mãe, “dois bodes de chifres não bebem água na mesma cumbuca” e tanto o compositor quanto a atriz não têm papas na língua.

Quando Caetano compôs Um Sonho, com seus versos eróticos “(olho-água, vermelho da calha nua/ tua ilharga lhana/mamilos de rosa-fagulha )”, Luana publicou que foi pra ela, sendo imediatamente desmentida pelo artista. Revoltada, disparou: “Era um Deus e descobri que era um banana de pijama. Para mim, ele morreu, está sepultado.”

Dias depois num show, Caetano, coerente com o bordão “Ou não”, confirmou: “Pela primeira vez vou dedicar essa música a Luana. Eu não a desmenti, como disseram. Quando compus, disse a ela que foi parcialmente inspirada nela. Mas Luana se precipitou e contou antes de me consultar”.

Já Paulinho Pedra Azul, compôs Jardim da Fantasia “(Onde estás?/Voei por esse céu azul/ Andei estrada do além/Onde estará meu bem?)” e comentam que foi dedicada a uma noiva que morreu.

Fantasia das pessoas, o músico afirma que fez para a primeira namorada. O boato ganhou tamanha dimensão que ele já se conformou: “Tento explicar, mas não tem jeito. A força do povo é maior”.

Marival Guedes é jornalista e escreve crônicas aos domingos no Pimenta.