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Há pouco, em entrevista coletiva, o vice-governador João Leão confirmou a retirada da sua pré-candidatura ao Senado Federal. Seu filho e correligionário no PP, o deputado federal Cacá Leão assume a vaga na chapa que tem ACM Neto (UB) como pré-candidato a governador.

O vice-governador, aos 76 anos, admitiu que o ritmo da pré-campanha majoritária pesou na mudança. “Por que isso? Porque eu aguentar o ritmo da ligeireza antes era tranquilo, mas aguentar o ritmo do bonitão aqui não é fácil não, viu, gente? Mas não é fácil mesmo!”, repetiu, dirigindo-se a ACM Neto, sentado ao seu lado.

Numa referência velada ao apelido do governador Rui Costa (PT), chamado de correria, Leão sublinhou a palavra ligeireza. A brincadeira arrancou sorriso de Neto.

Ainda no pronunciamento que antecedeu a coletiva, Leão enfatizou que a escolha de Cacá foi coletiva, envolvendo prefeitos, deputados e o secretário-geral do PP na Bahia, Jabes Ribeiro. “Não fui eu que decidi, não, viu? Foram os bonitões lá!”.

João Leão também informou que, agora, é pré-candidato a deputado federal. Segundo ele, a pré-candidatura à suplência do Senado continua com o PP, representado pelo deputado federal Ronaldo Carletto.

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Quando a possibilidade dos progressistas deixarem a base do governador Rui Costa (PT) era nuvem distante no horizonte da política baiana, em fevereiro passado, o secretário-geral do partido no estado, Jabes Ribeiro, falou ao PIMENTA sobre a composição da majoritária governista. Naquela altura, segundo Jabes, o Progressistas não tinha plano B para a empreitada, o nome era o do vice-governador João Leão.

“Há apenas uma questão. O nosso nome para essa equação chama-se João Leão. Existem nomes valorosos no PP. Temos uma bancada de dez [deputados] estaduais e quatro federais. Temos prefeitos, ex-prefeitos, deputados, lideranças importantes, mas, dentro desse cenário, neste instante, o nome que temos para essa montagem, essa equação, é João Leão, que é unanimidade no PP por tudo que representa”, afirmou o ex-prefeito de Ilhéus (relembre).

Ao final daquele mês, o senador Jaques Wagner (PT) desistiria da pré-candidatura ao governo estadual, reforçando a hipótese de que Rui Costa renunciaria para se candidatar ao Senado Federal. Esse arranjo, conforme Jabes, foi acertado em reunião com o ex-presidente Lula, em São Paulo, da qual participou na companhia de Rui e Leão, que assumiria a gestão estadual até o final do mandato.

Nada disso foi à frente. A história é conhecida. Depois que Wagner anunciou a permanência de Rui no governo até o fim de 2022, as lideranças do PP afirmaram que a decisão rompeu o acordo avalizado por Lula (veja aqui) e declararam apoio à pré-candidatura de ACM Neto (UB). Na nova aliança, Leão assumiu o posto de pré-candidato do grupo ao Senado, do qual desistiu nesta segunda-feira (2).

Logo mais, às 15h, o Progressistas deve anunciar a substituição de Leão pelo filho, o deputado federal Cacá Leão, como pré-candidato a senador. Também é esperado anúncio de que o vice-governador será candidato a deputado federal. Se essas expectativas se confirmarem, os progressistas terão arrumado um plano B muito comum, o da herança política transmitida de pai para filho.

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O professor Reinaldo Soares, pré-candidato a deputado federal, avalia que o deputado federal Márcio Marinho, seu correligionário no Republicanos, reúne as melhores condições para assumir a vaga de candidato a vice-governador na chapa liderada por ACM Neto (UB).

“O partido, hoje, tem três parlamentares, um deles será o vice de Neto. A discussão é essa, que o Republicanos vai ocupar a cadeira de vice-governador”, disse o professor, nesta quarta-feira (27), em entrevista ao Balanço Total, da Rádio Santa Cruz de Ilhéus.

O radialista Luke Rei, apresentador do programa, interviu e acrescentou que o favorito para a vaga é Marinho. Reinaldo concordou:

– Meu candidato [para a vice de Neto], dentro do partido, é o deputado federal Márcio Marinho, pela história dele no partido, um homem de partido. Teve oportunidade de ser ministro e cedeu para que João Roma se tornasse ministro da Cidadania, que era um cargo do partido. Um político de humildade fantástica e sempre coerente -.

Recém-filiado ao Republicanos, o deputado federal Marcelo Nilo também é cotado como possível vice de ACM Neto, que afirma não haver pressa para a definição da chapa.

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A juíza eleitoral Cristiane Cunha Fernandes determinou, nesta quinta-feira (28), que outdoors com fotos de ACM Neto e do deputado federal Paulo Azi, ambos da União Brasil, sejam recolhidos. Instaladas em Alagoinhas, as peças devem ser removidas em até 48h.

A decisão é provisória e acata pedido do Diretório do PT no município do interior baiano. A magistrada concordou com a alegação de que, sob pretexto da concessão do título de cidadania do município, as peças antecipam a propaganda eleitoral deste ano, pois Neto é pré-candidato a governador e Azi pretende tentar a reeleição.

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Pesquisa Séculus, encomendada pelo Informe Baiano e divulgada nesta quinta-feira (28), investiga as intenções de voto para o Governo da Bahia em dois cenários estimulados, quando os nomes dos pré-candidatos são apresentados às pessoas entrevistadas.

No primeiro, ACM Neto (UB) tem 61,54% das intenções de voto, seguido por Jerônimo Rodrigues (PT) com 11,26%. A terceira posição é de João Roma (PL), escolhido por 5,47% dos entrevistados. Kleber Rosa (PSOL) e Giovani Damico (PCB) ocupam a quarta e a quinta posições, com 0,77% e 0,45%, respectivamente. Nenhum/nulo somam 8,30% e não sabem/não opinaram 11,90%.

No segundo cenário estimulado, os nomes dos pré-candidatos Jerônimo e Roma são associados aos de apoiadores, enquanto o de ACM Neto aparece como pré-candidato independente.

Nessa condição, Neto é o preferido de 56,05% dos entrevistados. Com o apoio do ex-presidente Lula, do governador Rui Costa e do senador Jaques Wagner, Jerônimo chega a 19,43% das intenções de voto. Associado ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Roma marca 7,85 pontos percentuais. Nenhum/nulo somam 7,27% e não sabem/não opinaram são 9,40%.

Registrado no Tribunal Superior Eleitoral (BA-0927/2022), o levantamento ouviu 1.526 pessoas, de 20 a 22 de abril deste ano, em 72 municípios da Bahia. A margem de erro é de 2,5% para mais ou para menos, resultando em 95% de probabilidade de acerto.

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O pré-candidato a governador ACM Neto visita Ilhéus, nesta quinta-feira (28), para se reunir com lideranças da cidade do sul da Bahia.

Primeiro, às 19h, na Associação Desportiva 19 de Março, o ex-prefeito de Salvador participa do lançamento da pré-candidatura a deputado federal de Valderico Junior, seu correligionário na União Brasil. O ato também contará com a presença do deputado estadual Pedro Tavares (UB), pré-candidato à reeleição.

Depois, às 20h30min, Neto segue para a Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB), na zona sul, onde terá encontro político com o ex-deputado federal Roland Lavigne (UB), que pretende disputar novo mandato para a Câmara dos Deputados.

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O pré-candidato a governador pelo PT, Jerônimo Rodrigues, disse observar a tentativa, por parte de outro pré-candidato, de criar confusão sobre quem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apoia na disputa pelo governo baiano. “Mas, Lula tem pré-candidato na Bahia e sou eu”, emendou o petista, nesta terça-feira (19), em entrevista à rádio Princesa FM.

A observação de Jerônimo foi uma cutucada no ex-prefeito de Salvador ACM Neto (UB). Também pré-candidato a governador, Neto tem afirmado que a corrida presidencial não terá peso definitivo na eleição ao Governo da Bahia. Até o momento, ele não declarou apoio a nenhum presidenciável.

Hoje (19), em entrevista à rádio Metrópole, Neto também fez provocações. Sem citar nomes, disse que seus adversários falam mais dos padrinhos políticos do que de si mesmos. Foi uma referência velada ao esforço que Jerônimo e João Roma (PL) fazem para se vincular às imagens de Lula e do presidente Jair Bolsonaro (PL), respectivamente.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre três dos pré-candidatos a governador da Bahia, ACM Neto (UB), Jerônimo Rodrigues (PT) e João Roma (PL), em entrevista divulgada pela TV Aratu nesta quarta-feira (13). Ele disse que apoia a pré-candidatura de Roma, atacou Jerônimo e poupou Neto.

Segundo Bolsonaro, o ex-prefeito de Salvador fez algumas críticas ao seu governo, o que o presidente atribui à falta de reconhecimento pelo que fez por estados e municípios na pandemia. “Mas, pessoalmente, não tenho nada contra ACM Neto, mas ajudo e vou ajudar no que for possível o João Roma”.

Para Bolsonaro, Roma é um herói por enfrentar o que o presidente chama de velha política. “É uma nova esperança. Sangue novo”, disse, antes de elogiar a atuação do aliado quando esteve à frente do Ministério da Cidadania.

Já ao petista Jerônimo Rodrigues, ex-secretário de Educação da Bahia, Bolsonaro reservou ataques. “A educação na Bahia é a pior do Brasil, então é isso que o PT está apresentando como sucessão para o governo do estado, o pior secretário de Educação do Brasil candidato ao governo do estado”, declarou o presidente, que voltou a investir no discurso do antipetismo.

O pré-candidato do PT respondeu os ataques de Bolsonaro. “Lamentável a desinformação do presidente que persegue a Bahia e os baianos. Iniciamos uma revolução na educação. Neste momento são R$ 3,5 bi em requalificação e novas escolas. Nosso foco são os estudantes que mais precisam, gente do povo. É um presidente que não cuida de gente”, escreveu Jerônimo, nesta quarta, numa rede social. Atualizado às 13h42min.

Leão rompe com o PT, abraça Neto, foge de Bolsonaro e tenta colar em Lula || Foto Divulgação
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Entusiasta declarado do binômio Lula-Neto, o progressista quer o melhor dos dois mundos. Todavia, até onde se sabe, o nome de Lula para o Senado é o do senador Otto Alencar (PSD), que tentará a reeleição.

 

Thiago Dias

Na entrevista coletiva que concedeu nesta quinta-feira (17), ao lado de ACM Neto (UB), João Leão (PP) disse que sente “cheiro de vitória” exalando da pré-candidatura do recém-aliado. O vice-governador repetiu que Neto vencerá a eleição ao governo baiano no primeiro turno.

A ênfase dada ao favoritismo de Neto revela o quanto o “cheiro de vitória” pesou no rompimento do PP com a base do governador Rui Costa (PT).

O favoritismo de Lula na corrida presidencial também estimula o instinto político de Leão, que oficializou sua pré-candidatura ao Senado e reafirmou apoio ao petista na disputa do Palácio do Planalto.

A elasticidade tem propósito. Enquanto rompe com o PT baiano e convive tranquilamente com o apoio irrestrito do PP ao governo Bolsonaro, Leão vai apoiar Lula na Bahia, onde a rejeição ao presidente da República, principal adversário do petista, é altíssima.

Entusiasta declarado do binômio Lula-Neto, o progressista quer o melhor dos dois mundos. Todavia, até onde se sabe, o nome de Lula para o Senado é o do senador Otto Alencar (PSD), que tentará a reeleição.

Na mesma coletiva, Neto aproveitou o embalo e largou um truísmo. Segundo ele, sendo pré-candidato ao Governo da Bahia, não pode ser adversário de Lula, que disputará outro cargo.

O mesmo vale para os outros presidenciáveis, disse o ex-prefeito de Salvador, que, em 2018, apoiou Bolsonaro (PL) no segundo turno e, nos últimos anos, não manifestou incômodo com a participação considerável de parlamentares do DEM – partido extinto que presidiu até 2021 – na base do governo federal.

Diferente de Leão, Neto não declarou voto em Lula e resgatou o mantra de que um pleito estadual não é determinado pela eleição presidencial. Azarão recém-lançado no páreo, o pré-candidato do PT ao governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, tem outra visão sobre a influência de Lula na disputa baiana, certamente.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

ACM Neto e João Leão formalizam aliança e pré-candidatura do vice-governador ao Senado
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O ex-prefeito de Salvador ACM Neto (UB) ressaltou o impacto positivo da parceria com o PP, oficializada em coletiva de imprensa nesta quinta-feira (17), na sua pré-candidatura ao Governo da Bahia. No mesmo evento, o vice-governador João Leão (PP) anunciou que será candidato ao Senado.

A nova dupla política concedeu entrevista coletiva no Hotel Fiesta, em Salvador, em evento com presença de parlamentares de UB, PP e de outros partidos que integram o grupo aliado a Neto. Prefeitos e lideranças do interior também participaram.

O pré-candidato oposicionista diz que a aliança foi feita “com grandezas, com sonhos, com propósitos”. “Agora, somando as forças do União Brasil e do Progressistas, eu não tenho dúvida que nós vamos fazer muito mais juntos pela Bahia. Então, eu fico muito feliz, realmente estou aqui hoje emocionado e mais fortalecido, porque eu sei que tendo esse ‘Bonitão’ do meu lado, vamos construir uma grande vitória”, afirmou Neto.

Ele também exaltou a experiência política acumulada por Leão. Segundo Neto, além de senador, o progressista vai ser um conselheiro do seu governo, caso vençam o pleito de outubro.

“ACM, MEU AMOR”

No seu pronunciamento, Leão cantou trecho do jingle “ACM, Meu Amor” e arrancou risos dos presentes ao fazer uma brincadeira com o novo aliado. “Eu tenho dois filhos, Cacá e Felipe. Agora ganhei um neto, um netinho”.

Numa crítica ao governo do qual deixou, Leão disse que a Bahia deve assumir protagonismo nacional. “Quero concluir a Fiol, a ponte Salvador-Itaparica, todos os meus projetos do vale do São Francisco. Tenho tantos sonhos para cada vez mais melhorar este estado. Precisamos deixar de ser vagão para ser locomotiva. São Paulo que se segure, porque a Bahia vai ter um governador da zorra”, frisou.

José Carlos Araújo renuncia à presidência do PL-BA
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O ex-deputado federal José Carlos Araújo renunciou à presidência do PL na Bahia e pediu desfiliação do partido, nesta terça-feira (8), em carta ao presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto. Segundo Araújo, sua permanência no Partido Liberal tornou-se “inviável”.

No final de novembro passado, o presidente Jair Bolsonaro se filiou ao PL. Na Bahia, o partido deve abrigar o ministro da Cidadania, João Roma, caso ele deixe o Republicanos para ser candidato a governador.

Segundo Araújo, há meses e com o consentimento da cúpula nacional do partido, o PL já havia decidido apoiar a pré-candidatura de ACM Neto (UB) ao governo estadual, posição que o ex-deputado reafirma na carta a Valdemar.

“Há alguns meses, o PL firmou o compromisso de apoiar a candidatura do ex-prefeito de Salvador ACM Neto ao Governo do Estado, inclusive com anuência da Executiva Nacional do partido, que avalizou esta aliança na Bahia. Por razões que são do conhecimento de todos, o PL no Estado não irá manter este compromisso e deverá apoiar outra candidatura ao Governo. Contudo, eu me sinto na obrigação de manter a aliança com a qual já havia me comprometido”, escreveu José Carlos Araújo.

Neto fala em humildade um dia após desistência do adversário Jaques Wagner
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Quase 24 horas após o senador petista Jaques Wagner confirmar desistência da disputa pelo Governo da Bahia, o ex-prefeito ACM Neto usou as redes sociais para falar em “humildade”. Foi no início da noite desta terça-feira (1º).

Por meio de um card (cartão virtual) postado no Instagram, Neto usou palavras como humildade, planejamento, aliança e trabalho para falar da disputa em 2022.

Vamos seguir caminhando com humildade, ousadia, planejamento e trabalho. Porque a minha maior aliança é com as pessoas e meu maior objetivo é fazer uma gestão transformadora na Bahia“, diz a mensagem curtida por políticos como o senador Angelo Coronel, do PSD, mesmo partido de Otto Alencar.

Esta foi a primeira postagem de conteúdo mais político das duas últimas semanas em suas redes sociais, principalmente o Instagram, onde o político possui mais de 907 mil seguidores.

ACM Neto e o card curtido por Coronel: humildade e aliança com pessoas

“DE CAMAROTE”

ACM Neto foi orientado a nada falar da disputa interna no PT. Assistia de camarote à disputa renhida entre correntes petistas em reação à desistência de Wagner e à rejeição de parte dos petistas ao nome do senador Otto Alencar como o nome da base governista na disputa pelo Palácio de Ondina em substituição a Wagner.

Internamente, a avaliação de políticos próximos a Neto é que a desistência de Wagner facilita o jogo do candidato do União Brasil para se tornar governador baiano, conforme apurado pelo PIMENTA. Não à toa, o card postado por Neto cita a palavra humildade. É um recado aos seguidores e apoiadores. Há, no grupo, quem aposte que o PT não fará esforço pela eleição de Otto, caso este seja confirmado.

Wagner comunica desistência da disputa em reunião extraordinária do PT
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O senador Jaques Wagner (PT) resistia a ser candidato a governador da Bahia ainda em 2021. A família não aceitava. Era a origem da objeção à ideia de participar de uma eleição que prometia ser das mais tensas do século no Estado. Retornar ao comando do estado depois das gestões de 2007 a 2014 não estava no radar.

Ao contrário do favorito na disputa de 2022, ACM Neto (UB), Wagner não fazia pré-campanha no segundo semestre do ano passado. Somente passou a colocar o pé na estrada em dezembro passado. Parecia tomar gosto pelo projeto do partido e de aliados, principalmente os mais à esquerda.

Passou a ser presença constante em eventos com Rui Costa e aliados e, também, na mídia. A principal tese era a de que a disputa seria nacionalizada, o que, na Bahia, significava dizer que quem o ex-presidente Lula colocasse a mão teria as maiores chances de ser eleito. Logo, ele, petista e amigo do ex-presidente, seria o maior beneficiário da tese. ACM Neto rebatia.

Mais que isso, Wagner percebia as repercussões das falas e as reações de ACM Neto. Numa entrevista ao PIMENTA, com grande repercussão estadual, o senador disse que Neto estava nervoso:

– É só ver todas as pesquisas. Ele tá nervoso, porque sabe que o comando presidencial vai pesar muito – disse Wagner a este site em dezembro passado (relembre aqui).

Parecia que o Galego começava a embalar.

Dali em diante, Wagner colou em Rui Costa e teve presença destacada, também, nas ações governamentais de vistoria e auxílio às vítimas das enchentes ocorridas em dezembro no sul e no extremo-sul do estado, enquanto o virtual e principal adversário, ACM Neto, gozava férias na Europa.

Aí veio janeiro. Diferentemente do Wagner seguro de janeiro, passou-se a ver um senador um tom acima e brigando não mais com ACM Neto, mas com figuras que, embora conhecidas na Bahia, não tinham nem têm a projeção do adversário. Caiu em briga inexplicável com um dos mais antigos e fiéis aliados, o deputado federal Marcelo Nilo, num tom que dava projeção ao parlamentar e causava questionamentos internos no PT e em aliados. Perguntavam-se o que estaria por trás da reação até destemperada de Wagner.

As ações erráticas de janeiro eram prenúncio de um fevereiro de sabor amargo. Numa riqueza de versões, Wagner desistiu da disputa. Riqueza de versões, pois não se sabe se ele deixava a peleja por vontade própria ou por imposição da provável candidatura a senador de Rui Costa, que deixaria o governo nos primeiros dias de abril para concorrer à vaga na Câmara Alta.

Numa segunda de Carnaval sem Carnaval, Wagner pronunciou o que poucos resistiam a acreditar e reagiram com pontinha de esperança, essa que morreu, no caso da candidatura, bem a dois dias da Quarta-Feira de Cinzas. Início da noite de segunda (28), Wagner reafirma que não disputaria a eleição a governador. Balde de água fria para deputados estaduais e federais presentes, prefeitos, vereadores e dirigentes da sigla presentes à reunião extraordinária.

Se resta esperança de candidatura petista, ela, no máximo, se resume à fala de Wagner:

– A retirada da minha candidatura não implica na retirada da candidatura do PT. Quem decidirá se terá candidatura ou não, não sou eu, será o partido – afirmou ele, com todos sabendo que isso somente pode se concretizar se o senador Otto Alencar (PSD) não aceitar disputar o governo baiano.

Há, ainda, outro problema: após Wagner e Rui, o PT não conseguiu dar projeção estadual a um nome que pudesse disputar o Palácio de Ondina. Talvez, o ex-prefeito Guilherme Menezes, que mudou Vitória da Conquista e é reconhecido por isso.

O presidente do PT da Bahia, Éden Valadares, reconhece o balde de água fria na militância. “É claro que respeitamos a decisão do companheiro Wagner, mas não a recebemos com alegria. Nossas instâncias se reunirão intensamente nos próximos dias para atualizar nossa posição”.

Agora, o PT terá que conversar internamente e com aliados. Do outro lado, ACM Neto joga parado. Sabe que a peleja ficou mais fácil. Os oposicionistas sentem o cheiro de votos casados Lula-ACM Neto.

Restará aos aliados apresentação de um nome consistente. Otto Alencar tem recall de 2014 e CPI da Pandemia. Precisará de sinais consistentes da base aliada para se jogar na missão. Ouviu-se dele, até ontem, que disputaria o Senado.