ITABUNA PROMOVE CONFERÊNCIA MUNICIPAL DE SAÚDE

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Maria das Graças Souza, presidente do CMS, afirma que é importante a participação da comunidade na conferência

Terá início nesta terça-feira (13), às 19 horas, no Centro de Cultura Adonias Filho, em Itabuna, a Conferência Municipal de Saúde. A abertura será com uma palestra enfocando a participação da comunidade na definição das políticas para o setor.

No dia 14, a partir das 8h30min, haverá mesa redonda sobre o tema “Consolidando o Pacto de Gestão”, apontando as responsabilidades nos níveis federal, estadual e municipal, com a participação de representantes das três esferas. Para as 10h20min, está programado debate acerca do financiamento e do fundo de saúde.

A programação segue, ainda na quarta-feira, na parte da tarde, com palestras e debates sobre “Gestão do Trabalho na Saúde”, “Reestruturação dos Conselhos”, “CMS Itabuna – Avanços e Desafios”, “Fortalecendo a Saúde do Trabalhador com Controle Social” e “Saúde do Trabalhador em Itabuna”.

Na quinta-feira (15), a conferência começa às 8 horas com a palestra “A saúde que temos e a que queremos”, seguida de debate e duas mesas redondas, com os temas “Modelo de Atenção e Organização dos Serviços”, “Organização da Assistência Farmacêutica” e “Atenção Básica de Itabuna”. A plenária final está marcada para as 16 horas.

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Situações de negligência e até desumanidade como a descrita em post abaixo, envolvendo a Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, fortalecem os argumentos dos que condenam privilégios que a instituição recebe do poder público. Mensalmente, por exemplo, a Emasa deixa de cobrar uns R$ 100 mil de conta de água da SCMI, benefício concedido por lei municipal que vigora desde 2008.

Ocorre que a Santa Casa há muito vem se afastando de seu caráter de filantropia, que permanece forte apenas no nome. Se a casa já foi santa, hoje é muito mais uma empresa com evidente finalidade lucrativa, que tem diversos setores terceirizados, sob o controle de médicos que são também aguerridos homens de negócio.

Sendo assim, qual a razão de uma empresa que fatura – e não é pouco – receber tratamento caridoso de um poder público que não consegue atender sequer os que de fato precisam?

Outro dia, um amigo que se envolveu num acidente de trânsito, o qual deixou uma pessoa ferida, espantou-se quando o socorrista do Samu perguntou (foi a primeira coisa que disse ao abrir a porta da ambulância) se o sujeito caído ali no asfalto tinha convênio.

Como o cidadão não era cliente de nenhum plano de saúde, foi direto para o Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães. Que, salvo engano, não é beneficiado com isenção nas contas de água.

Não se quer aqui condenar a Santa Casa nem manchar a sua história. Ela é uma instituição que marcou profundamente esses 100 anos de Itabuna, salvou muitas vidas sem se preocupar com a origem social, mas hoje isso é passado. E quem vive de passado não é hospital.

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.Jorge Farias é diretor de Trânsito da prefeitura de Ilhéus. Ontem, foi detido pela Polícia Militar. Circulava pela avenida Itabuna com um carro sem placa. O “batalhão” de aspones da prefeitura foi acionado para tentar livrar Jorge Farias do xilindró, tendo à frente o super-secretário Carlos Freitas, de Serviços Público e de Transportes e Trânsito.

A discussão entre policiais e assessores da prefeitura durou quatro horas, segundo narra o Blog do Gusmão. Até um procurador jurídico do município foi acionado para livrar Jorge Farias. O diretor de Trânsito acabou autuado. Mas nada de guinchar o possante sem placa.

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São tensos os últimos dias no Hospital Manoel Novaes, em Itabuna, por conta de vários casos de negligência médica. A preocupação da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna tende a aumentar. Pelo menos uma das famílias de pacientes vítimas do desprezo médico decidiu acionar, judicialmente, a Santa Casa.

A jovem Carolaine Magalhães Oliveira, de 17 anos, morreu com suspeita de gripe H1N1, no sábado da Semana Santa (relembre aqui). O resultado do exame para averiguar se foi esta doença que provocou o óbito da jovem deve chegar às mãos da família de Carolaine nesta segunda-feira, 12.

A vítima sofreu muito em busca de atendimento digno, que lhe foi negado por três vezes – apesar da mãe, Suzete, observar que o estado da jovem não era típico de uma gripe comum, simples, como afirmavam os “médicos”. Nas idas ao Novaes, médicos recomendavam um ou outro tipo de medicamento e mandavam a vítima para casa.

A jovem estava no sétimo mês de gestação e buscou o Hospital Manoel Novaes por quatro vezes, apresentando sintomas típicos da H1N1 ou de pneumonia, desde falta de ar, febre alta e vômito. A dor da família e da paciente aumentava. Um quarto médico reconheceu o quadro grave e recomendou atendimento no Hospital Calixto Midlej Filho. Lá, a mãe teve dificuldades para que a filha fosse atendida porque “não tinha convênio”.

Foram dias de dor por conta de três médicos que, a julgar pelo caso narrado, pouco têm de humanos. Carolaine viveu por mais um, dois dias. Uma cesariana permitiu que o bebê fosse retirado com vida. A família também teve que lidar com médicos e enfermeiros despreparados para caso de paciente com H1N1.

A essa história de negligência, some ainda o caso de Naila de Oliveira, um bebê de sete meses de idade que também foi vítima do despreparo (ou negligência) de médicos do mesmo hospital (relembre o caso).

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César Borges "casa" com Geddel.

O governador Jaques Wagner tentou colocar panos quentes, mas não era de brincadeira que o senador César Borges (PR) entabulava conversas com o deputado federal Geddel Viera Lima (PMDB), pré-candidato ao governo do estado.

Neste domingo (11) ocorreu o que as vacilações petistas tornaram inevitável: César fechou com Geddel, mediante a garantia de que terá uma chapa que agrade aos seus candidatos a deputado federal e a estadual.

A notícia pegou o PT com as “calças na mão” e promove uma reviravolta nas articulações eleitorais na Bahia. Ficou estabelecido que o PR, assim como o PMDB, terá dois palanques no Estado, e o PT precisará reorganizar suas estratégias, encontrando outro candidato para a vaga que resta na majoritária.

O nome mais cotado é o do deputado federal Walter Pinheiro. A decisão de Borges foi anunciada em nota pública encaminhada aos veículos no meio da tarde. Confira o teor da nota clicando no “leia mais”, logo abaixo.

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Agulhão F. acha que a briga na Emasa, em que uma funcionária jogou uma lata de tinta na cabeça de um manifestante (reveja), não vai dar em nada. “A cabeça dos dois não comporta danos apreciáveis”, avalia, com otimismo, o trovador do Pimenta:

A diferença é bem pouca,
deixando a briga empatada:
a cabeça dela é oca,
a dele é oca… e “pintada”!…
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Médicos do Samu prometem cruzar os braços (Foto Clodoaldo Ribeiro).

Os médicos do Samu 192 de Ilhéus podem entrar em greve, por tempo indeterminado, a partir da próxima quinta-feira, dia 15. Na pauta, os profissionais reclamam salário de R$ 4,5 mil, pagamento de insalubridade, férias e seguridade social.

Os médicos do Samu ilheense recebem salário de R$ 3 mil bruto. O serviço médico de urgência foi implantado em Ilhéus em 2005 e os profissionais que vestem branco nunca tiveram reajuste.

As perdas do período estariam na casa dos 70%, de acordo com o Sindicato dos Médicos. Uma reunião está prevista para a próxima terça-feira, 13, às 18h, com o secretário municipal de Saúde, Antônio Rabat. O encontro é decisivo.

A categoria, porém, quer a assinatura do prefeito Newton Lima em qualquer acordo feito a partir da reunião da próxima terça, conforme ressalta o médico Teobaldo Magalhães. Mas Newton viaja no mesmo dia para Veneza, Itália.

O cuidado é para que não se repita em Ilhéus o ocorrido em Itabuna, onde os médicos do Samu, que recebem um dos piores salários do país, firmaram acordo com o secretário Antônio Vieira e nada foi cumprido, segundo Teobaldo. A questão foi parar na Justiça.

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Leandro Afonso | www.ohomemsemnome.blogspot.com

Um casal, interpretado pelos mais comediantes que atores Steve Carell e Tina Fey, quer uma noite diferente, e consegue uma bem ao estilo “sessão da tarde” – para não entrar em spoilers já mostrados pelo trailer, “cheia de aventuras de tirar o fôlego”. Essa é a premissa de Uma Noite Fora de Série (Date Night – EUA, 2010), de Shawn Levy, filme cujo recheio traz encadeamentos tão absurdos que criam expectativa e ambiente curiosos – embora não vá muito além disso.

Por mais que o assunto aqui seja um casal, e não um indivíduo a perambular à noite por Nova Iorque, essa sinopse (e o que carrega o filme) leva à inevitável lembrança de Depois de Horas (1985), de Martin Scorsese. Não se trata, obviamente, de pedir a Levy um filme tão autoral quanto aquele – ainda que um dos menos inspirados de Scorsese. Mas o que mais incomoda aqui é o fato de ele (que soa como o maior responsável pelo que existe de menos brilhante ali) não conseguir ir além de um irritante grifo televisivo em um filme-novela com potencial como este.

A direção aqui, ao invés de suavizar as mudanças de atmosfera (o que, me parece, seria mais interessante), potencializa o efeito bipolar do roteiro. É impressionante como são incluídas sequências que vão da tristeza a mais completa euforia – sempre frisados. Sobram boas intenções para se fazer uma maluquice híbrida de gêneros, mas falta delicadeza para trabalhar com elementos que se mostram a princípio desarmônicos não só em um único filme, mas às vezes em uma única cena.

É instalada então uma crise de identidade. Uma Noite Fora de Série é uma comédia conservadora à base de estrelas, rostos e corpos atraentes e carismáticos, mas todo blockbuster da mesma família o é. Com isso, o que mais salta aos olhos é o potencial nunca explorado, mas sim geralmente atropelado – às vezes literalmente. Dos personagens ao resultado, presenciamos uma confusa correria sem fim que parece mais uma pressa gratuita (que resulta em mais se$$ões por dia) que o ritmo do filme de fato.

Uma Noite Fora de Série não funciona tão bem como o que se espera de uma comédia comandada por Levy, Carell e Fey (isto é, pouco além do puro riso), e chega próximo de ser um ótimo passatempo – uma das sessões mais rápidas nos últimos tempos. Mas seu caráter domesticamente tresloucado não nos prende tanto pela atenção e pela criatividade de fato, embora elas estejam presentes ali.

A impressão maior é a de um roteirista que, ao invés de fazer um bom roteiro que falasse por si só, preferiu dizer “olha como posso escrever uma trama cheia de artimanhas”. A tentativa de ser diferente soou maior que o talento – e nem Levy, Carell e Fey conseguiram ir além disso.

Visto, em cabine de imprensa, no Multiplex Iguatemi – abril de 2010.

Uma Noite Fora de Série (Date Night – EUA, 2010)

Direção: Shawn Levy

Elenco: Steve Carell, Tina Fey, Mark Wahlberg, James Franco, Mila Kunis, Ray Liotta

Duração: 88 minutos

Projeção: 2.35:1

8mm

Chuva sem água. Graças ao fantástico sistema viário de Salvador (de ônibus, gastei 35 minutos de casa ao Iguatemi – o mesmo que gastaria a pé), cheguei à cabine de Caso 39 (Case 39 – EUA, 2009), de Christian Alvart, com dez minutos de atraso, o que não me deixa falar do filme. E não, o pior é que, na quarta-feira (7), não havia caído uma gota de água em Salvador – engarrafamento era só pra agradar mesmo.

BBB da morte. Baseado em livro fenômeno japonês, a premissa de Batalha Real (2000), de Kinji Fukasaku, é fantástica. Em mundo apocalíptico, o país sofre com desemprego e violência juvenil, e 41 alunos (maioria conhecidos entre si) são enviados a uma ilha para disputar um jogo cujo objetivo é simples e irreversível: depois de três dias, entre os 41 colegas, ser o único sobrevivente.

Batalha… é uma espécie de reality show militar, um tipo de BBB da morte. Cada “eliminação”, e o que leva cada a um matar (ou morrer), é geralmente bem marcante, mostrando do que o ser humano é capaz quando acuado e atordoado – com o filme indo (mesmo sem nunca parecer colocar a política à frente) de um manifesto direitista a um absurdo otimista (didático e irritante).

Por outro lado, a trilha soa presente em demasia, e exceção feita aos momentos informativos (e agonizantes), que nos ajudam a contabilizar as mortes, os letreiros parecem redundantes; assim como os diálogos, em sua maioria uma coleção de lugares comuns – o que contrasta ainda quando pensamos em raros momentos de pura inspiração. Mesmo assim, ainda que outro porém sejam os dez minutos finais, Batalha Real é qualquer coisa menos ordinário. E já precisa ser revisto.

Filmes da semana

1. Batalha Real (2000), de Kinji Fukasaku (DVDRip) (***)

2. Os Viciados (1971), de Jerry Schatzberg (DVDRip) (**1/2)

3. Boleiros 2: Vencedores e Vencidos (2006), de Ugo Giorgetti (DVDRip) (***)

4. O Fantástico Sr. Raposo (2009), de Wes Anderson (Cinemark) (**1/2)

5. Crimes e Pecados (1989), de Woody Allen (DVDRip) (***)

6. Beijo na Boca, Não (2003), de Alain Resnais (DVDRip) (**1/2)

7. Caso 39 (2009), de Christian Alvart (Multiplex Iguatemi – Cabine de imprensa) (**)

8. Uma Noite Fora de Série (2010), de Shwan Levy (Multiplex Iguatemi – Cabine de Imprensa) (**1/2)

9. Clube da Lua (2004), de Juan José Campanella (DVDRip) (**1/2)

10. Permanent Vacation (1980), de Jim Jarmusch (DVDRip) (**1/2)

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Leandro Afonso é comunicólogo, blogueiro e diretor do documentário “Do goleiro ao ponta esquerda”.

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A prefeitura de Itabuna removeu 5 mil pneus do parque de exposições Antônio Setenta para uma área verde, na “Volta da Cobra”. O material foi recolhido nos mutirões da dengue realizados em fevereiro e março em bairros considerados campeões de infestação.

O parque de exposições foi utilizado como depósito. Como houve a visita do presidente Lula, o secretário Antônio Vieira e o coordenador da dengue, Sandovaldo Menezes, mandaram recolher os pneus velhos e os jogar na Volta da Cobra, próximo ao Hospital de Base Luís Eduardo Magalhães.

Além de riscos de proliferação do mosquito da dengue (pelo grande acúmulo de água), ainda há a agressão ao meio ambiente. E o que diz o secretário de Agricultura e Meio Ambiente, Antônio Marcelino? E o prefeito Capitão Azevedo?

 

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O advogado Andirlei Nascimento, presidente da subseção da OAB de Itabuna, acaba de entrar em contato com o Pimenta, informando sobre uma vitória histórica que pode estar sendo conquistada pelo judiciário local.

Após a “novela” em torno da doação de uma área à margem da Avenida Princesa Isabel, no bairro Banco Raso, para a construção da nova sede do Fórum, finalmente surge uma esperança de solução.

Como se sabe, o Tribunal de Justiça exigia que a área destinada à construção do fórum estivesse livre de qualquer impedimento, o que não era o caso do terreno da Princesa Isabel. Este é objeto de litígio entre a Prefeitura e a fámília Kaufmann, o que acabou por inviabilizar a execução do projeto.

Buscando um outro caminho, Andirlei Nascimento manteve contato recentemente com o superintendente regional do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Saulo Pontes de Souza. O objetivo: conseguir a doação de uma área que o órgão federal tem próximo à Prefeitura, ao lado da atual sede da Justiça do Trabalho.

As conversas avançaram e Nascimento convidou juízes da comarca local para uma reunião neste final de semana com outros membros da diretoria da OAB e o próprio Saulo Pontes.  No encontro, foi assinado protocolo de intenção para que o terreno de 8 mil metros quadrados seja transferido para o Tribunal de Justiça.

REUNIÃO NO TJB

“Todos consideraram a proposta muito boa e eu quero aqui ressaltar as qualidades do superintendente do DNIT, que é um grande itabunense”, elogia o presidente da OAB. Saulo Pontes se comprometeu a cuidar de todos os trâmites legais para a doação, que fica a depender agora exclusivamente do aceite do Tribunal de Justiça.

O presidente da OAB afirma que até no máximo o dia 20 deste mês pretende se reunir com a desembargadora Telma Brito, presidente do tribunal, para tratar do assunto. Nascimento ressalta que a construção do novo fórum irá mudar a história do judiciário local. “Poderemos ampliar o nosso número de juízes de 11 para 22, cumprindo o que determina a lei de organização judiciária”, ressalta.

A situação do Fórum Ruy Barbosa é caótica. Faltam espaços para os serventuários e juízes, comprometendo o próprio atendimento aos cidadãos.

Atualmente, por exemplo, a Vara da Infância e da Adolescência, além de alguns cartórios, funcionam em um imóvel alugado, ao custo de R$ 180 mil por ano. Apesar de cara, a estrutura é considerada imprópria, sendo alvo de muitas queixas tanto de serventuários como dos cidadãos que recorrem aos serviços ali prestados.

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Val Cabral foi alvejado por um balde de tinta durante protesto (foto Alex de Souza)

Dizem que a vingança é um prato melhor apreciado quando se come frio. E é desse entendimento que está sendo vítima a funcionária da Emasa, Fabiana Simões.

Fabiana sempre foi alvo da língua afiada do radialista Val Cabral, que criticava sua nomeação para cargo de confiança na Emasa. Segundo Cabral, Fabiana seria militante de esquerda, seguidora e parente (olho no sobrenome!) do deputado federal Geraldo Simões (PT).

A verdade é que a moça fez realmente campanha para a petista Juçara Feitosa nas eleições de 2008, mas não tem a mais remota relação de parentesco com GS. O sobrenome é pura coincidência.

Fabiana esperou o dia de ir à forra. No mês de janeiro, Val Cabral fazia protesto em frente à Emasa, quando a funcionária aproximou-se sorrateiramente e atirou um balde de tinta  no radialista (relembre aqui). Foi um sururu que acabou na delegacia.

Ocorre que a habilidosa atiradora de tinta ocupa seu cargo na Emasa por indicação do Partido Verde, do qual é presidente o vereador Gerson Nascimento. Que reza pela cartilha de Val Cabral, também membro do partido.

Para atender o correligionário pintado, Nascimento mandou avisar ao prefeito Azevedo que tem outro nome para a vaga de Fabiana Simões. Ou seja, a mulher está com a cabeça a prêmio.

Segundo informações, dentro do governo a “pintura” promovida por Fabiana Simões foi vista com obra de arte e há forte resistência para que o pedido do vereador seja atendido. É esperar para ver no que dá.

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O uso das chamadas “pulseiras do sexo” está proibido nas escolas da rede estadual de ensino da Bahia. A vedação foi determinada pela Superintendência de Acompanhamento e Avaliação Educacional, que teme a exposição das adolescentes.

As pulseiras coloridas indicam, a depender da cor, atos que vão de abraços a relações sexuais. Neste último caso, a pulseira indicativa é a de cor preta.

Há menos de quinze dias, uma estudante de Londrina-PR foi estuprada por quatro rapazes (três menores e um de 18 anos). O atrativo para o crime teria sido o uso das tais pulseiras do sexo.

No caso da rede estadual de ensino, estão valendo as seguintes regras: a aluna que for flagrada usando as pulseiras será convencida a entregá-las; caso ela se recuse, os pais serão informados e convidados a comparecer no dia seguinte ao estabelecimento de ensino.

Se ainda assim não houver jeito, a aluna terá o seu acesso à escola proibido.

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Apesar das conversas do senador César Borges (PR) com o deputado federal Geddel Vieira Lima (PMDB), o governador baiano Jaques Wagner não considera a hipótese de que o primeiro deixe de fazer parte de sua chapa majoritária.

Durante um encontro da Juventude Progessista, o governador elogiou “velhos e novos aliados”, mencionando o PP, que o teria apoiado no momento em que o PMDB abandonou o barco governista.

Com relação a César Borges, Wagner afirmou que há muita especulação, mas que a aliança com o PR está firmada. Falta apenas definir a formação das coligações proporcionais, sendo que o “chapão” está descartado.

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O serviço ruim da Coelba levou o deputado Colbert Martins (PMDB) a pedir providências à Agência Nacional de Energia Elétrica. Colbert justificou a queixa citando especificamente o caso de Salvador, já que alguns bairros da capital chegaram a enfrentar esta semana mais de 48 horas de sucessivas quedas de energia.

Além da deficiência no serviço que lhe é próprio, a concessionária também falha na satisfação aos clientes. O atendimento telefônico gratuito é um verdadeiro suplício, exigindo paciência de Jó de quem se arrisca a fazer alguma reclamação.

Só faltou o deputado acrescentar que o problema não se restringe a Salvador. Ocorre em toda a Bahia.

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MÁQUINA DE FAZER DOIDOS 

Ousarme Citoaian
A televisão já foi chamada de máquina de fazer doidos. Em outra época, psicólogos previram que ela criaria uma geração de oligofrênicos – tipos que se dedicariam a comer pipocas diante da telinha, praticamente renunciando à análise e à crítica. Não seria difícil encontrar, ainda hoje, quem se disponha a, se não prová-la, ao menos argumentar em favor dessa tese: a tevê, se não robotizou o público e estimulou o retardamento mental, muito contribuiu para a redução do pensamento crítico. O seu imenso poder de convencimento, montado sobre uma programação socialmente descompromissada (em que abunda a dramaturgia de baixa extração), implanta hábitos nem sempre saudáveis. A linguagem é uma dessas contribuições deletérias.  

FUTEBOL QUE FERE OS OUVIDOS

Não falemos do insistente récorde, que virou moda. Mas é notável a forma como a principal rede de tevê do País “recria”, nas chamadas de esporte, a palavra futebol: o locutor pronuncia futé-ból (é impossível reproduzi-lo à perfeição), numa fórmula absolutamente estranha à nossa fala – salvo o regionalismo paulista. Qualquer brasileiro normal diz futibol, pois, segundo os foneticistas, esse “e” é uma vogal reduzida (tanto quanto o segundo “a” de cara ou o “o” de pato. Todos sabem que a expressão vem de football, sendo curioso que a pronúncia, se seguisse o original (como a Globo faz com record), ficaria mais próxima da nossa prosódia. Também é curioso que na tevê não se diga, como seria coerente, futêssál nem futêvôlei. Então, por que esse alienígena futé-ból, tão estranho aos nossos ouvidos?

A FEIJOADA NÃO NASCEU NA BAHIA

O Aleijadinho é um personagem de ficção (pelo menos como o conhecemos, com seu perfil inspirado em Quasímodo, de Victor Hugo), Zumbi tinha escravos, a feijoada não foi criada na Bahia, mas na França, e Santos Dumont não inventou o avião. Essas, dentre outras, são revelações do livro Guia politicamente incorreto da História do Brasil (Editora Leya), do jornalista Leandro Marlock (ex-Veja e Superinteressante). O autor pesquisou temas “sedimentados” pela historiografia oficial, concluindo que as coisas nem sempre são como nos ensinaram na escola. Chamou-me a atenção a forma como, na crônica Traços a esmo, Graciliano Ramos (1892-1953) afirma que o futebol, imaginem, não daria certo no Brasil..  

FUTEBOL: UM “COSTUME INTRUSO” 

Lima Barreto (1881-1922), acrescento, também era ferrenho opositor do futebol, que acusava de ser “simples importação artificial e elitista”. O velho Graça (foto) achava que esse esporte era um “costume intruso”, querendo tomar o lugar de um (estranho) jogo então existente. Segundo o autor de Vidas secas, para que um costume se estabeleça “é preciso não só que se harmonize com a índole do povo que o vai receber, mas que o lugar a ocupar não esteja tomado por outro mais antigo, de cunho indígena”. E conclui: “O [costume] do futebol não preenche coisa nenhuma, pois já temos a muito conhecida bola de palha de milho, que nossos amadores mambembes jogam com uma perícia que deixaria o mais experimentado sportman britânico de queixo caído”.

POR UM PUNHADO DE DÓLARES

É curioso que João Saldanha, mais de meio século depois, afirmou que o profissionalismo representava o fim do futebol brasileiro, devido à perda de vínculo do jogador com o clube. O grande João errou no atacado, mas acertou no varejo: o esporte se fortaleceu como negócio, mas o vínculo se perdeu, irremediavelmente: hoje, um jogador beija o escudo do time que o paga e na semana seguinte, por uns dólares a mais, vai beijar o escudo do adversário. Mas quem de nós nunca fez uma previsão desastrada? No começo dos anos 60, vaticinei que Roberto Carlos, com aquele romantismo piegas exarado nas tardes da tevê paulista, não duraria 15 dias. Errei, confesso.  

INCULTA, BELA E NOBRE

No bar de Eduardo, aqui no Beco, a placa, escrita no estilo jogo de palavras de Gilberto Gil (sem jamais cair na grosseria), anuncia, com um bem posto trocadilho, tratar-se de uma casa de Artigos para beber; no Café Pomar, avenida do Cinquentenário (onde mato minha sede e o vício do cafezinho), os clientes são recebidos com um aviso de notória sabedoria gramatical, antigo, dos tempos de seu Mariano, que inaugurou a casa: Atendimento com fichas. Compre-as no caixa. Dois belos exemplos, um moderno outro clássico, do bom manejo da língua portuguesa, que, em assim sendo tratada, se mostra bela e nobre, sem esnobismos.

LINGUISTA DE MAU HUMOR 

Há quem defenda uma espécie de fiscalização da linguagem, para os anúncios afixados na via pública. Parece-me que Fortaleza/CE possui um programa municipal nesse sentido: se alguém, no seu comunicado, agride a já maltratada língua portuguesa, o fiscal vai lá e fornece a orientação necessária. A ideia é defensável, embora possa haver algum linguista de mau humor a apoiar a tese de que “se as pessoas entenderem a mensagem, está bom” – e então, porque “a língua é viva”, que se deixe cada um meter os pés pelas mãos. Embora não houvesse, até agora, pensado no assunto, eu tendo pela fiscalização. Seria uma espécie de escola peripatética.

DA ARTE DE ESCREVER BEM

Recentemente, num comentário, tangenciamos aqui a questão do hino La marseillaise, referência que nos despertou para um conto engraçadíssimo de João Ubaldo Ribeiro, Alandelão de la patrie, em torno do mesmo tema. No estilo picaresco em que é mestre o autor de Viva o povo brasileiro, não lembro de nada melhor do que essa short story que Cyro de Mattos (foto) selecionou para a antologia O conto em vinte e cinco baianos, publicada pela Editus/Uesc. Alandelão de la patrie é um touro francês, usado como reprodutor na fazenda, mas que só trabalha “indiretamente”, por inseminação artificial. Essa crueldade desperta a compaixão do narrador.

ALANDELÃO E A VACA FLOR DE MEL 

João Ubaldo (foto): “Foi assim que tivemos o plano de fazer um benefício a Alandelão, benefício este com a vaca Flor de Mel, pé-duro porém forte de ancas, boa envergadura e vaca já com muita experiência de vida, inclusive havendo sido, segundo muitos, amante de Nonô de Bombaim, e diz o povo que os dois comiam uns pezinhos de liamba, conhecida por outros como fumo-de-angola, aliás maconha – o que é que estamos escondendo – que aqui nasce feito mato e não deixa de haver quem faça um fumeirozinho. Enfim, diz o povo que os dois comiam uns pezinhos e ficavam na maior safadagem, isto antes de Nonô ter pegado aftosa numa farra e ter morrido velho e aftoso e desestimado por todos em geral”.

PROSA E POESIA ENCADEADAS 

Cyro de Mattos, organizador de O conto em vinte e cinco baianos, é um itabunense que honra sua terra. Jornalista e escritor, tanto navega no conto/novela, quando nada de braçada na poesia e na crônica, além de investidas de muito êxito na literatura infantil. Dono de grande fortuna crítica, ouviu de Eduardo Portela (foto), ex-ministro da Educação, este juízo: “Em Cyro de Mattos o poema e a narrativa se entrelaçam engenhosamente. Quando escreve o poema, narra; quando narra, jamais se afasta do sopro vital da poesia”. Cyro tem vários prêmios literários, além de textos publicados em outros países. Atualmente, mesmo com danos à sua atividade intelectual, dirige a Fundação Itabunense de Cultura e Cidadania.

JAZZ, DROGAS, TRISTEZA E POESIA

Tangenciei, há dias, Bird (1988), o filme de Clint Eastwood sobre o saxofonista Charlie Parker (1920-1955). O filme, por ser fiel à vida real do astro, é um tanto sombrio. Mas é bem feito, premiado e aplaudido por um público específico, os amantes do jazz. E é também (o que se convencionou chamar de “trabalho autoral”) a cara de Eastwood, um apaixonado pela grande música negra e fascinado por Parker. O tema de fundo, já falamos, é a droga, que caiu no jazz como uma doença contagiosa, destruindo muitas estrelas. O que emerge da tela é um duplo Parker – tão altamente construtivo com o seu instrumento (o sax tenor) quanto autodestrutivo, devido ao intenso uso de drogas, a partir do álcool.

O SAX QUE GANHOU O OSCAR

Eastwood (foto) traça o retrato quase sem retoques de um artista brilhante e frágil, que vai buscar nas drogas a solução de problemas pessoais. O diretor levantou a discografia do seu ídolo e produziu uma ótima trilha sonora, partindo de discos originais de Parker. E tudo valeu a pena: Forest Withaker (Charlie Parker) ficou com o prêmio de melhor ator em Cannes; Diane Verona (Chan Parker, mulher do músico) foi a melhor atriz coadjuvante, segundo o New York Film Critics; a trilha sonora ganhou o Oscar de melhor som e Clint Eastwood ficou com o Globo de Ouro de melhor diretor. Logo, homenageado e homenageante se deram muito bem.

POESIA PARA ATENUAR A TRISTEZA 

O estrago que as drogas fizeram em Charlie “Bird” Parker (foto) não foram pequenos: contratos rompidos, a beira da sarjeta, o envelhecimento precoce. Ao morrer de infarto na casa de uma “protetora”, o músico foi descrito pelo médico, preliminarmente, como “Charlie Christopher Parker Junior, negro, forte, cerca de 65 anos”. Ele ainda não tinha 35. Ao menos na aparência, as drogas lhe tiraram quase metade da vida, antecipando-lhe o fim. Aliás, a cena de sua morte, quando o diretor e jazzófilo Clint Eastwood consegue atenuar com poesia a nossa tristeza, é um extraordinário momento do filme. Se quiser, veja/ouça Lover man, um clássico que, em Bird, mostra o tenorista Charlie Parker no último degrau.
 
(O.C.)
 
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