FOI CONTRATO DE RISCO

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Juçara diz que acordo com Fábio só teria validade se ela ganhasse eleição
Juçara diz que acordo com Fábio só teria validade se ela ganhasse eleição

Ao que parece, o deputado estadual Capitão Fábio esqueceu de olhar as letras miúdas no contrato que firmou com o federal Geraldo Simões, na reta final das eleições municipais itabunenses, em 2008.

Fábio, que era candidato a prefeito pelo PMDB e desistiu a 48 horas da eleição, contava com o apoio exclusivo de Geraldo para reeleger-se deputado estadual. Não vai ter.

Para decepção do deputado, o petista não esconde de ninguém que seu projeto é lançar Juçara Feitosa como candidata a uma cadeira na Assembleia. E Juçara, que fez aniversário esta semana, disse a vários amigos e aprochegados que ligaram para cumprimentá-la e saber das novidades: “eu só teria compromisso com Fábio se vencesse a eleição, o que não ocorreu”.

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O governador Jaques Wagner participou, no início da tarde, do programa Que Venha o Povo, apresentado pelo jornalista Casemiro Neto, na TV Aratu. Instado a comentar sobre a sua relação com o ministro Geddel Vieira Lima e a hipotética candidatura peemedebista, Wagner não pestanejou:

– Em política se faz muita espuma, mas o ministro já deixou claro que esse é o momento de refletir.

Ainda sobre a sucessão estadual, deixou claro que é candidato à reeleição e que, sobre Geddel, vai esperar a sinalização do presidente Lula e da sua candidata, Dilma Roussef, e os arranjos eleitorais de 2010. Deixou implícito que a candidatura Geddel dependerá, e muito, das articulações em nível nacional.

Então, tá.

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A polêmica em torno do presidente da Associação de Moradores do Bairro São Pedro, Francisco Estevam, chamado na chincha pelo seu partido, o PT, por se reunir com secretário do governo do DEM, ainda vai render.

Na verdade, chega a este blogueiro a informação de que Chico não está sendo questionado pura e simplesmente pelo encontro, mas por sua postura durante o mesmo.

É que, no discurso proferido no São Pedro, o secretário Gilson Nascimento teria afirmado que “Itabuna não tem deputado”. A provocação, claramente, foi dirigida ao deputado federal Geraldo Simões (PT), que já governou o município por duas vezes.

O diretório municipal do PT esperava, certamente, que o presidente da associação defendesse o correligionário. Mas ele ficou quietinho da silva.

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Quem faz aniversário neste dia 1º de julho é o secretário de Esportes de Itabuna, Alcântara Pellegrini. Figura simples, bom amigo, Alcântara já recebeu diversas homenagens pela chegada aos 46.

Não se sabe se haverá bolo em comemoração. Mas de segurar vela todos estão dispensados…

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Certamente este não é o melhor caminho, e o cidadão até já foi alertado pela polícia que pode ser preso. Mas devido à situação de humilhação e descaso a que vem sendo submetido, um senhor de 52 anos, que busca há um mês uma autorização de exame oftalmológico para sua mãe, de 74, diz estar prestes a “fazer uma besteira” no posto de saúde do Califórnia. A última promessa dos funcionários, feita ontem à tarde, foi para esta sexta-feira.

“Já avisei até no posto policial: se eles me fizerem de besta novamente, nesta sexta-feira, quebro tudo lá dentro”, desespera-se o cidadão. O caso já foi denunciado aqui no Pimenta. Este mesmo senhor já dormiu duas vezes na fila, na tentativa de conseguir uma autorização para exames pré-operatórios para sua mãe, que sofre de catarata e está praticamente cega.

Depois das madrugadas no frio, esta é a terceira vez que mandam que vá ao posto (Unidade Básica de Saúde Alberto Teixeira Barreto) para retirar a tal autorização. “Antes disso já me disseram que ligariam para minha mãe, para entregar a autorização. Depois dessa promessa já dormi na fila e nada foi resolvido”, lamenta.

A paciente – no sentido mais literal da palavra – é hipertensa, e diante da confusão que se anuncia, além da angústia de quase já não poder andar sozinha, teme pela sua saúde. “Pedi que ele não fizesse nada. Espero em Deus que tudo se resolva, sem precisar de confusão”. Segundo outros parentes da anciã, funcionários do posto disseram que o caso já está marcado com uma observação de urgência.

Num governo que após seis meses da posse não muda o discurso e continua a pedir paciência à população, quem sabe a classificação como urgência não já é um sinal de que um dia esse exame – assim como o próprio governo – desempaque.

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homenagem piromaníaca e de gosto duvidoso prestada ontem ao ex-prefeito Fernando Gomes, na missa pelos seus 70 anos, pegou alguns de surpresa.

Teve gente que até pensou em recuar no momento em que a vela foi oferecida, mas não teve jeito. Outros, mais cautelosos, anteviram a patacoada e dela mantiveram distância segura.

Realmente, tem gosto pra tudo nesse mundo.

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Gilson, Miguel Gustavo (também da associação do S.P.) e Chico Estevam
Gilson, Miguel Gustavo (também da associação do S.P.) e Chico Estevam

O presidente da Associação de Moradores do bairro São Pedro, Francisco Estevam, está enfrentando artilharia pesada dentro do seu partido, o PT.

Chico, que pertence (ou pertenceu) à ala mais radical da legenda em Itabuna, reuniu-se há alguns dias com o secretário de Administração do prefeito Capitão Azevedo (DEM), Gilson Nascimento. A imagem do encontro, divulgada aqui no Pimenta, gerou reações.

O PT exige que o filiado dê explicações sobre a flexibilização de sua conduta política.

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Ângela quer permanecer com Wagner
Ângela quer permanecer na base

O governador Jaques Wagner está na iminência de perder um dos partidos que compõem a sua base na Assembleia Legislativa, o PSC (Partido Social Cristão). É que o presidente da legenda, Eliel Santana, é afinadíssimo com o prefeito de Salvador, João Henrique, além de ser suplente do senador João Durval Carneiro.

Como João Henrique e Wagner não convivem mais em harmonia, o suplente de João Durval está inclinado a afastar-se do governador. E essa disposição deixa em desconforto a deputada estadual Ângela Sousa, que tem se destacado como aliada de primeira hora do petista.

Além de Ângela, o PSC tem apenas mais um representante na AL, o deputado Carlos Ubaldino. E os dois, em princípio, resistem a deixar a base de Wagner.

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A Polícia Rodoviária Federal apreendeu em Itapebi, no extremo sul, o carro usado pelos bandidos que assassinaram Rafael Almeida Sena, de 18 anos. O crime ocorreu por volta das 23h30 de domingo, no bairro Mangabinha, em Itabuna.

O Peugeot preto, de placas JSD-5052, pertence ao procurador da Secretaria da Fazenda da Bahia Paulo César Ribeiro. O carro estava com o filho dele, Patrick Ribeiro, de 25 anos, quando três bandidos renderam o rapaz e levaram o veículo.

O carro foi encontrado durante uma fiscalização de rotina. Quando viram os policiais rodoviários, os bandidos abandonaram o veículo e fugiram a pé pelo matagal para o lado da barragem do Rio Jequitinhonha.

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Daniel Thame | [email protected]

Para quem já teve o carro roubado, a casa arrombada, o celular levado de assalto, um filho ameaçado por traficantes ou, pior, um parente ou amigo brutalmente assassinado a resposta para a pergunta acima, que deve causar ojeriza aos defensores dos direitos humanos, é: sim!

Não é de se estranhar, portanto, que em meio ao foguetório junino e às comemorações da suada vitória do Brasil sobre os EUA pela Copa das Confederações, em alguns bairros da periferia de Itabuna a pirotecnia somou-se a euforia pela eliminação de alguns bandidos que aterrorizavam moradores, mortos em confronto com a polícia.

Deve ser mesmo um alívio para quem convive com a violência, respeitando a “lei do silêncio”, submetidos a um mal disfarçado toque de recolher e reclusos em suas residências enquanto os bandidos transitam e barbarizam livremente; saber que marginais foram eliminados pela polícia ou mesmo tombaram na guerra sangrenta entre eles próprios.

A periferia de Itabuna vive uma guerra sangrenta, potencializada pelo tráfico e consumo de drogas (uma coisa está atrelada a outra) e ampliada pela ausência dos serviços públicos, que faz da criminalidade o único caminho para dezenas, centenas de jovens.

Uma violência que, até pela necessidade de expansão, rompe os limites periféricos e chega ao centro da cidade, na forma de assaltos, arrombamentos e roubos de veículos. A cadeia produtiva do crime, que é se que pode chamar assim, não obedece a limites sociais ou geográficos.

Está em todas as partes. Aterroriza a todos, sem distinção.
A morte em série de marginais, como ocorreu neste final de semana em Itabuna, com cinco homicídios ligados aparentemente ao mundo do crime, passa a sensação de que a polícia está agindo com o necessário rigor e que tem que ser assim mesmo. Reforça-se aqui a tese do “bandido bom é bandido morto”.

Quando a violência excede todos os níveis do suportável, não se pode esperar mesmo que a policia trate com afagos e salamaleques bandidos que não hesitam em matar.

Mas, a questão não é tão simplória assim, como se matando em larga escala resolvesse o problema da violência. Está mais do que provado que não resolve. Violência gera violência, que gera mais violência, que gera ainda mais violência, num moto continuo banhando em sangue e dor.

Melhor seria se tivéssemos um sistema de segurança pública que efetivamente garantisse a segurança da população, com prevenção no lugar de repressão.

Melhor ainda seria se crianças, adolescentes e jovens tivessem acesso à educação, esporte e trabalho, oferecendo outra oportunidade de vida.

Em suma, matar a violência no gene, para depois não ter que matar gente.

Ninguém nasce bandido. E, é forçoso dizer, que muitos descambam para a criminalidade por conta de bandidos de alto calibre, que saqueiam os cofres públicos e desviam recursos que seriam destinados a quem precisa.

A resposta (ou a ausência dela) para a pergunta que abre esse texto talvez esteja na foto abaixo, de autoria de Oziel Aragão, publicada no Diário da Bahia.

A dor de um pai que chora diante da morte inevitável do filho, algoz e vitima dessa violência insana, fala mais do que mil palavras.

É a dor de todos aqueles que ainda acreditam (ou sonham?) com uma cidade menos violenta e onde não seja necessário chorar tantas e tantas mortes, sejam as vítimas anjos ou demônios.

Do Blog do Thame

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Prefeito é obrigado a realizar concurso.
Prefeito é obrigado a realizar concurso.

O prefeito Newton Lima, de Ilhéus, tem até o dia 2 de setembro para publicar edital de abertura de inscrições em concurso público para a contratação de servidores, segundo decisão da juíza da 3ª Vara do Trabalho de Ilhéus, Maria Luiza Ferreira Passo. As provas deverão ser realizadas, no máximo, em dezembro.

A juíza julgou ação de execução de título extrajudicial, movida pelas procuradoras Elisiane dos Santos e Maria Roberta Melo Rocha, do Ministério Público do Trabalho. A prefeitura deverá substituir servidores temporários, prestadores de serviço ou “outra modalidade irregular de contratação” por concursados.

Pela decisão, Newton Lima está proibido de fazer qualquer contratação de servidor sem concurso público, a não ser em casos emergenciais. No caso dos agentes de endemias e os comunitários de saúde, deverá comprovar que os já contratados foram por meio de seleção pública. Novas contratações também deverão ser feitas apenas por meio de seleção pública.

A multa diária por descumprimento da sentença é de R$ 500,00, limitada ao valor de R$ 500 mil, a cada situação descumprida ou trabalhador irregular encontrado. As procuradoras do Trabalho Elisiane Santos e Maria Roberta Melo Rocha observaram que, desde 20 de novembro de 2007, o prefeito vem descumprindo termos de ajustamento de conduta para a contratação de servidores aprovados em concurso realizado naquele ano.

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A votação de uma emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2010 acabou em agressão física na Câmara de Vereadores de Buerarema, na noite desta terça (30). A confusão envolveu os vereadores João Bosco e José Eduardo e o presidente da CDL local, Samuel Chaves dos Santos.

Samuel saiu do plenário da Câmara direto para a delegacia da cidade, onde prestou queixa contra José Eduardo, a quem acusou de agressão física. “Zé Eduardo partiu para cima de mim e me deu um tapa no pescoço”, contou o presidente.

O suposto agressor contesta: “Isso não houve. Ele que me agrediu moralmente, me chamando de safado e vagabundo. Eu bati no ombro dele e disse pra ele falar isso de novo lá embaixo [do lado de fora da Câmara]”.

A confusão toda começou porque o presidente da CDL e comerciantes queriam ver aprovada uma emenda à LDO para garantir verba orçamentária às campanhas promocionais de São João e Natal, promovidas pela entidade lojista. O vereador oposicionista Roque Borges foi o autor da emenda.

A bancada governista foi contra e justificou argumentando que a emenda somente poderia ser incluída na lei orçamentária, não na LDO. A revolta do dirigente da CDL se deu porque o vereador João Bosco, que também é comerciante, foi contrário ao projeto. “Pedi apoio e ele disse que daria. Depois [na hora da votação], retirou”, lamenta.

Com a posição do vereador, Samuel o interpelou: – Bosco, valeu, o comércio lhe espera.

Segundo o presidente da CDL, Bosco teria reagido, chamando-o de analfabeto. “Não ouvi mais nada porque Zé Eduardo partiu para cima de mim”, conta Samuel. Foi quando houve a sessão de tapas. Ou ‘batida’ no ombro, a depender da versão.

Ao final, a emenda foi rejeitada por 5 votos a 3.  Nos bastidores, a versão é de que a iniciativa foi rejeitada porque o seu autor, Roque Borges, é da oposição. “Zé Eduardo me disse que tinha que procurar a bancada [governista]”.

Zé Eduardo é lider do governo e tem fama de não levar desaforo para casa. Ao Pimenta, disse que entendia o “barulho” da oposição e do presidente da CDL. “Querem criar ato político”.

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Por pouco este não foi o momento de maior proximidade entre Azevedo e Fernando Gomes
Por pouco este não foi o momento de maior proximidade entre Azevedo e Fernando Gomes (Fotos: Pimenta na Muqueca).

A missa organizada pela fiel escudeira Maria Alice para comemorar os 70 anos do ex-prefeito Fernando Gomes foi marcada por algumas constatações. Uma delas foi a gradual – e até natural – fuga dos antes devotos amigos e correligionários. A catedral de São José estava quase cheia, algo impensável há poucos anos. Outra foi a frieza com que o prefeito Capitão Azevedo se comportou durante o evento.
Só a título de comparação: quando encontrou o ex-primeiro-filho Marcos Gomes, o abraço foi daqueles dignos dos melhores momentos da campanha de 2008: “Marcão!”, alegrou-se Azevedo, antes do abraço e da tentativa de levantar o amigo que tanto tempo passou distante. Já o cumprimento ao aniversariante foi mais comedido: “Olha aí… 7.0, hein…”, comentou após ser lembrado por um assessor de que deveria falar com o homenageado da noite.
A manifestação mais explícita de amizade entre o ex e o atual mandatário do Centro Administrativo Firmino Alves foi na hora de cantar parabéns. Mas também esse momento foi arranjado, dessa vez pela organização.
Foi quando os amigos mais chegados – escolhidos a dedo por Maria Alice, e indicados por estarem portando uma vela -, deveriam se reunir em volta de FG para dar a ideia de um bolo humano, cheio de velinhas rodeando o ‘velão’ ostentado pelo homenageado.
O Capitão reencontrou Marcos Gomes, que foi premiado com um "abraço de urso"
O Capitão reencontrou Marcos Gomes, que foi premiado com um "abraço de urso"

No mais, o de sempre. A presença da maior parte dos secretários – incluindo-se aí ex-colaboradores -, e inúmeros ocupantes de cargos de confiança da atual administração, além de alguns vereadores.
Um atento observador confidenciou a este blogueiro: “se a intenção era mostrar força, ficou devendo. Mas ele tem um grupo que não o abandona, e isso é importante em política”. A tradução: é difícil, mas há o risco de o homem se eleger deputado.

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Randolpho Gomes | [email protected]
No centro de Ilhéus, existe um índio. Os seus traços faciais não escondem a sua evidente descendência. Não, ele não anda com arco e flecha na mão, e sim com um saco, carregando seus fétidos pertences. Ele também não traja as vestes características da sua etnia, e sim trapos sujos e rasgados. Esse indígena já não domina o dialeto dos seus ascendentes, na verdade ele nem fala direitamente o português. Apenas emite uns tímidos grunhidos, que podem ser traduzidos como: “me dê uma esmola pelo amor de Deus!”.
Será ele um Tupinambá, um Tupiniquim ou um Pataxó? Pouco importa, sob a ótica dos valores em voga ele não é ninguém. Talvez um pária, um Dalit, que vive a inundar de repulsa os sentimentos alheios.
Esse indígena não vive mais em tribo, é um andarilho solitário. Os seus pares são outros moradores de rua, caboclos, mestiços, afrodescendentes e talvez até outros índios, cujas circunstâncias os fizeram também seres sem identidade. Esse citado cidadão vive a perambular pelo centro histórico de Ilhéus, já não se utiliza das técnicas dos seus ancestrais para caçar e se alimentar.

Ele gasta seu tempo a vasculhar os nossos lixos,
à procura de restos de comida, latinhas de alumínio ou qualquer outro atrativo. Vive a importunar os turistas e as pessoas de “casta”, que buscam um pouco de entretenimento nos pontos turísticos da cidade. Principalmente os que apreciam um aprazível fim de tarde em uma famosa praça local, que leva o nome de um ilustre poeta baiano. Muitos o consideram como um marginal, pois trata-se de um pobre viciado nos entorpecentes que a mesma sociedade que lhe vira as costas, lhe disponibilizou em doses cavalares.
Tal andarilho errante é possivelmente um descendente dos Tupinambás. Talvez seus longínquos ascendentes foram aqueles dizimados na chamada batalha do Cururupe, que é considerado o maior genocídio da nossa história. Os que sobreviveram a esse massacre fugiram para longe, e se agruparam em bolsões de miséria que hoje em dia são conhecidos por favelas. Logo eles que tinham nas exuberantes matas locais os seus habitats naturais. Lá eles caçavam, se banhavam nas límpidas águas dos rios e marés e viviam em plena harmonia com a natureza.
As circunstâncias os fizeram intrusos, pois as suas sagradas terras, que sempre abrigaram o seu povo, agora eram de interesse de terceiros, que cruzaram os mares motivados pela cobiça. “Índio bom é índio morto!”, não se cansavam de afirmar os novos proprietários dessas terras. Pois, segundo suas crenças, tratava-se de seres inferiores, desprovidos de almas. Muitos desses indígenas se conformaram e passaram a crer que, de fato, eram seres “menores”. Sem direitos, sem honra, sem dignidade.
Mas com o passar dos anos as coisas começaram a mudar. “Caras pálidas” de bons corações passaram a reconhecer a importância de tal etnia e suscitaram políticas públicas no intuito de devolverem a esses indígenas, parte daquilo que lhes fora usurpado criminosamente. Andam falando até de alguns hectares, lá pelas bandas de Olivença, onde os espíritos dos seus ancestrais ainda perambulam em busca de justiça.
Mas parece que nada mudará, pois esse mesmo local é do interesse de muitos. Inclusive de alguns poderosos, descendentes diretos dos donatários da Capitania Hereditária do São Jorge dos Ilhéus. Os mesmos que entoavam que índio bom é morto. Eles agora insistem em propagandear que por essas bandas nunca houve índios. E que os que afirmam que são, tratam-se de “meros oportunistas”, “aproveitadores da pior estirpe existente”, que querem “roubar” as terras e com isso abalar profundamente a economia do município.
Mas para aquele índio que, com certeza nesse momento deve estar vasculhando alguma lata de lixo ou se entorpecendo às escuras, nada importa. Nem demarcação de terras, nem fraudes por parte da Funai nem discursos nazi-fascistas de representantes do povo. Nada importa. E ninguém se importa com ele. E você, se importa?
Randolpho Gomes é jornalista e editor do Diário de Ilhéus.

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Reajuste para R$ 1,90, em janeiro, provocou protestos no Palácio Paranaguá.
Movimentos sociais e estudantes prometem novos protestos em Ilhéus (Foto: Arquivo).

O aumento da tarifa de ônibus em Ilhéus foi considerado ilegal pelo Ministério Público Estadual (MPE), que propôs um termo de ajustamento de conduta (TAC) revogando o reajuste de R$ 1,70 para R$ 1,90.  A proposta, no entanto, foi rejeitada pelo procurador do Município, Luiz Carlos do Nascimento.
O reajuste foi concedido às empresas pelo prefeito Newton Lima e entrou em vigor no último dia 2 de janeiro. Nem mesmo as pressões de estudantes e movimentos sociais e o posicionamento do Ministério Público fizeram o prefeito voltar atrás e revogar o aumento ilegal.
O Ministério Público propôs à prefeitura a assinatura de TAC em que o aumento seria revogado e a tarifa antiga, de R$ 1,70, mantida por seis meses, a partir de julho. A prefeitura não aceitou. Com a resistência, a promotoria decidiu ouvir o ex-presidente da Câmara de Ilhéus, Alisson Mendonça, apontado pelo procurador como omisso no caso do reajuste.
MAIS DESCULPAS
De acordo com as justificativas da prefeitura, o decreto de reajuste da passagem foi enviado à Câmara, mas os vereadores não analisaram a planilha que apontava a necessidade de reajuste. O município teria feito o envio após o período de sessões ordinárias.
O departamento jurídico do legislativo ilheense discorda do posicionamento da prefeitura e diz ser ilegal a tarifa. Em março, movimentos sociais e estudantes realizaram uma série de protestos contra o reajuste (confira).