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Um adolescente de 17 anos pediu que um amigo usasse um ferro em brasa para marcar suas costas com o número 22, do Partido Liberal (PL), sigla do presidente Jair Bolsonaro. A tatuagem foi feita durante um leilão de gado no assentamento Roseli Nunes, em Mirassol D’Oeste, no interior de Mato Grosso, no último dia 12.

A mãe do adolescente, Layane Moreira, disse que o filho ama Bolsonaro e tem um grupo de amigos de esquerda. Para se contrapor aos amigos, ele se sentiu desafiado a fazer a marca no próprio corpo com a técnica usada para marcar animais.

“Como é um menino bem rústico e corajoso, pediu para um menino carimbá-lo. Um não aceitou, mas o outro sim e fez a marca”, explicou Layane Moreira. Com informações do RD News.

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Bolsonaro não é idiota, repito, mas a população brasileira também não é e tem dado demonstrações inequívocas de sua sapiência: a próxima delas – e decisiva – será oferecida ao futuro da nação no dia 2 de outubro.

Thiago Dias

A forma de governo presidencialista concentra grande poder na Presidência da República. Isso é óbvio, mas a nossa época chegou ao rebaixamento de exigir, a todo instante, a reafirmação de obviedades, como sintoma da impossibilidade do consenso mínimo que a retórica bolsonarista impõe ao debate público. Quando a interlocução racional se torna impossível, impera a batalha pelo sentido da história. Nessa guerra, importam os eventos desde o passado remoto aos da última manhã.

As ideias introduzidas acima podem ser demonstradas pelos padrões da estratégia discursiva de Bolsonaro, que é sofisticada. Quanto a isso, vale ressaltar que o presidente não é idiota nem louco e, no campo ideológico, mantém coerência radical, pois sabe exatamente quais são os interesses que defende. Também é capaz de cultivar relação favorável ao seu governo no Congresso, com o preço que conhecemos.

O que Bolsonaro não consegue, apesar das tentativas diárias, é se livrar das responsabilidades do presidente da República e dos efeitos políticos do seu fracasso na gestão econômica, que agrada muito ao mercado financeiro, mas castiga os trabalhadores e as pequenas empresas.

Quando o trabalhador sente o peso enorme da inflação toda vez que põe a mão no bolso, aflora o doloroso sentimento de que a vida está mais difícil agora, após três anos e meio de governo Bolsonaro, do que na época dos tão criticados governos Lula e Dilma.

Por ironia da história, a Petrobras, mesmo assaltada por execráveis esquemas de corrupção, mantinha política de preços muito mais favorável ao desenvolvimento das forças produtivas do país. Não se trata de passar pano nos malfeitos, que devem ser combatidos com o rigor imparcial da Justiça, a questão é observar as diferenças das políticas implementadas na estatal por cada governo e as consequências delas para a nação. E não precisa ser petista para reconhecer isso.

Está aí Ciro Gomes que, diariamente, entre uma crítica e outra ao PT, lembra que a política de preços da Petrobras foi praticamente a mesma de 1954 a 2016, ano do golpe parlamentar na ex-presidente Dilma Rousseff.

O caso dos combustíveis não impõe a primeira derrota a Bolsonaro na sua guerra contra os consensos da República. Ele já perdeu a batalha das vacinas, por exemplo. Importante notar que, nos dois casos, a materialidade dos temas em questão dificulta a tentativa retórica de ruptura com a realidade. A eficácia e a segurança das vacinas contra a Covid-19 se transformaram em realidades sólidas demais para contestações simplistas.

O mesmo vale para o preço do tanque de combustível na bomba: é real demais para sofismas delirantes sobre o ICMS e “a culpa dos governadores”. As pessoas também são capazes de perceber os impactos dos preços dos combustíveis na inflação dos alimentos, que é menor para quem ganha a partir de cinco salários mínimos – único estrato econômico que dá liderança a Bolsonaro nas pesquisas eleitorais.

Como não é idiota, Bolsonaro faz barulho. Culpa a Petrobras. Troca presidente. Ameaça privatizar a estatal. No desespero, já faz o cálculo para saber se, agora, vale a pena uma briguinha com os acionistas minoritários da estatal para segurar os preços, pelo menos, até outubro.

Sabemos que nada disso próspera, porque o clima é de butim. A Petrobras é gerida como se não houvesse amanhã. Dos R$ 106 bilhões que lucrou em 2021, reservou menos de R$ 5 bilhões para investimentos e distribuiu o restante para os acionistas.

Também foi escolha de governo acelerar a venda de refinarias e não ampliar a capacidade de refinamento do petróleo. Agora, segundo a Federação Única dos Petroleiros, o Brasil corre risco de desabastecimento de diesel, pois há escassez de oferta no mercado internacional e o país importa 25% do necessário para suprir a demanda interna, mesmo estando entre os 12 maiores produtores mundiais da matéria-prima do combustível.

Bolsonaro não é idiota, repito, mas a população brasileira também não é e tem dado demonstrações inequívocas de sua sapiência: a próxima delas – e decisiva – será oferecida ao futuro da nação no dia 2 de outubro.

Thiago Dias é repórter e comentarista do PIMENTA.

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O filósofo e jornalista Fernando de Barros e Silva, colunista da revista Piauí e apresentador do podcast Foro de Teresina, afirmou que, atualmente, o presidenciável Ciro Gomes (PDT) parece empregar toda a sua energia na implosão de possíveis pontes com o ex-presidente Lula e o PT.

“Como no jogo War, Ciro joga para alcançar um de dois objetivos: conquistar a Presidência ou destruir o exército vermelho. O tom de sua campanha, truculento e ressentido, nivelando Lula e Bolsonaro, consegue ser mais baixo do que aquele empregado em 2014 pelo mesmo João Santana, então a serviço do PT, contra Marina Silva”, escreve Fernando na edição de junho da Piauí (189).

“Queira ou não, Ciro atua hoje como linha auxiliar do bolsonarismo. Ainda não voltou de Paris”, conclui o colunista. Leia a íntegra aqui.

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O Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) ordenou que o PT retire das suas páginas e perfis na internet uma publicação que trata o pré-candidato a governador ACM Neto (UB) como aliado do presidente Jair Bolsonaro (PL). Responsável pela ordem, a desembargadora eleitoral Zandra Anunciação Alvarez Parada deu prazo de 48h para o seu cumprimento, sob pena de multa diária de R$ 2 mil.

Na publicação divulgada pelo PT-Bahia, ACM Neto e Bolsonaro aparecem juntos, em preto e branco, associados às expressões fome, desemprego, gasolina cara e autoritarismo. No lado oposto, a mesma montagem mostra o pré-candidato a governador pelo PT, Jerônimo, ao lado do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, com os termos comida no prato, emprego, salário mínimo valorizado, gasolina barata e democracia.

Na decisão, que atende pedido do União Brasil, partido de Neto, a magistrada concordou com o argumento de que a publicação desabona a imagem política do ex-prefeito de Salvador.

– O contexto apresentado aponta para a plausibilidade da tese jurídica invocada na exordial, com potencial para provocar desequilíbrio de oportunidades no pleito, tendo em vista que a publicação guerreada, nos moldes em que apresentada, demonstrando, a priori, o único objetivo de criar circunstância desabonadora da imagem do pré-candidato vinculado ao partido demandante, quando o associa a projeto político que, nos dizeres da postagem, estaria gerando mazelas sociais.

PT RECEBE DECISÃO COM SURPRESA, AFIRMA ÉDEN VALADARES

O presidente do PT baiano, Éden Valadares, afirmou que a determinação judicial é surpreendente, pois, segundo ele, veda a manifestação de opinião política. O dirigente informa que o partido aguarda a citação formal para cumprir a ordem e avaliar a possibilidade de recorrer da decisão.

“O PT Bahia entende que se trata única e exclusivamente de direito de expressão e não de propaganda eleitoral, devendo o pré-candidato em questão explicar ou confirmar aos eleitores quais são suas relações com o Presidente da República”, diz trecho da nota do petista.

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O pré-candidato a governador ACM Neto (UB) disse que não mantém negociação com o presidente Jair Bolsonaro (PL) nem com nenhum presidenciável. Ele falou sobre o assunto nesta terça (24), durante evento na Federação da Agricultura e Pecuária (Faeb), em Salvador. Ontem (23), o jornal Valor noticiou que Bolsonaro está disposto a rifar a pré-candidatura de João Roma (PL) em troca do apoio de Neto na Bahia (veja aqui).

– Nós não temos, nesse momento, nenhum tipo de diálogo ou qualquer entendimento com qualquer candidato a presidente que seja. Nós temos uma linha que eu apresentei desde o começo do ano passado. Nós vamos seguir nesta mesma linha, de não ter uma candidatura exclusiva a presidente da República e deixar o nosso palanque aberto e de manter o compromisso com os baianos de governar o nosso estado com qualquer presidente que o Brasil venha a escolher. Fora isso, qualquer outra coisa é mera especulação da imprensa -, declarou ACM Neto, antes de dizer que não trabalha pela retirada da candidatura de ninguém.

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O pré-candidato do PT ao Governo da Bahia, Jerônimo Rodrigues, levantou a suspeita de que o seu adversário, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto (UB), é responsável pela indicação de cargos do governo Bolsonaro na Bahia. O petista provocou o rival em entrevista à Princesa FM, emissora de Feira de Santana, nesta terça-feira (17).

“O ex-prefeito [de Salvador] não tem coragem de assumir o seu candidato [a presidente da República]. Está com medo ou tem interesses, mas não podemos fazer política de cima do muro. A sociedade sempre exigiu saber quem está com quem. O ex-ministro [João Roma] teve a coragem de assumir que é do presidente. Em 2018, o ex-prefeito assumiu que era bolsonarista. Dá pra esconder agora? Quem é que indica os cargos do Governo Federal na Bahia?”, questionou Jerônimo.

A fala de Jerônimo segue a estratégia da sua pré-campanha, que tenta vincular ACM Neto ao presidente Jair Bolsonaro (PL) devido à baixa popularidade do mandatário na Bahia.

O petista também lembrou que, durante a CPI do Mensalão, em 2005, ACM Neto, que exercia o cargo de deputado federal, prometeu dar uma “surra” em Lula. No final do ano passado, ao comentar o episódio, Neto tratou a declaração como arroubo da juventude. “De lá pra cá, amadureci e aprendi muito. Aprendi com a politica e, principalmente, com a gestão da Prefeitura de Salvador”, disse o ex-prefeito em entrevista à Rádio Metrópole.

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Há 25 anos no PSDB, Aloysio Nunes não apoia a pré-candidatura do correligionário João Doria à Presidência da República. No dia 2 de outubro próximo, votará em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme declarou ao jornal Estado de S. Paulo em entrevista publicada nesta sexta-feira (13).

Na primeira encarnação política, durante a ditatura civil-militar, Aloysio militou no Partido Comunista Brasileiro (PCB). Radicalizou-se a ponto de escolher a resistência armada ao regime e se juntou à Aliança Libertadora Nacional (ALN), do lendário mulato baiano Carlos Marighella.

Na segunda vida pública, filiado ao MDB, foi vice-governador de São Paulo. Já no PSDB, em 1997, assumiu o Ministério da Justiça de Fernando Henrique Cardoso. Em 2016, no Senado, endossou o ingresso dos tucanos na coalizão partidária que cassou o mandato de Dilma Rousseff (PT), votando a favor do impeachment da ex-presidente. No mandato tampão de Michel Temer (MDB), comandou o Ministério das Relações Exteriores.

Hoje, aos 77 anos, o ex-ministro vê no presidente Jair Bolsonaro (PL) um fascista e reserva a Lula o lugar de representante viável da democracia. “O segundo turno já começou e eu não só voto no Lula como vou fazer campanha para ele no primeiro turno”, disse. “Não existe essa terceira via; só existem duas: a da democracia e do fascismo. Se quisermos salvar o Brasil da tragédia de Bolsonaro, teremos de discutir o que vamos fazer juntos”.

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O pré-candidato a governador da Bahia pelo PT, Jerônino Rodrigues, criticou, nesta quinta-feira (12), a ameaça do governo Bolsonaro de privatizar a Petrobras. Ontem (11), em seu primeiro pronunciamento à frente do Ministério de Minas e Energia, o ministro Adolfo Sachsida revelou pedido de estudos para a privatização da petroleira.

“Nunca a gasolina esteve tão cara. Ninguém aguenta mais. Incapaz de conter a alta dos preços dos combustíveis, o presidente agora quer transferir essa responsabilidade para a iniciativa privada”, escreveu Jerônimo em uma rede social.

O petista lembrou que o governo Bolsonaro privatizou a refinaria Landulpho Alves, na Bahia. “O povo não pode pagar mais essa conta. Não à privatização da Petrobras. Não ao aumento abusivo dos combustíveis”.

Aliado do ex-presidente Lula (PT), Jerônimo afirmou que a população brasileira quer um presidente com coragem de enfrentar os problemas do país. “E não alguém que coloque nosso patrimônio à venda”, concluiu.

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Nesta segunda-feira (2), a pré-campanha de Ciro Gomes (PDT) à Presidência da República divulgou vídeo sobre o que chama de maior plano anticorrupção da história do Brasil. A equipe do pedetista ouve especialistas no assunto para formular as propostas do programa de governo.

Na peça, o narrador afirma que Ciro é o único pré-candidato que não tem rabo preso e, por isso, “vai acabar com o toma-lá-dá-cá na política”. A pré-campanha também reafirma o compromisso de submeter as grandes decisões da política nacional a plebiscitos.

“O Brasil que eu prefiro é de um presidente que saiba governar, onde político não possa roubar e onde o nosso povo possa trabalhar”, diz Ciro na última cena do vídeo, que reedita promessa feita pelo então candidato Jair Bolsonaro, em 2018.

Na época, Bolsonaro disse que acabaria com o toma-lá-dá-cá na relação da Presidência com o Congresso. Além de não cumprir o prometido, o presidente da República abençoou a criação do orçamento secreto, que permite a distribuição de recursos federais a parlamentares aliados sem identificá-los, por meio das emendas do relator.

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O pré-candidato a governador Jerônimo Rodrigues saiu em defesa da gestão do governador Rui Costa, seu correligionário no PT, e criticou a postura do presidente Jair Bolsonaro (PT) na visita recente à Bahia, em entrevista à Rádio Caraíbas FM, nesta segunda-feira (25).

Jerônimo foi perguntado sobre o argumento de que os quatro mandatos consecutivos do PT no Governo da Bahia teriam gerado desgaste e cansaço do partido junto à população. Para o petista, essa avaliação está descolada da realidade, afinal, segundo ele, pesquisa divulgada hoje (25) aponta que 75% dos entrevistados aprovam a gestão de Rui Costa. Do contrário, continua, a avaliação do governador seria pífia.

O cansaço verdadeiro, na opinião do pré-candidato, é dos mais de 500 anos em que o Brasil foi governado de forma discriminatória, sem incluir indígenas, negros, quilombolas e os mais pobres.

“Há um cansaço, sim, do Governo Federal, que os dois pré-candidatos atuais, o ex-ministro [da Cidadania João Roma] e o ex-prefeito [de Salvador ACM Neto] apoiam. Há um cansaço do presidente da República quando a gente vê o botijão de gás, em alguns lugares, quase chegando a R$ 150,00. A gente vai ao posto de gasolina, em alguns lugares da Bahia, já com o preço de R$ 10,00 um litro de gasolina”, emendou Jerônimo, associando seus adversários à política de preços da Petrobras sob a gestão do governo Bolsonaro, antes de citar a alta inflacionária e a taxa de desemprego do país (11,2%).

Ex-secretário da Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues disse que, ao saber da visita de Bolsonaro a Porto Seguro, para a celebração do Descobrimento do Brasil, na última sexta-feira (22), imaginou que o presidente aproveitaria a viagem para trazer ajuda às famílias atingidas pelas chuvas e enchentes que devastaram cidades baianas no verão passado. No entanto, para ele, falta sensibilidade ao mandatário da nação.

“O que pensei? Tomara que o presidente da República venha à Bahia assinar os convênios com as prefeituras, para poder fazer as casas das pessoas que tiveram suas casas invadidas ou derrubadas durante a enchente e as chuvas do final do ano de 2021, em dezembro. […] Mas, não. Ledo engano. Ele veio brincar de moto. E por muita ironia, porque, quando se passeia de moto, se consome gasolina de R$ 10,00”, declarou o petista. Hoje, o preço médio do litro da gasolina na Bahia beira R$ 8,00.

Confira a entrevista na íntegra.

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Indígenas pataxós fizeram manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), nesta sexta-feira (22), em Porto Seguro, que recebe a visita do mandatário para as comemorações do “Descobrimento do Brasil”. Assista.

A jornalista Alice Pataxó, em publicação numa rede social, informou que os manifestantes pintaram de vermelho, com tinta de urucum, a estátua de Pedro Alvares Cabral, localizada no Centro da cidade baiana.

Estátua de Cabral pintada de urucum || Foto Suhyasun Pataxó

“Indígenas se manifestaram hoje na cidade de Porto Seguro contra as comemorações do falso Descobrimento e a visita de Jair Bolsonaro, pedindo justiça, demarcação de terras e #ForaBolsonaro”, escreveu a jornalista.

O presidente também foi recebido por manifestação de apoio de seus seguidores.

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O professor de direito constitucional da PUC-SP, Pedro Serrano, afirmou que o indulto concedido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) ao ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado a 8 anos e 9 meses de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), atenta contra a democracia.

Para o jurista, a medida do presidente é inconstitucional porque usurpa do STF a prerrogativa de último intérprete da Constituição Federal. Ele afirmou que Adolf Hitler (1889-1945) foi o único chefe de estado a quem coube a última palavra sobre o texto constitucional.

“Com sua concessão de graça ou indulto individual, Bolsonaro se põe como guardião da Constituição, seu intérprete final, papel que cabe ao STF. Só no nazismo o Chefe do Executivo era o guardião da Constituição. Gravíssimo atentado a democracia constitucional”, escreveu Pedro Serrano em seu perfil no Twitter.

“Um ato de indulto ou qualquer ato político soberano não pode ser usado para o Executivo substituir o STF na interpretação final da CF. Atos políticos são discricionários, não arbitrários”, complementou.

O ex-ministro do STF e do Tribunal Superior Eleitoral, Carlos Ayres Britto, afirmou à Folha de S. Paulo que o decreto de Bolsonaro “padece de inconstitucionalidade autoevidente”.

“O indulto não é para perdoar crimes que a Constituição qualificou como especialmente danosos para a coletividade”, diz ele. “Indulto não é cheque em branco. É preciso compatibilizá-lo, enquanto política pública de governo, com a Constituição, enquanto política pública de Estado”, completa.

O indulto individual concedido a Daniel Silveira não reconstitui seu mandato parlamentar, que foi cassado pelo STF, nem a suspensão dos seus direitos políticos.

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O presidente Jair Bolsonaro (PL) falou sobre três dos pré-candidatos a governador da Bahia, ACM Neto (UB), Jerônimo Rodrigues (PT) e João Roma (PL), em entrevista divulgada pela TV Aratu nesta quarta-feira (13). Ele disse que apoia a pré-candidatura de Roma, atacou Jerônimo e poupou Neto.

Segundo Bolsonaro, o ex-prefeito de Salvador fez algumas críticas ao seu governo, o que o presidente atribui à falta de reconhecimento pelo que fez por estados e municípios na pandemia. “Mas, pessoalmente, não tenho nada contra ACM Neto, mas ajudo e vou ajudar no que for possível o João Roma”.

Para Bolsonaro, Roma é um herói por enfrentar o que o presidente chama de velha política. “É uma nova esperança. Sangue novo”, disse, antes de elogiar a atuação do aliado quando esteve à frente do Ministério da Cidadania.

Já ao petista Jerônimo Rodrigues, ex-secretário de Educação da Bahia, Bolsonaro reservou ataques. “A educação na Bahia é a pior do Brasil, então é isso que o PT está apresentando como sucessão para o governo do estado, o pior secretário de Educação do Brasil candidato ao governo do estado”, declarou o presidente, que voltou a investir no discurso do antipetismo.

O pré-candidato do PT respondeu os ataques de Bolsonaro. “Lamentável a desinformação do presidente que persegue a Bahia e os baianos. Iniciamos uma revolução na educação. Neste momento são R$ 3,5 bi em requalificação e novas escolas. Nosso foco são os estudantes que mais precisam, gente do povo. É um presidente que não cuida de gente”, escreveu Jerônimo, nesta quarta, numa rede social. Atualizado às 13h42min.

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A experiência do fascismo na Itália tinha, pelo menos, três características centrais: nacionalismo chauvinista, autoristarismo e antissocialismo. É revelador que o nascimento do Partido Nacional Fascista tenha se dado oito meses após a fundação do Partido Comunista Italiano, criado em 21 de janeiro de 1921. Quando recrudesceu o regime, a partir de 1925, Benito Mussolini o fez com apoio da burguesia industrial, da monarquia italiana e do Vaticano, que só romperam com o Duce nos estertores da Segunda Guerra.

No Ocidente, a experiência italiana serviu de modelo para os regimes destinados a conter a expansão do comunismo, impulsionada pela Revolução Russa de 1917. No Brasil, o Golpe de 1930, além de extinguir a República Velha, mobilizou as oligarquias nacionais contra a ameaça comunista. Nessa época, antes do segundo golpe de Getúlio Vargas, em 1937, os principais adversários ideológicos dos comunistas eram os integralistas, que emularam o discurso nazifascista quando Hitler e Mussolini ainda eram exaltados por fatias expressivas da sociedade brasileira.

O lema Deus, pátria e família, dos integralistas, ganhou eco na Marcha da Família com Deus e pela Liberdade, que antecedeu o golpe responsável pela instauração da ditadura civil-militar, em 1º de abril de 1964. As reformas de base do então presidente João Goulart eram, segundo a propaganda golpista, a encarnação do comunismo no Brasil. Nas eleições de 2018, Jair Bolsonaro (PL) foi eleito presidente da República com sua adaptação do lema integralista: Brasil acima de tudo, Deus acima de todos. Às vésperas de tentar a reeleição, Bolsonaro retoma os ataques aos partidos e movimentos de esquerda, reduzindo o campo político adversário, mais uma vez, à ameaça comunista.

Nesta entrevista ao PIMENTA, o presidente do Sindicato dos Bancários de Ilhéus e ex-candidato a vice-prefeito, Rodrigo Cardoso, 43, resgata parte da história do Partido Comunista do Brasil no sul da Bahia e atribui a Jair Bolsonaro a peculiaridade da representação de um neofascismo antinacionalista. Também interpreta o significado da provável aliança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB) e defende a continuidade do projeto liderado pelo PT no governo baiano. Leia.

PIMENTA – Quando nasceu, oficialmente, o comunismo brasileiro?

RODRIGO CARDOSO – No dia 25 de março de 1922, em Niterói, fundado como Partido Comunista do Brasil (PCB). Em 1962, dentro de uma discussão interna do partido, uma ala mudou a sigla para PCdoB e outra mudou o nome para Partido Comunista Brasileiro, mantendo a sigla PCB. A gente pode dizer que, hoje, esses dois partidos são da herança da fundação do PCB de 1922.

Ainda existe disputa por essa herança?

Acho que não. Os dois partidos são herdeiros dessa tradição de luta em defesa do povo brasileiro, dos interesses nacionais, dos direitos sociais e dos direitos dos trabalhadores. Acho que isso não é mais visto como motivo de disputa.

Como o projeto revolucionário aparece no horizonte do PCdoB hoje?

O PCdoB entende que a luta pelo socialismo vive etapa, estrategicamente, defensiva desde o fim da experiência socialista no leste europeu. Apesar disso, já no século XXI, algumas experiências socialistas permanecem pujantes, como na China, que é a segunda economia do mundo e, potencialmente, a médio prazo, se tornará a maior. Outros países seguem firmes na luta pelo socialismo, além dos lutadores nos mais variados países do mundo. O cenário mais recente da crise estrutural do capitalismo, a crise financeira, apresenta a construção de uma alternativa socialista como necessidade para o mundo. No entanto, entendemos que esse é o processo de uma revolução longa, de retomada de iniciativa e de apresentação de um projeto socialista, com a consciência e a convicção de que o mundo, sob o capitalismo, estabelece um futuro muito difícil para as grandes massas e a maioria das nações.

Temos visto muitas comparações do comunismo como nazismo, a exemplo das declarações do youtuber Monark no programa Flow, que defendeu a legalização do partido nazista no Brasil. Como você analisa essa comparação?

Essa comparação só interessa aos fascistas e aos nazistas, tendo em vista que os comunistas foram os principais responsáveis pela derrota do nazi-fascismo na Segunda Guerra Mundial. Há uma contradição direta entre o comunismo e o nazi-fascismo. Quem estava alinhado com as experiências democráticas para derrotar o nazi-fascismo foi o bloco dos partidos e países socialistas. É absurdo estabelecer qualquer paralelo nesse sentido. O comunismo é uma ideologia humanitária, que busca a construção da igualdade, tanto da igualdade entre indivíduos, do ponto de vista dos direitos, quanto da igualdade econômica. O nazismo é a ideologia do racismo, da exclusão, da destruição, da barbárie. Esse é um paralelo falso. Alguns setores que buscam o liberalismo extremo acabam, na prática – e isso ficou muito claro na fala do Monark -, tentando naturalizar o nazismo.

No final da década de 1960, a vereadora Ida Viana Rêgo (MDB) deu apoio, em Ilhéus, à formação de um grupo de resistência armada à ditadura, que tinha militantes do clandestino PCdoB. Você tem informações sobre esse episódio?

A história dos comunistas em Ilhéus vem de Nelson Schaun, que era um intelectual, professor e teve relação com o movimento indígena do Caboclo Marcelino, dos tupinambás de Olivença. Na fase de pré-clandestinidade do período Vargas, Nelson Schaun foi uma das principais referências do Partido Comunista no sul da Bahia. Na ditadura, houve esse movimento clandestino, mas nós, do partido, temos poucas informações documentadas, apesar de termos rumores sobre essa questão. Durante o regime militar, Haroldo Lima era um dos principais dirigentes da Ação Popular, grupo da esquerda católica que acabou se incorporando ao PCdoB. Haroldo esteve na região, nessa tentativa muito embrionária de resistência armada, que não avançou. Posteriormente, na década de 1980, no processo de redemocratização, ainda na clandestinidade, mas funcionando dentro da ala progressista do MDB, os membros do partido vieram para a nossa região. Eram jovens militantes que tinham vínculo com o partido em Salvador. Foi o caso de Davidson Magalhães, de Itabuna, Gustavão, nosso principal dirigente de Ilhéus, doutora Fátima, advogada, doutor Renan. A partir daí, começaram a constituir a organização política do partido, que foi legalizado em 1985 e passou a se estabelecer na luta concreta da nossa região, tendo papel muito importante nos mais variados setores da juventude e dos trabalhadores. Militantes do PCdoB tiveram papel de protagonismo na luta pela estadualização da Uesc.

Quando começa sua história no partido?

Cheguei ao partido no ano 2000. Quando entrei na Uesc, em 1998, já havia o movimento estudantil forte e combativo, com uma história muito bonita dos comunistas na luta pela estadualização da universidade. O camarada Wenceslau Júnior, em especial, era referência muito forte no nosso movimento estudantil. A parti daí, entrei na militância. Fui do Centro Acadêmico de Direito, do Diretório Central dos Estudantes, dos conselhos da universidade. Depois, ingressei no movimento dos trabalhadores, porque já era funcionário do Banco do Brasil e me integrei à luta da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB).

Quais são os desafios da atuação do PCdoB em Ilhéus, na Bahia e no Brasil?

Conquistamos um mandato na Câmara de Ilhéus, do vereador Cláudio Magalhães, primeiro vereador indígena da cidade. Essa vitória foi muito importante, como em Itabuna, o outro polo da nossa região, onde o partido elegeu a servidora e presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, Wilmaci Oliveira. A existência dos parlamentares dá esteio muito forte para a militância do partido, que tem o desafio de ser instrumento da luta do povo. No caso da Bahia, temos relações com o Governo do Estado, tendo em vista que o partido faz parte da base, com Davidson [Magalhães] na Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda e com participação na Secretaria de Política para as Mulheres, na Bahiagás e outros setores do governo estadual, nesse sentido de atrair políticas públicas que ajudem o desenvolvimento da região e melhorem as condições de vida do nosso povo.

Do ponto de vista político-eleitoral, o desafio é tentar manter esse projeto que tem trazido muitos avanços para a Bahia, que começou com Wagner, segue com Rui Costa e, a partir de agora, será liderado por Jeônimo Rodrigues. E o PCdoB também tem o objetivo de eleger seus parlamentares. Na região, temos como centro da tática política-eleitoral a pré-candidatura de Wenceslau Júnior, ex-vice-prefeito e ex-vereador de Itabuna, a deputado federal. Do ponto de vista nacional, o centro da nossa atuação política é derrotar o bolsonarismo. O Brasil não aguenta mais. O povo brasileiro está sofrendo demais, com perda do poder de compra [do salário mínimo], gasolina nas alturas, inflação disparada, desemprego alto. Um país estagnado, sem projeto, que precisa ser reconstruído. Na nossa visão, nesse momento, isso passa por um papel muito importante da liderança do ex-presidente Lula.

Temos visto dois argumentos sobre a provável aliança de Lula com Geraldo Alckmin, que deverá ser o vice do petista. De um lado, aponta-se acerto devido à necessidade de ampliação da frente democrática contra a reeleição de Bolsonaro. Entretanto, há quem diga se tratar de capitulação à política econômica que o ministro Paulo Guedes representa. Qual é o significado dessa nova parceria?

Está à altura da gravidade do momento político que vivemos. Como falei antes, nós, comunistas, damos muita importância ao enfrentamento do fascismo. E Bolsonaro é um dos principais representantes do mundo de uma corrente neofascista, de uma política de extrema-direita que busca restringir os espaços democráticos. No Brasil, temos a peculiaridade de ser um neofascismo antinacional, que busca ser autoritário e destruir os direitos do povo, mas também entregar o patrimônio nacional, a preço de banana, a grandes interesses econômicos estrangeiros. O fundamental desse governo de Bolsonaro, o que leva à unidade [da oposição], é a ameaça à democracia. Alguns dizem que a democracia é o pior governo que existe, mas o melhor já inventado. A defesa da democracia, que foi conquista histórica do povo brasileiro, leva à necessidade da maior união possível. Não vejo nenhum problema nisso. Tenho convicção de que isso não passa, necessariamente, por concessões do programa econômico. Afinal de contas, Alckmin, enquanto possível candidato a vice-presidente, já foi para o PSB, partido de centro-esquerda, que tem convicções do seu programa e é mais alinhado com o programa de Lula e das esquerdas. Portanto, se entrar nessa aliança, Alckmin entrará comprometido com o programa de governo de reconstrução do Brasil.

Moacyr Leite, Jair Bolsonaro e Águido Muniz durante reunião em Brasília
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O prefeito de Uruçuca, Moacyr Leite Júnior (DEM), solicitou ao presidente Jair Bolsonaro (PL), em reunião nesta segunda-feira (21) em Brasília, apoio do governo federal à retomada do desenvolvimento da lavoura cacaueira no sul da Bahia. O secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Águido Muniz, também participou da audiência, assim como representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb).

Bolsonaro mostrou-se disposto a atender às demandas do agronegócio baiano, segundo Moacyr. O presidente determinou que a ministra Tereza Cristina inclua o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento na agenda de trabalho com as lideranças da Bahia.

Moacyr avaliou o resultado da audiência de forma positiva. “Estou feliz muito feliz e satisfeito com a nossa reunião, além de estar extremamente esperançoso com os resultados que virão, na certeza de que a nossa região terá um grande impacto positivo com o apoio e luta do governo federal na missão em prol do nosso desenvolvimento”.